Bispo de Camaçari (BA) demonstra preocupação com desemprego por conta do fechamento das fábricas da Ford no Brasil

Mais Lidos

  • “O Papa Francisco está isolado. Nas redes sociais a ala tradicionalista da Igreja está muito mais viva”. Entrevista com Enzo Bianchi

    LER MAIS
  • “A Economia, ela está morta, porque ela deveria estar a serviço das pessoas”, afirma cardeal Steiner na inauguração da 1ª Casa de Francisco e Clara na Amazônia

    LER MAIS
  • São Charles de Foucauld. O irmão universal, místico do silêncio no deserto

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

14 Janeiro 2021

O bispo da diocese de Camaçari, dom João Carlos Petrini, emitiu nesta terça-feira, 12, uma nota por ocasião do encerramento das atividades das fábricas da Ford no Brasil, inclusive em Camaçari. Na nota ele demonstra preocupação com as pessoas que ficarão desempregadas e todo impacto que isso causa na sociedade.

A reportagem é publicada por Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, 12-01-2021.

No texto, o bispo afirma que tal decisão atinge não somente os que dispunham de emprego direto e os terceirizados, mas o comércio, grande e pequeno, movido pelos recursos colocados em circulação por tão grande número de trabalhadores.

“A problemática levantada pelo anúncio da Ford envolve diversos setores: a própria empresa, os empregados e terceirizados com suas famílias, as autoridades municipais, estaduais e federais, os sindicatos. Então, um setor, no caso a Ford, não pode tomar decisões autônomas que afetam de maneira gravíssima os outros setores”.

Confira a nota na íntegra:

Nota por ocasião da crise na Ford

A Diocese de Camaçari vem, por meio desta nota, manifestar a preocupação com o sofrimento de milhares de pessoas que estão perdendo o emprego pelo fechamento das fábricas da Ford no Brasil, inclusive, em Camaçari.

Esta decisão atinge não somente os que dispunham de emprego direto e os terceirizados, mas o comércio, grande e pequeno, movido pelos recursos colocados em circulação por tão grande número de trabalhadores.

A problemática levantada pelo anúncio da Ford envolve diversos setores: a própria empresa, os empregados e terceirizados com suas famílias, as autoridades municipais, estaduais e federais, os sindicatos. Então, um setor, no caso a Ford, não pode tomar decisões autônomas que afetam de maneira gravíssima os outros setores.

O bom uso da razão exige que todos os fatores em jogo sejam adequadamente considerados, na busca de soluções que possam dar atenção à complexidade dos problemas. Se a Ford tem o direito de reorganizar sua produção, mais adequada ao mercado e incorporando novas tecnologias, os empregados têm o direito de garantir a sobrevivência das próprias famílias, as autoridades públicas têm o direito de evitar o colapso social numa cidade como Camaçari, com previsíveis problemas da ordem social, os sindicatos têm o direito de defender a justiça nas relações entre o capital e o trabalho.

Pedimos que todos os setores envolvidos no problema apresentado pela Ford, se encontrem para dialogar e negociem os passos mais adequados, compreendendo melhor as exigências de todos e elaborando respostas que permitam atravessar este período de transição, minimizando danos e sofrimentos para cada setor.

Se é necessário um tempo para a transição de uma estrutura produtiva que atualmente pouco responde à demanda do mercado, o caminho melhor será promover a cooperação de todos os setores afetados por essa crise, (Empresa, Empregados, Município, Governo Estadual; Governo Federal, Sindicatos) para ofertar aos que hoje estão ameaçados de desemprego cursos de atualização tecnológica, de modo que possam ser incorporados à nova etapa de produção que está sendo projetada, negociando detalhadamente a parte que cada setor pode assumir nessa tarefa, os prazos e os modos de realização.

O Papa Francisco nos recordou na Carta Encíclica “Irmãos Todos” que todos procedemos do mesmo Criador e Pai, todos somos chamados a cooperar para edificar e bem e a paz na sociedade, todos somos responsáveis, uns pelos outros.

Assim, “cresceremos em tudo em direção àquele é a Cabeça, Cristo, cujo corpo, em sua inteireza, bem ajustado e unido por meio de toda junta e ligadura, com a cooperação harmoniosa de cada uma de suas partes, realiza o seu crescimento para a sua própria edificação no amor”. (Carta aos Efésios 4, 15-16).

Camaçari 12 de janeiro de 2021
Dom João Carlos Petrini

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Bispo de Camaçari (BA) demonstra preocupação com desemprego por conta do fechamento das fábricas da Ford no Brasil - Instituto Humanitas Unisinos - IHU