Hospitalidade eucarística: e se ficarmos com o coração em paz de uma vez por todas?

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30 Setembro 2020

"O Vaticano não quer se mover um milímetro, porque isso significaria renunciar ao monopólio de Cristo do qual ele se considera detentor. Esse é o único problema, não existem outros", escreve Fulvio Ferrario, teólogo italiano e decano da Faculdade de Teologia Valdense de Roma, em artigo publicado no Facebook, 24-09-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o artigo.

Um grupo de trabalho teológico interconfessional alemão publicou recentemente um texto sobre a hospitalidade eucarística [...]. Na minha opinião, é um belo documento, muito instrutivo, claro e aberto. Certamente vou utilizá-lo no ensino, porque, em síntese, mas com precisão, diz o que há para saber sobre o tema em perspectiva ecumênica. No dia 21 de setembro, a Congregação romana para a Doutrina da Fé deu a sua opinião, naturalmente um “niet”.

Com toda a simpatia por aqueles que, também na Itália, continuam se empenhando nesse front (eu mesmo acabo de escrever um comentário ao texto para a newsletter Ospitalità Eucaristica), gostaria de perguntar: não é hora de deixarmos, todos nós, os corações em paz?

O Vaticano não quer se mover um milímetro, porque isso significaria renunciar ao monopólio de Cristo do qual ele se considera detentor. Esse é o único problema, não existem outros.

Ou, melhor, eu diria que o mais desagradável é que, em vez de dizer as coisas como são, continua-se levantando cortinas de fumaça, até dizendo (o papa faz isso de vez em quando, por exemplo) que a teologia deveria ainda esclarecer sabe-se lá o quê. Está tudo claro, até demais. Sejamos francos.

Os católicos “hospitaleiros” querem respeitar os diktats vaticanos? Que o façam, ninguém vai se zangar, sobreviveremos sem hospitalidade eucarística e, possivelmente, sem nos contorcer demais com a dor de cabeça.

Em vez disso, eles querem praticá-la? Que o façam, assumindo as responsabilidades do caso perante as suas hierarquias.

Os evangélicos respeitarão qualquer decisão. Acolheremos quem desejar (quanto a mim, alertando que a Igreja romana não concorda, por respeito ao interlocutor ecumênico); aceitamos os convites explícitos e “desobedientes” da parte católica, que não são muitos, mas sequer pouquíssimos; não nos lamentamos com quem não nos convida; naturalmente não forçamos ninguém a participar da ceia evangélica.

Não ficamos contentes com os vetos vaticanos, mas não nos surpreendemos, nem muito nem pouco. Se mudarem de ideia, eu ficarei feliz, mesmo que resmungarei, quando os amigos católicos me convidarem a derramar lágrimas de comoção por essa maravilhosa e profética inovação; e, se não, continuarei me surpreendendo, porque a hospitalidade da qual eu realmente preciso me é oferecida, totalmente sem merecer, por Cristo, na Igreja da qual faço parte.

 

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