Honduras. Uma semana depois, sem vencedor nas eleições

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05 Dezembro 2017

Milhares de hondurenhos foram às ruas da capital, ontem, para rejeitar o resultado preliminar oficial das eleições hondurenhas de uma semana atrás, que dão vantagem ao presidente Juan Orlando Hernández, postulado à reeleição, sobre o opositor Salvador Nasralla. O tribunal eleitoral começou a recontagem dos votos de 1.006 atas, mas a oposição pede a revisão de 5.173 atas, por suspeitas de fraude.

A reportagem é publicada por Página/12, 04-12-2017. A tradução é do Cepat.

Os manifestantes, simpatizantes de Nasralla, marcharam por várias ruas de Tegucigalpa para se reunir perto de um lugar onde o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) retomou a contagem de votos, suspensa desde quinta-feira, sem chegar a um acordo com a oposição. “Fora JOH, Fora JOH!” (iniciais de Hernández), repetiam os manifestantes, ao acusar o governante de liderar uma fraude e ao órgão eleitoral de orquestrar um “roubo” a Nasralla (64), um apresentador de televisão e candidato da esquerdista Aliança de Oposição Contra a Ditadura.

“Estão nos roubando os votos”, disse visivelmente incomodado Jesús Elvis, um contador de 58 anos que carregava um cartaz perto de um cordão policial, horas antes do início do toque de recolher noturno, decretado pelo governo, na sexta-feira, após a deflagração de protestos e saques, reprimidos pelas forças de segurança.

Nasralla, presente na manifestação, insistia em que o resultado eleitoral divulgado até o momento representa “um roubo. É um roubo” ao seu agrupamento.

Um grupo de mulheres distribuía flores aos manifestantes e lançava pétalas ao nutrido esquadrão de policiais antidistúrbios e militares que permaneciam nos arredores.

Uma jovem de 19 anos, Kimberly Fonseca, morreu na sexta-feira, vítima de um ferimento de bala, em meio a um enfrentamento entre manifestantes e a polícia, na colônia Villanueva da capital. As autoridades disseram estar investigando “exaustivamente” a denúncia de seus familiares, que afirmam que a jovem morreu por disparos da polícia.

Ontem, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório da ONU para os Direitos Humanos em Honduras (Oacnudh) pediram às autoridades desse país que garantam o respeito à vida humana, no contexto da violência pós-eleitoral.

Os dois organismos formularam um chamado a resistir “qualquer forma de violência” e a “promover o diálogo e a participação genuína na busca de uma solução à crise política que seja respeitosa aos direitos humanos.

Após uma semana da realização das eleições, o TSE ainda não anunciou o vencedor, mas Hernández mantém a vantagem com 42,92% dos votos, frente aos 41,42% de Nasralla, com o escrutínio de 94,45% das atas.

O tribunal eleitoral retomou a revisão das atas que continham irregularidades ou inconsistências, mas sem que tenha sido possível chegar a um acordo com a oposição. O tribunal decidiu recontar os votos de 1.006 atas, mas os seguidores de Nasralla pedem a recontagem de 5.173 atas, por suspeitas de fraude.

O ex-mandatário Manuel Zelaya, coordenador geral da Aliança de Oposição contra a Ditadura, disse que na reunião de ontem, realizada com os juízes do TSE, acompanhada por especialistas em informática e outros assessores, não receberam fielmente a informação de tipo técnica e eleitoral solicitada. “Discutimos ponto a ponto. Eles querem que sejam contadas 1.006 atas, mas se podem fazer isso, por que não fazer o mesmo com as 5.179, que são as que chamamos atas da fraude, que são as que entraram após apresentarem o primeiro dado dos resultados”.

O ex-governante, que foi derrotado em 2009, destacou que a suspeita queda do sistema do TSE, três vezes após Nasralla manter uma vantagem de cinco pontos sobre o candidato do governante Partido Nacional e presidente do país, dá a eles o direito de duvidar e afirmar que houve “fraude”.

“Esse presidente (Hérnandez) é uma fraude. Estados fartos, não queremos uma ditadura. Instituições internacionais, coloquem seus olhos em Honduras”, disse um jovem simpatizante do candidato opositor, perto da sede do órgão eleitoral.

Os manifestantes batiam panelas e faziam soar cornetas durante o protesto, ao mesmo tempo em que entoavam canções usadas durante a campanha política e que incluem insultos ao mandatário.

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