• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

20 de setembro: nem belas façanhas nem modelo a toda a terra

Mais Lidos

  • Uma breve oração pelos mortos no massacre no Rio de Janeiro: “Nossa Senhora da minha escuridão, que me perdoe por gostar dos des-heróis”

    LER MAIS
  • “É muito normal ouvir que Jesus está para voltar. Mas quem está no púlpito dizendo que Jesus está para voltar está fazendo aplicações em ações ou investimentos futuros, porque nem ele mesmo acredita que Jesus está para voltar”, afirma o historiador

    Reflexão para o Dia dos Mortos: “Num mundo onde a experiência fundamentalista ensina o fiel a olhar o outro como inimigo, tudo se torna bestial”. Entrevista especial com André Chevitarese

    LER MAIS
  • De Rosalía a Hakuna, por que a imagem cristã retornou à música? Artigo de Clara Nuño

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    30º Domingo do Tempo Comum - Ano C - Deus tem misericórdia e ampara os humildes

close

FECHAR

Revista ihu on-line

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

A extrema-direita e os novos autoritarismos: ameaças à democracia liberal

Edição: 554

Leia mais

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • Twitter

  • LINKEDIN

  • WHATSAPP

  • IMPRIMIR PDF

  • COMPARTILHAR

close CANCELAR

share

21 Setembro 2016

“O hino rio-grandense, até hoje entoado em solenidades as mais diversas exemplifica aquela “tradição inventada” do gauchismo, referida por Mario Maestri. A sua letra insiste num estribilho visando passar a guerra farroupilha como verdadeira defensora da liberdade, assim enchendo de ardor cívico o povo do Rio Grande do Sul, como herdeiro dela: “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra”, escreve Jacques Távora Alfonsin, procurador aposentado do estado do Rio Grande do Sul e membro da ONG Acesso, Cidadania e Direitos Humanos.

Segundo ele, “algum poder futuro, legitimado para tanto, talvez consiga modificar esse hino, salvando a história de perpetuar façanha e modelo como palavras de sentido duplo, a primeira para disfarçar mentira e a segunda para esconder hipocrisia”.

Eis o artigo.

O interesse de se conhecer as causas e os efeitos de alguns acontecimentos do passado é sempre motivado pela conveniência de seus protagonistas serem lembrados como exemplo a ser seguido ou rejeitado pelas gerações do presente e do futuro, conforme o juízo de quem conta a sua história. A verdade pode ser então provada, mas também pode ser vítima de algum desvio consciente ou inconsciente. O dia 20 de setembro é feriado no Rio Grande do Sul e os motivos para isso até hoje ainda servem de assunto para muita conjetura e debate, ora de louvação, ora de crítica acerba.

Conforme alguns relatos, o povo deste Estado celebra o 20 de setembro como a data da tomada de Porto Alegre, em 1835, por forças contrárias ao império naquela época governando o Brasil. De inspiração liberal, o levante teria sido motivado também pela carga tributária abusiva, cobrada pelo Império sobre a venda do charque e do couro, base da economia da então chamada província de São Pedro. Festas em muitas cidades, desfiles de carros alegóricos e cavaleiros ao trote de animais domados no capricho, portanto bandeiras, exibindo bombacha, faca embainhada, segura por cintos com guaiacas, bota e espora nos pés, chapéu de aba larga, lenços coloridos no pescoço, tudo aprumado para “manter a tradição do gaúcho”, à vista de um publico numeroso e animado com tanto jeito de se provocar admiração por um passado geralmente considerado heroico.  Cabe serem examinadas com cuidado as razões dessa lembrança.

O Instituto Humanitas da Unisinos publicou dia 19 deste setembro, em edição já disponível na internet, o número 493 da sua revista,  reunindo  opiniões de historiadoras/es, em parte dedicada a essa história, com uma chamada de capa expressiva: “Gauchismo: a tradição inventada e as disputas pela memória.” 

Duas entrevistas chamam bastante a atenção, a primeira (feita com Mario Maestri) por criticar, de modo contundente, os méritos atribuídos à guerra dos farrapos e a segunda (feita com o Irmão Marista Antonio Cecchin) por mostrar como a revolução do índio Sepé Tiaraju, deflagrada muito antes, no mesmo solo do Rio Grande, foi inspirada em motivação de muito maior valor e significado histórico do que a dos farrapos.

Maestri, depois de contrariar os vícios presentes na formação da própria cultura responsável pela identificação do verdadeiro gaúcho, um homem pobre muito diferente da que passou à história, denuncia:

“A chamada Revolução Farroupilha foi um movimento dos grandes criadores escravistas do meridião do Rio Grande do Sul e do norte do Uruguai. O projeto farroupilha dominante era a fundação de uma república pastoril-latifundiária que ultrapassava a fronteira rio-grandense.” {..}” Os principais líderes farroupilhas eram proprietários de enormes extensões de terras e de cativos no meridião rio-grandense e no norte do Uruguai. Para conseguir seus objetivos, arrolaram nas tropas republicanas peões, minuanos, libertos e muitos cativos - sobretudo dos rio-grandenses monarquistas.” {...} “Bento Gonçalves  morreu senhor de muitos cativos; o general Neto, de muito mais!” {...} “Hoje, festejam-se os lanceiros negros  como exemplo da participação popular e negra no “Decênio Heróico”. Eles foram massacrados em Porongos e os que não morreram foram reescravizados e enviados ao Rio de Janeiro” {...}”Razão tinham os cativos que fugiram numerosos para os quilombos e para fora da província. Eles não precisavam de historiadores para saber quem eram realmente os chefes farroupilhas.”

Antonio Cecchin: “Esse falso tradicionalismo gaúcho, filho adotivo da ditadura, teve todos os meios possíveis e imagináveis ao alcance da mão, com a finalidade de tornar-se avassalador, como de fato aconteceu. Foi internalizado à força como cultura de raiz nossa, graças ao poder principal dessa nossa fase do capitalismo financeiro quando, na realidade, é uma grande mentira. A mídia conservadora se encarregou de consagrar como real aquilo que era apenas fruto da imaginação, pois se trata de algo que acabou absorvido também pela elite dominante no nosso Estado e como tal continua se impondo. A ditadura e o farroupilhismo se sentem bem ao gosto da colonização portuguesa que durou quatro séculos ininterruptos, no Brasil, desde o ano de 1500 até o ano de 1888 quando, apenas teoricamente, foi suprimida a escravatura. Hoje, vivemos ainda sob a hegemonia das elites escravocratas ou do conservadorismo brasileiro, filhote do colonialismo dos “descobridores” da terra brasilis. Haja vista o golpe que esse Brasil conservador acaba de infligir à nossa presidente Dilma , como exemplo atualíssimo de mais um bote certeiro promovido contra as classes populares.”

Sobre o índio Sepé diz Antonio: “Sepé Tiaraju é um dos poucos, talvez até o único herói-santo popular deste nosso Rio Grande do Sul. Para a opinião pública hegemônica, que é a do conservadorismo das elites no poder, como sucessoras que são das elites escravocratas portuguesas da colonização inicial, Sepé é um herói muito perigoso porque, desde que surgiram no Brasil, particularmente na Igreja Católica, a opção pelos pobres, as Comunidades Eclesiais de Base, a catequese e a Teologia da Libertação, aproveitamos nosso herói-santo-popular para o empoderamento dos nossos Movimentos Sociais tais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra - MST, a Via Campesina, os movimentos de mulheres, o Levante da Juventude, os catadores etc.”

20 de setembro, portanto -  tomada de Porto Alegre -  e 7 de fevereiro de 1756 -  morte de Sepé Tiaraju, em combate contra tropas portuguesas e espanholas armadas para exterminarem as missões da Igreja aqui no continente -  são datas incomparáveis em seus motivos, na coragem revelada pelos índios por força da desproporção das armas e combatentes, no heroísmo da defesa da terra por amor a ela e ao seu povo e não por interesse em manter um tipo de exploração desse bem dependente de um povo escravo, assim mantido mesmo depois de 1845 quando terminou a guerra.

O hino rio-grandense, até hoje entoado em solenidades as mais diversas exemplifica aquela “tradição inventada” do gauchismo, referida por Mario Maestri. A sua letra insiste num estribilho visando passar a guerra farroupilha como verdadeira defensora da liberdade, assim enchendo de ardor cívico o povo do Rio Grande do Sul, como herdeiro dela: “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra.”

Algum poder futuro, legitimado para tanto, talvez consiga modificar esse hino, salvando a história de perpetuar façanha e modelo como palavras de sentido duplo, a primeira para disfarçar mentira e a segunda para esconder hipocrisia.

Leia mais...

  • Bravata é a mais legítima expressão do gaúcho. Entrevista especial com Luís Augusto Fischer
  • Gauchismo - A tradição inventada e as disputas pela memória. Revista IHU On-Line, Nº 493
  • A necessidade da desconstrução do machismo no universo gaúcho. Entrevista especial com Jocelito Zalla
  • São Sepé Tiaraju e os Sete Povos das Missões ressuscitam no coração do povo

Notícias relacionadas

  • São Sepé, o Tiarajú, e o apagamento dos indígenas da memória da formação do RS

    LER MAIS
  • Em memória de Sepé Tiaraju, povo Guarani Mbya reafirma luta pelos territórios tradicionais

    LER MAIS
  • Em memória de Antônio Cechin: querido amigo, enfim chegando à Terra Sem Males!

    LER MAIS
  • Massacre de Porongos ainda é polêmico porque questiona ‘heróis farroupilhas’, diz historiadora

    Neste 20 de setembro, assim como em todos os outros, o Rio Grande do Sul volta a celebrar a memória da Revolução Farroupilha e[...]

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados