Enchentes afetaram quase 2,5 bilhões de pessoas nos últimos 20 anos

Mais Lidos

  • A ideologia da Vergonha e o clero do Brasil. Artigo de William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • Juventude é atraída simbolicamente para a extrema-direita, afirma a cientista política

    Socialização política das juventudes é marcada mais por identidades e afetos do que por práticas deliberativas e cívicas. Entrevista especial com Patrícia Rocha

    LER MAIS
  • Que COP30 foi essa? Entre as mudanças climáticas e a gestão da barbárie. Artigo de Sérgio Barcellos e Gladson Fonseca

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

11 Janeiro 2016

Fundo de População das Nações Unidas divulga relatório sobre o estado da população mundial; mais de 100 milhões no mundo precisam de assistência humanitária; média de desastres naturais chega a 340 por ano; Brasil tem aumentado contribuições financeiras.

A reportagem é de Leda Letra, publicada por Rádio ONU, 03-12-2015. 

O Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, divulgou no mês de dezembro passado o relatório “Abrigo da Tempestade”, sobre a situação da população mundial em 2015.

O levantamento mostra que 100 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, sendo que 26 milhões são mulheres ou garotas adolescentes em idade reprodutiva.

Mortes

Três quintos das mortes maternas ocorrem atualmente em países frágeis devido a conflitos ou desastres e nesse contexto, 507 mulheres morrem por dia pelas complicações da gravidez ou do parto.

O diretor executivo do Unfpa declarou que a saúde das mulheres precisa ter prioridade durante a resposta humanitária. Babatunde Osotimehin disse que “para a mulher grávida ou para a adolescente que sobreviveu à violência sexual, esses serviços são tão vitais quanto água, comida e abrigo”.

Durante crises, diminui o acesso das mulheres e jovens ao planejamento sexual, saúde reprodutiva e com isso aumentam as chances de uma gravidez indesejada ou até mesmo de se adquirir o HIV.

Conflitos

O relatório destaca que com a maior ocorrência de conflitos e de catástrofes no mundo, o Unfpa chegou a responder a crises em 38 países neste ano. Aproximadamente 43% das pessoas pobres vivem em nações onde a situação é frágil.

Segundo o Unfpa, quase 60 milhões de pessoas estão deslocadas devido a conflitos, o maior número desde o fim da 2ª Guerra Mundial. O tempo médio que uma pessoa atualmente permanece como refugiada é 20 anos.

Cerca de 1 bilhão, ou 14% da população mundial, vive em áreas afetadas por conflitos e 78 países se tornaram “menos pacíficos” nos últimos anos.

Enchentes

O estudo do Unfpa também traz números ligados a desastres naturais: nos últimos 20 anos, ocorreram em média 340 desastres por ano. A média de mortes por ano chega a 67,5 mil.

Mais da metade dos desastres naturais ocorre em países ricos, que contabilizam apenas 32% das mortes. Por outro lado, os países de baixa renda enfrentam 44% dos desastres e 68% das mortes.
Enchentes representam 43% de todos os desastres naturais ocorridos entre 1994 e 2014, afetando 2,5 bilhões de pessoas.

Financiamento

Mas segundo o Unfpa, o financiamento recebido não é suficiente para proteger todos os necessitados. No ano passado, as Nações Unidas enfrentaram um déficit recorde de US$ 7,5 bilhões para responder a crises humanitárias.

Neste ano, o Unfpa recebeu menos da metade do financiamento necessário para atender as necessidades essenciais de saúde sexual e reprodutiva de mulheres e adolescentes.

Sobre o financiamento de países emergentes, o relatório do Unfpa cita o Brasil, que tem aumentado suas contribuições. Em 2005, o país havia contribuído com US$ 2,6 milhões e no ano passado, o valor chegou perto de US$ 15 milhões.