Acreditar por experiência própria

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

17 Abril 2015

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 24, 35-48 que corresponde ao Terceiro Domingo da Páscao, Ciclo B, do Ano Litúrgico.
O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

 Fonte: http://www.periodistadigital.com/religion/

Não é fácil acreditar em Jesus ressuscitado. Em última instância é algo que só pode ser captado e compreendido desde a fé que o mesmo Jesus desperta em nós. Se não experimentamos nunca “por dentro” a paz e a alegria que Jesus infunde, é difícil que encontremos “por fora” provas da Sua ressurreição.

Algo assim nos diz Lucas ao descrever o encontro de Jesus ressuscitado com o grupo de discípulos. Entre eles há de tudo. Dois discípulos contam como O reconheceram ao jantar com Ele em Emaús. Pedro diz que lhe apareceu. A maioria ainda não teve nenhuma experiência. Não sabem o que pensar.

Então ”Jesus apresenta-se no meio deles e diz-lhes: ‘Paz convosco´’”. O primeiro para despertar a nossa fé em Jesus ressuscitado é poder intuir, também hoje, a Sua presença no meio de nós, e fazer circular nos nossos grupos, comunidades e paróquias a paz, a alegria e a segurança que dá o fato de sabê-Lo vivo, acompanhando-nos de perto nestes tempos nada fáceis para a fé.

O relato de Lucas é muito realista. A presença de Jesus não transforma de forma mágica os discípulos. Alguns se assustam e ”acreditam que estão vendo um fantasma”. No interior de outros “surgem dúvidas” de todo o tipo. Há quem ”não acredite, tal a alegria”. Outros continuam ”atônitos”.

Assim sucede também hoje. A fé em Cristo ressuscitado não nasce de forma automática e segura em nós. Vai-se despertando no nosso coração de forma frágil e humilde. Ao início, é quase só um desejo.

Habitualmente, cresce rodeada de dúvidas e interrogações: Será possível que seja verdade algo tão grande?
Segundo o relato, Jesus fica, come entre eles, e dedica-se a ”abrir-lhes o entendimento” para que possam compreender o que sucedeu. Quer que se convertam em ”testemunhas”, que podem falar desde a sua experiência, e predicar não de qualquer maneira, mas ”em Seu nome”.

Acreditar no Ressuscitado não é uma questão de um dia. É um processo que, às vezes, pode durar anos. O importante é a nossa atitude interior. Confiar sempre em Jesus. Disponibilizar-Lhe muito mais espaço em cada um de nós e nas nossas comunidades cristãs.