Nasa acredita que encontrará vida extraterrestre em menos de dez anos

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10 Abril 2015

Na medida em que as missões da Nasa exploram o sistema solar e buscam novos mundos, a agência espacial americana fica mais perto de encontrar vida fora de nosso planeta. E está certa de que a encontrará antes de uma década.

A reportragem foi publicada no jornal El País, 09-04-2015.

"As atividades da Nasa proporcionaram uma onda de descobertas assombrosas relacionadas à água nos últimos anos, que nos inspiram a continuar investigando as origens e as fascinantes possibilidades de outros mundos e da vida no universo", disse ontem Ellen Stofan, chefe científica da agência. "Em nosso horizonte vital, podemos muito bem finalmente responder se estamos sós no sistema solar e ir mais além."

"Creio que teremos fortes indícios de vida além da Terra dentro de uma década, e que teremos evidências definitivas dentro de 20 ou 30 anos. Sabemos onde procurar e sabemos como procurar", explicou Stofan durante um encontro informativo da Nasa.

Os elementos químicos na água - hidrogênio e oxigênio - são alguns dos elementos mais abundantes no universo. Acredita-se que vários mundos poderiam possuir água líquida embaixo de suas superfícies, e que muitos outros tenham água em forma de gelo ou vapor. A água se encontra nos organismos primitivos como os cometas e os asteroides e em planetas anões como Ceres.

Acredita-se que as atmosferas e os interiores dos quatro planetas gigantes - Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - contenham enormes quantidades dessa substância, e suas luas e anéis, gelo.

John Grunsfeld, um dos chefes da missão científica da Nasa, compartilhou ontem o otimismo de Stofan: "Creio que estamos apenas a uma geração [de encontrar vida], seja em uma lua gelada ou em Marte". "A Via Láctea é um lugar empapado", afirmou Paul Hertz, diretor da divisão de astrofísica da Nasa.
Talvez os mundos de água mais surpreendentes sejam as cinco luas geladas de Júpiter e Saturno, que mostram uma forte evidência de oceanos sob suas superfícies: Ganimedes, Europa e Calisto em Júpiter, e Encélado e Titã en Saturno.

Os cientistas que usam o telescópio espacial Hubble da Nasa apresentaram recentemente poderosas evidências de que Ganimedes tem um oceano de água salgada embaixo da superfície, provavelmente intercalada entre duas camadas de gelo.

Acredita-se que Europa e Encélado tenham oceanos de água líquida embaixo de sua superfície em contato com a rocha rica em minerais, e poderiam ter os três ingredientes necessários para a vida tal como a conhecemos: água líquida, elementos químicos essenciais para os processos biológicos e fontes de energia que poderiam ser utilizadas pelos seres vivos.

A missão Cassini da Nasa revelou Encélado como um mundo ativo de gêiseres gelados. Outras missões também encontraram indícios de água nas crateras na sombra permanente sobre Mercúrio e a Lua. Em Marte, a Nasa encontrou provas claras de que o planeta vermelho teve água em sua superfície por muito tempo no passado distante. A sonda Curiosity descobriu um antigo leito de rio que existia no meio de condições favoráveis para a vida como a conhecemos.

A missão Dawn da Nasa, entretanto, está estudando Ceres, que é o maior corpo do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Os pesquisadores acreditam que Ceres poderia ter uma composição rica em água semelhante a alguns dos organismos que trouxeram água para os planetas rochosos interiores, incluindo a Terra.

Com o estudo dos exoplanetas - planetas que orbitam outras estrelas -, estamos mais próximos que nunca de averiguar se existem outros mundos ricos em água como o nosso. Cada estrela tem uma zona habitável, ou um grau de distâncias ao seu redor em que as temperaturas não são altas demais nem baixas demais para que exista água líquida.