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Meu tio, o cardeal Martini. Entrevista com Giulia Martini

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15 Outubro 2013

Um homem confiante na consciência das pessoas, de cada pessoa. Este era, acima de tudo, Carlo Maria Martini, o arcebispo de Milão falecido exatamente há um ano. Para fazer memória da sua obra e da sua figura, os jesuítas e a diocese de Milão deram origem a uma fundação. Quem fala a respeito é a sua sobrinha, Giulia.

A reportagem é de Vittoria Prisciandaro, publicada na revista italiana Jesus, setembro de 2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Uma fila imensa, discreta, silenciosa, comovida se estendia na Piazza del Duomo, em Milão, há um ano. No funeral do padre Carlo Maria Martini, o cardeal que, uma vez aposentado, tinha optado por voltar a ser um simples jesuíta, o tributo espontâneo de milhares de pessoas dizia como o austero arcebispo de Milão havia falado pessoalmente a cada um dos presentes.

Através de um magistério e de um testemunho feito de gestos e de escritos que têm a sua marca no "método martiniano", como o define o padre Giacomo Costa, diretor da revista Aggiornamenti Sociali, ou seja, "o constante diálogo com a Palavra e entre as consciências".

Justamente para manter viva a memória desse método, "investigando as suas raízes para poder repropor a sua fecundidade", a Companhia de Jesus na Itália, com a participação da diocese de Milão, no aniversário da morte – 31 de agosto – deu origem à Fundação Carlo Maria Martini, apresentando-a primeiramente ao Papa Francisco.

Uma memória – a do cardeal jesuíta que muitos tinham visto como possível sucessor de João Paulo II – que é muitas vezes associada às iluminadas intervenções sobre a cidade no dia de Santo Ambrósio; à Cátedra dos Não Crentes; aos encontros ecumênicos europeus; ao diálogo sincero e competente com os judeus; às conversas com os terroristas na prisão; à reflexão aberta e respeitosa sobre temas eticamente sensíveis.

Um ano após o seu falecimento, uma recordação menos catedrática e mais familiar é o que Giulia Facchini Martini, a sobrinha do padre Carlo Maria, compartilha com a revista Jesus. Advogada familiarista em Turim, Giulia se ocupa de associações inter- profissionais, ajuda e apoio a pessoas em dificuldade. Ela é filha de Maris, irmã de Carlo.

Eis a entrevista.

O que significou ter o cardeal Martini como tio?

Sobre a figura do cardeal nós sabíamos pelos jornais ou quando íamos encontrá-lo. Ele não era um homem acostumado a se encontrar em família. Ele tinha 17 anos quando foi embora de casa. Agora eu me dou conta de toda uma série de coisas. Por exemplo, só recentemente reencontramos as cartas sobre o Concílio que ele enviava para a minha avó. Sobre a sua atividade pastoral, ele era, obviamente, muito reservado. Muitos episódios ficaram esclarecidos para mim lendo os livros que foram escritos sobre a sua vida.

Você vive em Turim e não era uma "diocesana" dele. Mas, como um simples fiel, qual a impressão que você tinha do seu tio como bispo?

Tanto eu como o meu irmão íamos à escola dos jesuítas. Portanto, o seu modo de testemunhar, para nós, era normal. Nós também tínhamos aprendido a espiritualidade inaciana quando crianças. Os exercícios espirituais, a liberdade dos movimentos juvenis dos jesuítas, que provavelmente não se encontra em outros tipos de movimentos, nós tínhamos no DNA, respirávamos em casa. Todos tínhamos participado das antigas congregações marianas, as atuais CVX. Somos – espero – semelhantes a ele ao lidarmos com todo tema com responsabilidade pessoal, não sob o guarda-chuva de alguém que lhe diz o que você deve fazer ou não. O diálogo, o debate, a reflexão, o discernimento são coisas que aprendemos em casa e depois na escola. E, em um certo momento, como muitos, percebemos na Igreja que ou você pertencia a um movimento, era enquadrado, ou você estava fora. Mas a espiritualidade de Santo Inácio nos formou como homens livres, que pensam singularmente com a própria cabeça, exatamente como o meu tio fazia.

Uma figura muito amada e também muito respeitada, que de perto impunha um pouco de sujeição. Como era o Martini tio?

Quando crianças e adolescentes, ele nos intimidava muito. Ele tinha outro irmão, Francesco, falecido em 1973, que era diferente dele e que, conosco, crianças, era pura brincadeira, presentes, transgressão, um chocolatinho a mais... Ao invés, quando chegava o tio Carlo, tínhamos que ser muito comportados. Ele era muito tímido e também pouco acostumado a estar com as crianças e os adolescentes, não tinha a experiência. Na Gregoriana ou no Instituto Bíblico, ele debatia com pessoas muito mais adultas. Nós o desfrutamos muito mais na última fase da sua vida. Ele estava mais disponível ao contato, ao carinho, à afetividade, ao intercâmbio. Em suma, foi depois que ele se tornou emérito e não estava mais sobrecarregado com compromissos pastorais que a nossa relação cresceu: desde então, ele se tornou o meu tiozinho.

Do social à política, passando pelos temas eticamente sensíveis: quais são – em sua opinião – os caminhos mais interessantes que Martini deixa em aberto?

Acredito que a história de Martini pode ser resumida no seu lema: Pro veritate adversa diligere, para defender a verdade, amar as adversidades. Ele era um homem que nunca teve medo de descobrir as fronteiras, nem mesmo sobre os temas éticos. Sempre no máximo respeito à doutrina da Igreja, seguramente ele abriu caminhos novos. Ele se fazia muitas perguntas, porque era muito curioso...

"Tu querias que falássemos da agonia, da fadiga de ir ao encontro da morte, da importância da boa morte. Morrer certamente é, para nós todos, uma passagem inevitável, assim como, de outro lado, o nascer. E, assim como a gravidez dá a cada dia pequenos novos sinais da formação de uma vida, também a morte se anuncia muitas vezes de longe. Tu também a sentias se aproximar e repetias isso, tanto que, por causa disso, às vezes, brincávamos contigo afetuosamente": este é um trecho do texto que você escreveu para ele logo após a morte do seu tio. Como ele surgiu?

Foi uma experiência muito profunda. Uma série de circunstâncias – não por último o fato de que ainda não eram para mim dias de trabalho frenético – me permitiram estar com ele e só por ele nas últimas 36 horas. Eu sentia que estar presente na separação era um momento importante para mim, para ele e para todos aqueles que estavam ao seu redor, e que devia ser vivido plenamente, sem medo e temores, com uma forte abertura para a dimensão que ele ia viver. Era importante poder acompanhá-lo. Ele brincava afetuosamente comigo, dizia que eu era a mística da família, mas o fato de que, no momento em que expirou, ele ainda estava presente em espírito, eu senti fisicamente. Eu tenho certeza de que o que eu escrevi não eram minhas palavras, mas eram inspiradas. Eu senti fortemente a necessidade de me pôr no computador em um momento em que eu não dormia há 48 horas. Eu joguei tudo o que eu tinha apertado lá dentro de um jato e tomada de uma profunda comoção. Enviei o texto para mim mesma por e-mail e, quando o reli, dois dias depois, eu me disse que certamente não era farinha do meu saco. Nesse sentido, eu digo que houve uma comunhão muito profunda com ele e no Senhor no momento da passagem. É quase como se o meu tio tivesse querido me enviar mais uma vez, através do meu computador, uma mensagem para aqueles que ficavam sobre a morte, que tanto o intimidava, sobre a boa morte. Eu sei que, se eu tivesse contado para ele, ele sorriria e levantaria um pouco os ombros, como dizendo: "Minha sobrinha é um pouco brincalhona, mas nós o sabemos...". Mas, dadas as reações, as dezenas de e-mails e os telefonemas que recebi, eu acho justamente que era isso que ele, guiado pelo Espírito Santo, queria. Mas reitero: daquilo que eu escrevi eu não tenho nenhum mérito, fui apenas o meio. O conteúdo vem de outra dimensão.

Do que nascia a confiança na consciência da pessoa, de cada pessoa, na sua opinião, no padre Carlo Maria?

Eu acho que ele tinha uma bondade de fundo que vinha diretamente do Espírito Santo. Muitas vezes brincávamos com ele dizendo: "Tio, para ti, todos são bons...". Um pouco isso vinha da família: a sua mãe era uma mulher de bondade infinita, ajudou muitas pessoas. Mas também do fato de que ele nunca tinha sido contaminado pela amargura e pela desilusão. Ele conseguia ser sempre entusiasta e confiante. E essa é uma dimensão espiritual, não pode ser de outra forma. Assim como a sua capacidade de ser bispo. Quando ele foi nomeado, nós nos dissemos: "Mas ele não é capaz de fazer esse trabalho. Ele nunca foi nem pároco!". Estávamos muito preocupados, porque conhecíamos a sua timidez e sabíamos que ele não tinha nenhuma experiência pastoral. Quando lhe dissemos isso, ele deu de ombros e respondeu: "Se o papa que é infalível me nomeou, ele deve saber bem o que faz". E encerramos ali.

E quando se falava de Martini como possível papa?

Brincávamos muito com ele por causa daquela que chamamos de caminhada pré e pós-conclave. Ele entrou no conclave dizendo: "Estou doente, estou velho", mancando, apoiado na bengala. Assim que o conclave acabou, ele veio nos visitar em Turim e caminhava perfeitamente. Então eu brinquei com ele: "Tio, não se faz isso. Estão te olhando lá de cima!". E ele se limitou a me olhar com um sorriso um pouco malicioso. Menos mal que não o elegeram papa; digo isso por ele. E, além disso, agora temos Francisco, um belíssimo presente.

Martini, bispo e jesuíta que, no fim, opta por voltar a se fazer chamar padre Carlo Maria. Por que, em sua opinião?

Faz parte da sua humildade. Ele nunca foi contaminado pelo poder que exercia. Ele sempre lidou consigo mesmo com muita autoironia. Quando voltou aos jesuítas, pareceu-lhe natural se fazer chamar de padre Carlo Maria. Eu acredito que ele sofria um pouco, porque ele tinha dois quartos e um pedaço de corredor à disposição e pessoas muito afeiçoadas que cuidavam dele, enquanto os outros padres tinham só um quarto. Ele nunca se identificou com o poder, e essa é uma característica sua extraordinária. Por essa mesma razão, eu penso que ele sempre se manteve distante da família, para que nenhum de nós pensasse que tinha um papel ou obtivesse espaço na vida graças ao seu nome. Ele sempre nos impediu disso, e nós lhe somos muito gratos por isso, porque nos obrigou a utilizar os nossos talentos, sem apoios nem suportes. Era como se ele sempre olhasse de fora. Quando ficávamos sabendo que o presidente da República ou algum outro personagem tinha lhe telefonado, ele sorria, nunca se levava a sério. Talvez justamente por isso ele tinha muita autoridade.

Que testemunho ele lhe deixou a partir de um ponto de vista pessoal?

É um belo desafio estar à altura de um tio assim. Nos momentos de dificuldade, eu sempre pensei no que ele diria e faria, e eu sempre busquei fazer o meu melhor, mesmo com todos os meus limites. Mas o seu lema, Pro veritate adversa diligere, está esculpido no meu coração. Nunca desisti diante das dificuldades, das batalhas civis, no trabalho, na vida pessoal e social. Nesse sentido, ser sua sobrinha foi e é comprometedor. Além disso, nós somos pequenos seres humanos falíveis, com as nossas fraquezas, que ele sempre perdoou. O testemunho é este: "Você tem dez talentos, deve utilizá-los, não deve escondê-los debaixo da árvore". Nesse sentido, a sua memória também é um compromisso sempre grande. É preciso utilizar os talentos, em qualquer campo, não poupar nada, a fadiga, o compromisso. É um testemunho de responsabilidade e de seriedade individual.

Querendo aproximar um jovem da figura do seu tio, o que você lhe aconselharia para começar a ler?

“Diálogos noturnos em Jerusalém” é o texto, a meu ver, mais acessível. Há diversos livros magníficos, mas se alguém tem que começar do zero, ali encontra a suma do seu pensamento. Para mim, um dos livros que eu mais gostei é Israele radice santa, de muitos anos atrás. E também Il Vescovo, o seu último livrinho, é realmente o espelho do tio Carlo como ele era... Devo dizer que é muito difícil viver Martini de fora, ainda mais que ele nunca pediu para que nos tornássemos seus seguidores. Vivemos mais a dimensão doméstica. Quando eu era mais jovem, eu o acusava de ser jesuíta demais. Eu o queria mais combativo entre os muros domésticos sobre alguns problemas que, pouco a pouco, como em qualquer família, se apresentavam. Hoje eu entendo que ele era muito mais para a Igreja do que para a família, e estava certo assim: esse era o seu carisma.

Qual será o papel da Fundação para testemunhar e dar a conhecer a herança do padre Carlo Maria?

 A Fundação nasce para conservar todos os materiais que ele deixou, dos livros aos objetos, e para continuar o seu pensamento. É fundada pelos jesuítas, com a diocese de Milão, e o meu irmão está no conselho de administração como expressão da família, mas nós temos um papel marginal. Ele nunca foi da família. Martini era da Igreja, e é justo que seja assim hoje também.


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