A Lei de Cotas é positiva para as federais? Duas opiniões

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30 Agosto 2012

Sim, afirma Jorge Wethein, doutor por Stanford, presidente do Centro Braileiro de Estudos Latino-Americanos, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 30-08-2012.

Eis o artigo.

O objetivo principal das cotas não é melhorar a universidade, mas tentar democratizar o acesso. Alunos de escolas públicas sempre enfrentaram grandes desigualdades. Concordo plenamente com o clamor dos que falam que é fundamental melhorar a qualidade do ensino básico. E é necessário que isso se acelere. Entretanto, não podemos abrir mão do sistema de cotas mesmo que isso ainda persista no Brasil.

A América Latina é a região mais desigual do planeta e o Brasil, o terceiro mais desigual entre esses países. A educação não está imune a essa desigualdade e estamos tentando corrigir isso e aumentar a qualidade. Temos evidências de que aqueles que já ingressaram nas universidades por cotas estão com rendimento comparável ao dos demais. É hora de concentrar esforços para que a lei tenha o melhor impacto. É fundamental que as universidades tenham um programa de apoio para os ingressantes. Mas não só para os cotistas: o ingresso dos alunos está marcado por grandes deficiências, sejam eles de escolas públicas ou privadas.

Não, defende Leandro Tessler, coordenador de Relações Internacionais da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 30-08-2012.

Eis o artigo>

As cotas são um péssimo movimento no ensino superior. Ainda bem que isso não engloba as universidades estaduais. Defendo ações afirmativas, mas essa lei é arbitrária e impositiva.

No mundo acadêmico, nada substitui o mérito. Esse preceito de sermos todos iguais não vale para a Academia. A universidade é, por natureza, uma meritocracia. O ideal - como ocorre em todos os outros países do mundo - é incentivar as instituições a criarem projetos de ações afirmativas e oferecer estímulos para que cada uma delas pense na melhor forma de incluir esses alunos. Não é por decreto que a gente cria gente capaz e criativa.

Aliás, se a ideia é que a universidade reproduza a mesma realidade da sociedade, a meta é tímida: quase 90% dos formandos do ensino médio são da rede pública. Não deveria, então, ser esse o porcentual? Precisamos criar uma elite intelectual egressa da rede pública e - num país racista como ainda é o Brasil - os negros também têm de receber estímulos. Mas fazer isso em detrimento do mérito não faz sentido algum.

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