Espiritualidade libertadora

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28 Agosto 2012

"O mundo global, empobrecido e violento, está urgindo por uma espiritualidade ecumênica que una suas forças para responder ao desafio profético cristão que demanda uma mudança de época", escreve Marilú Rojas, doutora em Teologia Sistemática pela Universidade Católica de Lovaina, professora de teologia na Universidade Ibero-Americana em Puebla, México e faz  integrande da Associação de Teólogas Itinerantes.

A teóloga estará ministrando uma oficina, no dia 08-10-2012, no Congresso Americano de Teologia. Confira a programação.

Eis o artigo.

O Congresso Americano de Teologia que se realizará em São Leopoldo-RS, cuja finalidade é manter vivo o espírito do Concílio Vaticano II, desperta uma grande esperança para uma nova compreensão e projeção de uma espiritualidade libertadora, capaz de dar resposta aos desafios de uma realidade que demanda uma ética urgente de ecojustiça.

Nós, mulheres católicas do continente americano, somos conscientes que o fenômeno da pobreza (feminilização da pobreza), o novo “holocausto ecológico”, a violência, a violação aos direitos fundamentais de cada pessoa e tantas outras realidades que afetam discretamente as mulheres, as crianças, as populações indígenas e o meio ambiente, nos mantêm numa situação de escravidão.

Essa realidade nos demanda uma resposta a partir de uma espiritualidade profunda e radical no seguimento de Jesus, capaz de transformar essas realidades. E é por isso que a participação das mulheres no dito Congresso é de vital importância para a vida da Igreja latino-americana, pois esta se compõem em sua imensa maioria de mulheres.

Há uma urgente necessidade de repensar a espiritualidade a partir do paradigma ecológico e resgatar a tradição dos místicos que desenvolveram uma espiritualidade fundamentada numa teologia da criação. Tal teologia da criação inspira-se na consciência da inabitação trinitária de Deus em todas as realidades do ser humano (homem-mulher) com seu ser de criatura, e não como amo e senhor, pois este conduz a uma lógica de domínio e exploração que impede relações harmônicas de respeito, justiça e reconhecimento da dignidade dos demais seres.

A espiritualidade profética que tem caracterizado a Igreja latino-americana encontra novos modos e paradigmas de expressão em seu caminhar e estes novos caminhos são: uma espiritualidade ética de ecojustiça, a interculturalidade como caminho de diálogo e enriquecimento mútuo das diversas tradições e expressões religiosas, e a inclusão a partir da perspectiva da mulher, entre outros.

Este mundo global, empobrecido e violento, está urgindo por uma espiritualidade ecumênica que una suas forças para responder ao desafio profético cristão que demanda uma mudança de época. A expressão ecumênica da espiritualidade conduzir-nos-á a mantermos a firme esperança de que “outro mundo é possível”. A esperança ativa e comprometida da espiritualidade libertadora evitará cairmos no sem sentido ou no pessimismo apocalíptico próprio da afluência de diversos movimentos espiritualistas.