Aracruz e a incorporação pela Votorantim – a compra da vergonha

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

31 Agosto 2009

"A “compra” de capital da Aracruz por parte da Votorantim é uma vergonha nacional por ter sido financiada pelo BNDES e sem consulta de nenhum tipo para a população contribuinte (e que no fundo sustenta a todo o aparelho de exercício das relações assimétricas)", avalia Bruno Lima Rocha, cientista político, em artigo que publicamos a seguir.

O Grupo Votorantim que já detinha 84% das ações da empresa conhecida como Aracruz Celulose e Papel, oficializa a incorporação e chama a atenção da mídia de sempre que louva a criação de uma nova empresa. Sim, o nome da gigante da celulose e derivados é Fibria e orgulhosamente as fábricas de sentido desassociados de uma sociedade justa (a chamada mídia corporativa) exaltando a “maior empresa de celulose do mundo”. Nada mal. Para consumir boa parte da água disponível no segundo maior manancial de águas do planeta, teremos sobre o Cone Sul uma malha de deserto verde com vocação para usurpar os recursos naturais não renováveis do Aqüífero Guarani.

Gostaria de me permitir uma ilação, apenas uma. Na 5ª anterior ao assassinato do colono sem terra Eltom Brum da Silva na cidade de São Gabriel (fronteira oeste do RS), a chiadeira geral do latifúndio sob a bandeira de plataforma de exportações de bens primários com tecnologia transgênica era quanto ao aumento do índice de produtividade. "Absurdo"; todos eles gritavam (incluindo na grita os editoriais e falas dos âncoras das mídias corporativas), assim como gritaram e esperneiam diante da proposta de aumento da reserva legal. Um dia depois, em 21 de agosto de 2009, Eltom é assassinado com tiros de 12 com balins de chumbo nas costas. Uma semana depois, no sábado 29 de agosto se consuma a aliança financiada com dinheiro do FGTS e outros recursos públicos. A Fibria, que já nasce devendo a R$ 12 bi é isso.

(cfr. notícia do dia 31-08-09, desta página).