O Vaticano se tornará o primeiro estado com zero emissões

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02 Junho 2017

"Eu gostaria de dizer com clareza e determinação que para a Itália, para a Europa, não muda nada em relação ao compromisso, à obrigação ética e moral assumida pelo Ocidente com o Tratado de Paris sobre o meio ambiente em relação aos Países em desenvolvimento e à preservação da Criação. E não nos preocupa nem mesmo a posição de Trump porque, disso eu tenho certeza, será a própria economia americana que não o seguirá". Essa foi a declaração do Ministro do Meio Ambiente Gianluca Galletti no painel "#CO2 Freeforum / Laudato si’, a sustentabilidade entre comunicação e inovação” promovido no Vaticano, na sede do Instituto Patristico Augustinianum, pela Opel em colaboração com a Enel (estatal de energia italiana) e com o patrocínio da Secretaria Pro Comunicação do Vaticano.

A reportagem é de Paolo Conti, publicada por Corriere della Sera, 31-05-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

Foram discutidas as políticas ambientais, mobilidade verde, energia inteligente e economia circular (a capacidade de produzir sem afetar o meio ambiente e pensando na "segunda vida" do produto) com base nos fundamentos da Encíclica do papa Francisco Laudato si’. Depois foi apresentado o plano para tornar a Cidade do Vaticano o primeiro Estado no mundo com emissão zero.

Durante o debate (moderado na primeira parte, pelo editor do Corriere della Sera Luciano Fontana) Galletti ressaltou que a iminente reunião do G7 Meio Ambiente em Bologna, de 11 e 12 de Junho, foi construída "a partir dos conceitos de ecologia integral e dívida ambiental que o Papa Francisco propõe na Encíclica. Nós não trataremos apenas de economia, tecnologia e inovação, mas também da relação entre a degradação humana e a degradação ambiental".

A prefeita de Roma, Virginia Raggi, em suas considerações iniciais afirmou que “não se pode deixar de concordar com todos os temas da Encíclica. Realmente estamos todos no mesmo barco, todos somos chamados a cuidar da Criação; a administração municipal de Roma aposta bastante na economia circular”. Fontana assinalou que a posição do novo presidente dos EUA representa um grande problema para as relações no G7, mas também pode significar uma oportunidade para a Europa recuperar uma liderança sobre esses temas, e apresentou os outros oradores.

Dom Dario Viganò, chefe da Secretaria do Vaticano para a Comunicação citou uma figura geométrica muito usada por Bergoglio: "Mesmo em questões ambientais é possível uma convergência que não seja apenas um pensamento monolítico e homogêneo. O Pontífice fala em poliedro e não em esfera: para um diálogo sincero e transparente é bom que cada um conserve a sua própria identidade".

Viganò lembrou que a Cidade do Vaticano é o menor País do mundo e descreveu as escolhas, no seu âmbito de ação, para reduzir o impacto ambiental: o projeto para uma administração digital do dicastério para a redução de documentos em papel, a geração digital dos boletins de imprensa, a redução de custos e da energia elétrica nos sistemas de transmissão em FM, e o mesmo para as ondas curtas, e até mesmo a escolha das cores dos armários, o cinza “que permite uma redução de 37% sobre a energia de iluminação".

Karl Thomas Neumann, CEO da Opel, citou de imediato Mary Barra, presidente e CEO da General Motors: "A indústria automobilística vai passar por uma mudança nos próximos cinco anos muito maior da que tem ocorrido nos últimos cinquenta".

Ele prenunciou um futuro aonde a mobilidade pessoal não vai mais passar pela posse de um carro, mas pelos quilômetros percorridos, perguntando-se retoricamente se é aceitável um mundo onde os trabalhadores perdem cem horas de tempo ao ano em engarrafamentos ou em que morrem diariamente três mil pessoas em acidentes rodoviários. Num futuro próximo, assegurou, os robô-taxis vão dominar as nossas estradas.

O Diretor de Sustentabilidade e Inovação da Enel, Ernesto Ciorra, delineou uma estratégia de negócio "para um futuro energético composto, até o ano 2050, por 100% de energias renováveis, sem carbono".

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