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“A pós-verdade é o último golpe de misericórdia dado à nossa razão ocidental”, diz José González Faus

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16 Mai 2017

“Há uma outra forma de acesso à realidade que tem a ver não com o Logos (razão ou palavra) grego, mas com o Debar hebraico, que traduzimos também como palavra, mas que tem o sentido de entrega e ação”, escreve José Ignacio González Faus, teólogo espanhol, em artigo publicado por Religión Digital, 15-05-2017. A tradução é de André Langer.

Eis o artigo.

Essa pós-verdade que está na moda, é menos nova do que parece: Kant já ensinou que o nosso conhecimento não acede à realidade; mas o disse com palavrões tão difíceis (como noúmeno e “Anschauungsvermögen”) que quase ninguém tomou conhecimento. Também Nietzsche falou da não-verdade como condição de vida e de que a tarefa do filósofo é “criar valores”. Depois, o poeta nos disse que “nada é verdade nem mentira”, que “as coisas são da cor dos óculos com que se olha”.

E não apenas a cor: agora vem a física quântica e nos diz que as coisas deixam de ser o que são quando as observamos ou nos aproximamos delas. Ou seja, que filosofia, poesia e ciência estão muito próximas.

Significa isso que, ao acabar-se a verdade não há outro absoluto senão a “minha opinião” (nem mesmo “minha verdade”, como diria Machado)? Parece que sim, vista essa forma de comportamento que se transformou em pauta quase universal: em nome da liberdade de expressão tenho o direito de dizer que você é um filho da puta (sobretudo se você é cristão); e se, por isso, você me chama de mal educado ou recorrer ao juiz, pedirei que anulem a sua demanda porque “incita ao ódio”...

Pode a pós-verdade justificar este tipo de comportamento? Penso que não. A pós-verdade é, na verdade, o último golpe de misericórdia dado à nossa razão ocidental, e pode significar a morte do logos grego com o qual o homem acreditava aproximar-se e apreender a realidade.

Significa isso que ficamos cegos? João da Cruz diria que não: isso quer dizer apenas que ficamos “na noite”; mas ainda podemos caminhar com “outra luz e guia” que arde no coração. Ou seja: talvez haja outra aproximação ao real diferente do ser e mais importante que esta.

Há quase dois séculos, H. Lotze cunhou uma frase famosa: “os valores não são, valem”. Lembro o quanto essa frase irritava o meu professor de Metafísica: “como pode valer algo que não é nada?” Mas, talvez, Lotze queria dizer outra coisa: que temos mais acesso ao valer dos valores que ao ser das coisas, e nosso melhor acesso à realidade é mais valoral que ontológico.

Essa outra forma de acesso ao real não é grega, mas bíblica. O vocábulo grego que traduzimos como verdade (aletheia) significa etimologicamente desnudamento, desvelamento. Ao passo que a palavra hebraica (emeth) significa veracidade, autenticidade, lealdade. Essa diferença de perspectiva tem muito a ver com o acesso ao real: se alguém desnuda ou possui uma mulher à força, o normal é que ela não se entregue. Se, ao contrário, é ela que se desnuda livremente, então haverá entrega.

Isso tem muito a ver com a questão da pós-verdade: a forma ocidental de conhecimento tem algo de violação; ao contrário, em hebraico, um significado primário do verbo conhecer é a relação sexual: só um judeu (Marc Alain Ouaknin) pôde escrever um livro intitulado Elogio da carícia, que não é um tratado de relações amorosas, mas... uma teoria do conhecimento!

Tudo isso necessitará mais de dois matizes e distinções, porque é evidente que a razão grega deu origem à técnica, à qual tanto devemos, embora também seja inegável que a tecnocracia é hoje um dos nossos fatores mais desumanizadores e, além disso, se está sobrecarregando o Planeta a passos de gigante.

Mas, postos esses matizes, segue em pé uma conclusão decisiva: há uma outra forma de acesso à realidade que tem a ver não com o Logos (razão ou palavra) grego, mas com o Debar hebraico, que traduzimos também como palavra, mas que tem o sentido de entrega e ação. Quando o prólogo do quarto Evangelho quer definir o que nos foi dado por Jesus Cristo, chama-o de “a verdade como dom gratuito” (charis kai aletheia, de acordo com a tradução do meu colega O. Tuñi). E nesse Evangelho, que fala tanto da verdade (“a verdade vos libertará” etc.), verdade significa propriamente o amor de Deus revelado em Cristo.

Aqui encontra o seu lugar a famosa tese de Karl Marx: “Até agora os filósofos interpretaram o mundo; a questão é transformá-lo”. O que, novamente, precisará de alguma nuance, pois não é possível transformar sem uma mínima interpretação, sob pena de que, em vez de transformar, estraguemos mais ainda; mas, é válido como crítica da opressora razão ocidental. Por isso, me encanta, em castelhano e catalão, o uso da palavra “bem” como superlativo: dizer que algo é “bem grande” ou bem bonito tem um matiz qualitativo carinhoso, diferente do mero ser “muito grande”, que soa apenas quantitativo.

Também se compreende a partir daqui a tese de Simone Weil: não haverá um mundo respeitoso com os direitos humanos, enquanto não houver uma Declaração dos Deveres Humanos. Podemos intitulá-la melhor: Declaração dos Caminhos (ou dos Valores) Humanos. Mas, sem ela, os direitos humanos continuarão a ser o que são quase sempre hoje: uma arma para exigir dos outros como quero que me tratem, mas não uma orientação de como eu devo tratá-los. E desaparecerá aquela famosa frase, centro do espírito democrático: “abomino o que está dizendo; mas daria a minha vida para que continue a dizê-lo”...

Por isso, não seria ruim que, após criticar tanto uma particular “homofobia”, começássemos a denunciar toda heterofobia.


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