A grande fuga dos mosteiros e conventos: cai o número de religiosos e religiosas

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03 Fevereiro 2017

A fuga é silenciosa, constante, implacável. A queda numérica não oferece trégua e, ano após ano, obriga a Congregação dos Religiosos – uma espécie de ministério responsável pelas ordens no mundo – a compilar estatísticas negativas, sintetizando um declínio imparável.

A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada no jornal Il Messaggero, 01-02-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

As irmãs são aquelas que, em uma década, experimentaram a queda mais consistente, passando de 800 mil no ano 2000 para 693 mil em 2013. O Papa Francisco, na manhã de sábado, ao receber um grupo de religiosos, definiu o fenômeno como uma verdadeira “hemorragia”. É difícil dizer que ele está errado.

Os sinais do crepúsculo do mundo religioso, masculino e feminino, são facilmente identificáveis até mesmo nas notícias. Na Bélgica, assim como na Holanda ou na França, muitos institutos religiosos, por falta de vocações, são forçados a fechar casas, vender propriedades, fundir-se com outras comunidades, a fim de sobreviver. Muitas vezes, no passado, quem esteve em busca de estratégias alternativas foram até institutos religiosos que, para não morrer, dada a queda das vocações e a elevada idade das freiras restantes, facilitavam a entrada de jovens estrangeiras, indo recrutá-las em vilarejos remotos nas Filipinas ou em diversos países africanos.

O problema enfrentado pelo mundo religioso não é brincadeira. Ao declínio fisiológico, deve-se acrescentar também o fenômeno daqueles que, sendo monges ou freiras, abandonam os votos perpétuos para fazer outras experiências de vida, talvez para se casar, ou simplesmente para se afastar de um ambiente incapaz de satisfazer plenamente as expectativas.

De fato, no ano passado, mais de 3.000 deixaram a vida consagrada. Um balanço muito pesado e alarmante. Dom José Rodríguez Carballo, secretário da Congregação para os Religiosos, em cinco anos, autorizou 11.805 dispensas: certificados de indultos para deixar o instituto, decretos de demissão, secularizações ad experimentum, secularizações para serem incardinados em uma diocese. Com uma média anual de 2.361 dispensas.

A essa hemorragia, soma-se outra, desta vez contabilizada pela Congregação para o Clero (da qual dependem os sacerdotes diocesanos). Foram autorizadas por ela 1.188 dispensas.

Somando os dados, deixaram a vida religiosa 13.123 religiosos homens e mulheres, com uma média anual de 2.626. “Os números não são tudo, mas seria ingênuo não levá-los em conta.” As razões dessa derrota são múltiplas.

Carballo, franciscano, tenta dar uma resposta: “Vivemos o tempo do zapping: isso significa não assumir compromissos de longo prazo, passar de uma experiência para outra, sem fazer nenhuma experiência de vida. Em um mundo onde tudo é facilitado, não há lugar para o sacrifício, nem para a renúncia, nem para outros valores. Ao contrário, a escolha vocacional exige ir contra a corrente”.

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