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26 Novembro 2013

A história dos magos que veem a estrela surgir (tòn astéra en têi anatolêi), e que os guia depois do nascimento do Salvador, é lida em algumas passagens do segundo capítulo do Evangelho de Mateus. O termo astér não indica propriamente um cometa. Na realidade, a "coisa" celeste assumiu cada vez mais tais semelhanças depois que Giotto, impressionado com a passagem do cometa Halley (1301), representou a estrela da Natividade com uma longa cauda na Capela dos Scrovegni, em Pádua.

A nota é de Armando Torno, publicada no jornal Corriere della Sera, 25-11-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Pode-se dizer que desde o século XV esse detalhe viu um notável destino, principalmente quando seria retomado nas representações do presépio. Também é preciso dizer que o mundo antigo registra um longo debate sobre a natureza das estrelas. Fílon de Alexandria, filósofo judeu que vive nos anos em que inicia a era cristã, no De Opificio Mundi, além de em outras obras, fala das estrelas como de seres vivos, de gênero inteiramente espiritual.

Analogamente os platônicos e os estoicos já haviam se expressado sobre a questão. Até mesmo Aristóteles não escolheu uma tese definitiva sobre o assunto. Orígenes Adamâncio, de Alexandria, um dos maiores filósofos e teólogos do cristianismo primitivo, que viveu entre os séculos II e III, interpretou o fato astral descrito por Mateus como um evento natural e não milagroso.

E entre as milhares hipóteses que se debruçaram sobre esses versículos, lembramos a de São Jerônimo, ativo entre os séculos IV e V, que rejeitou a ideia que circulava em alguns textos cristãos, ou seja, de que as estrelas podiam ser consideradas anjos.

No entanto, foi preciso chegar ao Concílio de Constantinopla II, convocado por Justiniano em 553, para poder afirmar que planetas e estrelas não são dotados de uma alma.