Pesquisa avalia relação entre a escolha pelo carro particular e a qualidade do transporte público

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10 Julho 2014

Alessandro Rodrigues sofre com o trânsito diário para chegar ao trabalho. Morador do Riacho Fundo I, o assistente administrativo da UnB precisa sair de casa às 6h30 para iniciar a jornada às 8h. A demora no trajeto de 27 km é consequência do tráfego congestionado das grandes cidades.

A reportagem é de Ádlia Tavares, publicada por Secretaria de Comunicação da UnB/UnB Agência, 09-07-2014.

No Brasil, a estimativa é de que um a cada quatro habitantes possua automóvel. A proporção é maior em Brasília, onde existe um carro particular para cada dois habitantes.

O servidor público prefere o automóvel ao ônibus, mesmo já tendo ouvido falar que o coletivo é mais rápido. “É uma questão de comodidade”, diz Alessandro. Para o psicólogo e pesquisador Fábio de Cristo, a opção dos brasileiros pelo carro próprio é uma questão de hábito. “O uso do automóvel pode ser considerado um automatismo que não passa pelo crivo do usuário”, explica ele, que se dedica a estudos sobre comportamento no trânsito.

Mas, se o brasileiro não reflete sobre a iniciativa de usar o automóvel, por que as estradas, ruas e rodovias do Brasil estão cada vez mais cheias? Para Fábio de Cristo, esse é um reflexo do incentivo exagerado ao consumo de carros particulares, com a redução do IPI, por exemplo. “Um dos princípios da política nacional de trânsito é o estimulo ao uso de transporte coletivo. No entanto, o Brasil negligencia essa diretriz em detrimento de estratégias econômicas”, afirma.

O psicólogo defende uma estratégia oposta a tomada pelos governantes. “É preciso tomar medidas de impacto, que dificultem o acesso ao transporte particular, para que as pessoas passem a deliberar sobre a melhor opção para mobilidade urbana”, garante. Nessa expectativa, Fábio aponta a cobrança em estacionamentos públicos como uma das medidas para a contenção do crescimento das frotas de automóveis do país.

“Se o indivíduo constata que andar de carro é mais difícil, ele poderá voltar a deliberar e escolher usar o ônibus”, avalia. Nesse ponto, o especialista afirma que será necessário que o cidadão, ao tomar a decisão de utilizar o transporte coletivo, encontre um sistema público de qualidade.

“Senão ele voltará a usar o carro ou poderão acontecer consequências psicológicas, como sentimento de injustiça, sofrimento e revolta”.

Fábio de Cristo realizou uma tese de doutoramento orientado pelo professor Hartmut Gunther, do Instituto de Psicologia da UnB, e durante quatro anos entrevistou centenas de brasileiros, de diferentes estados do país, sobre comportamento no trânsito. O pesquisador desenvolveu o estudo “O hábito de usar automóvel tem relação com o transporte coletivo ruim?”, em que explica comportamentos e aponta contribuições para a questão da mobilidade urbana no país.

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