Papa pede que religiosos declarem guerra contra o “terrorismo das fofocas”

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12 Novembro 2014

As ordens religiosas e comunidades devem combater o “terrorismo das fofocas”, que é ainda pior do que um confronto físico ocasional, disse o Papa Francisco, que foi provincial jesuíta na Argentina.

Ao se encontrar na sexta-feira com os superiores das ordens religiosas masculinas da Itália, que somadas resultam num total e quase 19 mil membros, o papa disse que a forma como as ordens religiosas vivem deveria atrair as pessoas a Cristo e à Igreja e ser um modelo para os católicos com relação a criar harmonia entre um grupo variado de pessoas que se juntam por causa de um chamado comum.

A reportagem é de Cindy Wooden, publicada pelo Catholic NewsService, 07-11-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

“Por favor”, disse ele aos superiores, “que não haja entre vós o terrorismo das fofocas! Joguem-no fora! Que haja fraternidade. E se você tem algo contra o irmão, diga na cara dele. Às vezes isto pode acabar em socos”, acrescentou, fazendo rir os religiosos que o ouviam. “Isso não seria um problema. O confronto físico é sempre melhor do que o terrorismo das fofocas”.

Nesta cultura moderna, dominada pelo individualismo, de afirmação dos direitos individuais e de uma “cultura que corrói a sociedade, começando por sua unidade primária, que é a família”, acrescentou o pontífice, manter uma vida fraternal saudável das ordens religiosas acaba demonstrando ao mundo que é possível que as pessoas vivam juntas como irmãos e irmãs, ajudando-se mesmo quando esta ajuda significa deixar de lado os seus próprios interesses.

“E isto é importante”, disse o papa. As comunidades das ordens religiosas espelham o que as comunidades civis são frequentemente: um grupo de pessoas com diferentes idades, habilidades e interesses. São pessoas chamadas à cooperação e ao respeito mútuo.

Porém numa comunidade religiosa, “tentamos viver como irmãos”, disse. “Com certeza, nem sempre temos sucesso, cometemos erros porque todos somos pecadores, mas reconhecemos que erramos, pedimos perdão e oferecemos perdão”.

Um exemplo assim, falou, “é bom para a Igreja. Ele faz a fraternidade circular no corpo de Cristo. E é bom para a sociedade também”.

A forma como os religiosos e as religiosas vivem os seus votos de pobreza, castidade e obediência deve também ajudar a Igreja a crescer, segundo o papa, pois ela atrai a atenção e faz as pessoas se perguntarem por que um homem – ou uma mulher – hoje escolheria viver desta maneira.

A razão por que os religiosos vivem os seus votos deve ser Jesus Cristo, concluiu. A identidade particular ou o enfoque particular de uma ordem específica – o seu carisma – jamais deve ser uma que acabe fazendo perder a atenção na centralidade de Cristo.