Região Metropolitana de Porto Alegre - Nível de retração ocupacional foi o maior desde 1993

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27 Janeiro 2017

A Fundação de Economia e Estatística – FEE divulgou a Pesquisa de Emprego e Desemprego da Região Metropolitana de Porto Alegre – PED/RMPA para o ano de 2016. Os dados consolidados do referido ano mostram uma retração de 4,7% do nível ocupacional e uma diminuição de 83 mil ocupados.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, compartilha a pesquisa da FEE sobre a movimentação no mercado de trabalho na RMPA no ano de 2016.

Eis o texto.

Como em 2015, a taxa de desemprego total registrou acentuado crescimento, passando de 8,7% em 2015 para 10,7% em 2016, acrescentando 33 mil pessoas no contingente de desempregados (estimado em 202 mil indivíduos). O rendimento médio real dos ocupados também teve grande redução em 2016, comportamento que havia se verificado no ano anterior, com quedas de 8,0% para os ocupados e de 7,3% para os assalariados. Em 2016, o rendimento médio real passou a corresponder a R$ 1.945, e o salário médio real, a R$ 1.905, sendo o menor salário médio real desde o início da série em 1993.

O desempenho negativo do mercado de trabalho se evidenciou em todos os aspectos que envolvem a pesquisa. De acordo com a economista da FEE Iracema Castelo Branco, esse resultado expressa a conjuntura recessiva da atividade econômica. “Caso não tivéssemos a diminuição da força de trabalho com a saída de 50 mil pessoas do mercado de trabalho, a taxa de desemprego teria sido ainda mais elevada.

Destaca-se que a População em Idade Ativa (PIA) — indivíduos com 10 anos ou mais — apresentou variação positiva de 0,4% em 2016, chegando a 3.556 mil indivíduos. Já a PEA, que corresponde à força de trabalho, ou seja, à parcela da PIA que se encontra ocupada ou desempregada, evidenciou redução (-2,6%), passando para 1.888 mil pessoas. Em decorrência desses comportamentos, a taxa de participação diminuiu de 54,7% em 2015 para 53,1% em 2016, situando-se no menor nível de toda a série histórica da Pesquisa”, explica.

De acordo com os dados, houve redução em todos os setores da atividade econômica: nos serviços (menos 52 mil, ou -5,2%), na indústria de transformação (menos 21 mil, ou -7,2%), no comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 4 mil, ou -1,2%) e na construção (menos 1 mil, ou -0,8%).

A retração do nível ocupacional deveu-se à diminuição do emprego assalariado (menos 83 mil, ou -6,6%), determinado pela redução no setor privado (menos 61 mil, ou -5,8%) e no setor público (menos 21 mil, ou -9,8%).

No âmbito do setor privado, ao contrário do verificado no ano anterior, houve retração do assalariamento com carteira assinada (menos 63 mil, ou -6,6%) e aumento no sem carteira assinada (mais 2 mil, ou 2,2%).

Em relação aos demais contingentes, observou-se aumento dos empregados domésticos (mais 2 mil, ou 2,2%) e redução para o agregado outros (menos 2 mil, ou -1,1%), que inclui empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais liberais, etc. Já os trabalhadores autônomos, apresentaram estabilidade.

De acordo com Iracema os dados revelam que os postos de trabalho que estão sendo eliminados são aqueles de maior qualidade, como o assalariado com carteira assinada, “indicativo de um processo de precarização do mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre”.

Dezembro

Em dezembro de 2016, a taxa de desemprego total manteve-se praticamente estável, passando de 10,8% para 10,7% da PEA. A taxa de desemprego aberto teve redução de 9,3% para 9,0% da PEA, enquanto a taxa de desemprego oculto registrou comportamento antagônico, uma vez que aumentou de 1,4% para 1,7%.

Relevância da Pesquisa

A divulgação dos dados também enfatizou a atualização tecnológica da PED para o compartilhamento das séries históricas e das informações levantadas mensalmente pela maior pesquisa de campo sobre o mercado de trabalho realizada no RS. O estatístico da FEE Rafael Caumo, supervisor da PED, destacou as inovações do site lançado neste mês, totalmente desenvolvido pelos técnicos da FEE, que facilita o acesso aos levantamentos produzidos. “É uma grande equipe dedicada ao levantamento, análise e manutenção minuciosa de uma pesquisa de grande relevância, especialmente em momentos de crise como esta. Diante do risco dessa pesquisa ser interrompida, é importante ratificar a riqueza de dados e a aposta em tecnologia que garanta seu acesso público. No novo site (http://ped.fee.tche.br/), estão disponíveis metodologia, resultados e estudos, microdados e pesquisas suplementares”, explica Rafael.

O Diretor Técnico da FGTAS, Darci Cunha, também destacou a importância de reconhecer o trabalho de pesquisa. "Sem essas informações seria como gerir um ponto cego. Absoluto reconhecimento à importância e qualidade do trabalho da PED conduzido pela FEE, FGTAS e DIEESE”, destaca.

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