Algo para re-dizer: uma (segunda) reflexão sobre a Igreja e a pandemia

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30 Junho 2021

 

"Uma contribuição para a reflexão eclesial e cultural, numa passagem delicada, para apreender a tragédia que vivemos e continuamos a viver como uma oportunidade para reencontrar prioridades perdidas e para relançar uma experiência de comunidade e de fraternidade".

O comentário é de Andrea Grillo, teólogo italiano e professor do Pontifício Ateneu Santo Anselmo, em artigo publicado por Come Se Non, 21-06-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Eis o artigo. 

O mesmo grupo que se reuniu pela primeira vez no período mais duro do "lockdown" em março de 2020 e continuou a "reunir-se" sempre rigorosamente "on-line", depois de ter escrito em maio de 2020 um primeiro e-book (Dalle finestre di casa) agora publica um novo e-book; Qualcosa da ri-dire (Algo para re-dizer, em tradução livre). Ambos podem ser baixados gratuitamente no site das edições Queriniana. Nesse meio tempo o grupo enriqueceu-se com novos membros e constitui uma "comunidade de reflexão" que coloca questões e perspectivas em torno da surpreendente novidade de um mundo e de uma Igreja que, diante da emergência sanitária, descobriu dinâmicas ocultas, apreciou dimensões subestimadas, repensou hábitos ​​e remodelou prioridades. Está aqui definida, na Introdução, a intenção fundamental deste segundo volume:

 

Retorno do idêntico?

Reprodução da capa do livro

 

Na troca de experiências e reflexões do novo grupo ampliado, emergiu desde logo a dificuldade posta pela segunda e terceira ondas da pandemia. Um ano após o primeiro lockdown, reencontramo-nos quase nas mesmas condições de limitação e de rarefação

dos encontros pessoais, ainda fortemente condicionados pela presença do vírus, mais desgastados psicologicamente e mais conscientes da complexidade da crise provocada pela pandemia. 'Nada mais será como antes', costumávamos dizer no ano passado, mas neste 2021 sentimos uma sensação de déja-vu, de retorno do idêntico.

Nos diferentes âmbitos da vida (família, trabalho, igreja ...) alternaram-se curtos períodos de retomada com novas quarentenas, com uma crescente sensação de precariedade e cansaço no cotidiano.

A sensação foi a de ser periodicamente mandados de volta à casa de largada, de ter que recomeçar sempre tudo de novo. O prefixo 're-' é perfeitamente adequado para expressar a reiteração, a sensação de impotência, a dificuldade de imaginar o futuro e fazer planos.

No entanto, é precisamente nessas fissuras das nossas habituais certezas que uma nova visão pode surgir: o prefixo 're-' também tem um significado regenerativo e dinâmico,

exprime o empreendimento com nova energia de um caminho ou de uma obra, indica uma novidade, uma nova forma de enfrentar e ver a realidade.

A realidade inédita desta passagem histórica exige ser 'dita'com palavras novas, mas ainda assim antigas, que possam servir como chaves para a interpretação do tempo

presente: propomos seis (saúde-salvação, cuidado, confiança, hospitalidade, trabalho e gerações). Nas diferentes reflexões são 're-ditas' para lançar uma luz de significatividade sobre a nossa experiência.

'Re-dizer' significa, de fato, repetir, reiterar, retornar às origens, recolhendo o legado de palavras que enervaram a espiritualidade e a teologia cristãs, mas significa também introduzir uma interpretação crítica e dinâmica, aberta ao novo, capaz de desmascarar fixismos e preconceitos.

O prefixo "re-", em sua potencialidade geradora, chama de volta à ação: ao lado das seis palavras, este texto propõe seis verbos (re-compreender, re-conhecer, re-partir, re-entregar, re-vitalizar, re-criar).

Palavras e ações, redescobertas e restituídas ao presente da história, através de reflexões escritas a várias mãos, por pessoas diferentes por competências e linguagem, mas unidas

pela urgência de re-dizer a razão da nossa esperança".

Uma contribuição para a reflexão eclesial e cultural, numa passagem delicada, para apreender a tragédia que vivemos e continuamos a viver como uma oportunidade para reencontrar prioridades perdidas e para relançar uma experiência de comunidade e de fraternidade, que a existência eclesial e a existência civil sentiram, nunca como neste tempo, como uma tarefa decisiva.

 

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