Conselho de cardeais propõe consulta a leigos e religiosos para a nomeação de bispos

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17 Junho 2017

Com um espírito de "saudável descentralização", o Conselho de Cardeais, o chamado C9, terminou no último dia 14 a sua vigésima reunião iniciada na segunda-feira 12 de junho, para estudar a possibilidade de transferir alguns poderes dos dicastérios romanos para bispos locais ou conferências episcopais.

A reportagem é de Salvatore Cernuzio, publicada por La Stampa-Vatican Insider, 14-06-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.

"Há casos especiais em vários Dicastérios da Cúria que estão aguardando em Roma e não precisariam necessariamente esperar" podendo ser resolvidos rapidamente nas Igrejas locais, disse o porta-voz vaticano Greg Burke, em uma coletiva na Sala de Imprensa do Vaticano sobre o andamento do encontro.

O Papa participou de todas as reuniões (exceto pela audiência geral da manhã do último dia), enquanto esteve ausente o cardeal de Boston, Sean O'Malley, em convalescência devido a uma pequena cirurgia ortopédica. "Ele estará presente no Consistório de 29 de Junho", garantiu Burke, ressaltando que: "As sessões de trabalho foram dedicados a aprofundar as formas com que a Cúria Romana poderia melhor servir as Igrejas locais. Este é um dos principais objetivos da C9". Em especial, as reflexões dos nove cardeais conselheiros focaram-se no tema de uma consulta mais ampla, abrangendo membros da vida consagrada e das ordens religiosas e laicas, para os candidatos propostos para nomeação a bispo. "É algo que já está acontecendo, mas queremos ampliar ainda mais", evidenciou o porta-voz.

Também foi analisada a proposta de transferir da Congregação para o Clero na Conferência episcopal, o exame e a autorização para ordenar padre um diácono permanente não casado; a passagem para um novo casamento de um diácono permanente viúvo; a demanda de acesso à ordenação sacerdotal de um diácono permanente viúvo.

Sob a lente do Conselho que auxilia o Papa na reforma e no governo da Igreja, também passaram vários Dicastérios da Cúria, começando com a Congregação para a Evangelização dos Povos (Propaganda Fide). Depois foram estudados e relidos os textos a serem submetidos ao Papa sobre os Conselhos Pontifícios para o Diálogo Interreligioso e para os Textos Legislativos, a Congregação para as Igrejas Orientais, e os três tribunais: a Penitenciaria Apostólica, o Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica e o Tribunal da Rota Romana.

Como é de praxe em todas as reuniões, o cardeal australiano George Pell apresentou uma atualização sobre o trabalho da Secretaria de Economia da qual é prefeito. "Uma atenção especial - relatou Burke - foi dada aos passos dados no processo de planejamento dos recursos econômicos e no monitoramento dos planos financeiros para o primeiro trimestre de 2017, que substancialmente confirmaram, com poucas exceções, os números do orçamento. Em suma, "vamos começar o processo de orçamento para o ano de 2018 e o monitoramento para o segundo trimestre de 2017".

Nada foi falado sobre os recentes inquéritos na Austrália sobre os supostos abusos atribuídos ao cardeal Pell, que foram iniciados após a publicação, em meados de maio, de diversos artigos e de um livro.

"Evidentemente não foi um assunto abordado nas reuniões, não faz parte da agenda", atalhou o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano.

Na agenda, ao contrário, estava prevista a intervenção do Prefeito da Secretaria de Comunicações, monsenhor Dario Edoardo Viganò, que apresentou um relatório sobre a situação da reforma do sistema de comunicação da Santa Sé, ilustrou o desempenho econômico e operacional do Dicastério, mostrando os resultados. "Resultados positivos" esclareceu o porta-voz vaticano. Viganò, em seguida, explicou os projetos em fase de conclusão do novo sistema de comunicação, em consonância com o que foi especificado pelo Papa em seu discurso na primeira plenária do Dicastério, em 4 de maio passado.

Greg Burke, por sua vez, respondeu a uma pergunta sobre a carta que circulou no dia anterior no Vaticano, na qual o decano do Colégio dos Cardeais, Angelo Sodano, solicitava a todos os cardeais residentes em Roma que indicassem a data e o lugar onde estarão durante as férias de verão, ainda mais no caso de uma ausência prolongada de Roma. Esse tipo de "disponibilidade" cardinalícia já estava em vigor no Vaticano, mas não vinha sendo usada há mais de 30 anos. Para Greg Burke é, no entanto, "uma boa tradição que deve ser mantida".

A próxima reunião do Conselho de Cardeais, a vigésima primeira, será realizada nos dias 11, 12 e 13 de setembro de 2017. O Papa Francisco "chegará um pouco 'atrasado", pois estará retornando justamente no dia 11 de uma viagem para a Colômbia, brincou Burke: "Ele estará com jet lag, mas ainda assim quer participar".

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