Identidade e vocação da capital gaúcha

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10 Julho 2019

"Potencial não explorado gera um vácuo cujo risco é ser preenchido por outros projetos, frontalmente contrários. Se não gerarmos desenvolvimento econômico com a paisagem à beira d´água na capital gaúcha, acreditaremos que a melhor alternativa é explorar carvão, poluente da água e depois do ar, caso for instalado o Polo Termoquímico proposto pela Copelmi, autora do projeto da Mina Guaíba", escreve Montserrat Martins, psiquiatra, autor de “Em busca da alma do Brasil”, em artigo publicado por EcoDebate, 08-07-2019.

Eis o artigo.

O fluxo a Porto Alegre de turistas do Mercosul na Copa América, como já fora na Copa do Mundo com turistas internacionais, é um “trailer” de um potencial inexplorado. Mais de 100 milhões de chineses viajam ao exterior por ano e lá gastam bilhões de dólares, um volume de despesas comparado ao PIB de muitos países. Mas apenas 50 mil destes tem o Brasil como destino, porque não existe um trabalho profissional de atração destes turistas. Esse é apenas um exemplo de um “filão de ouro” que desperdiçamos ao não explorar, nessa época em que tanto precisamos de desenvolvimento econômico.

Gramado e Canela, perto da Capital, são um sucesso turístico, que se soma ao potencial dos cânions de Cambará do Sul (sob gestão da iniciativa privada), aliás mais belos que o Grand Canyon americano. Porto Alegre estaria na rota de um pacote turístico de grande potencial atrativo, ainda mais se fosse viabilizado o Parque do Morro Santa Teresa, ideia aventada no governo Ieda e abandonada, Parque que se tornaria atrativo turístico se incluísse um Teleférico unindo o morro à Orla do Guaíba.

A nova Orla reacendeu a paixão dos porto-alegrenses pela beira do rio, isso que só uma etapa foi feita, faltando um bom aproveitamento dos armazéns do cais e da extensão da nova orla em direção ao antigo estaleiro. No próprio Brasil há muitos exemplos de bom aproveitamento de áreas assim para turismo, que vão desde as Docas de Belém do Pará – um sucesso de público – até o teleférico que une o morro ao centro de Poços de Caldas, no interior mineiro, exemplo de sucesso em turismo. O Delta do Jacuí é paraíso ecológico inexplorado ao contrário do Delta do Parnaíba, no Piauí, com rotas turísticas de barcos entre suas ilhas.

Economistas sabem que cada região tem uma vocação econômica, que decorre de sua própria localização e recursos naturais. Porto Alegre, desde o nome a seu símbolo – o por do sol do Guaíba – lembra justamente o que? A beleza da cidade à beira do Guaíba que até hoje, como na propaganda da cerveja Polar, parece que queremos só para nós mesmos, não queremos exportar.

Potencial não explorado gera um vácuo cujo risco é ser preenchido por outros projetos, frontalmente contrários. Se não gerarmos desenvolvimento econômico com a paisagem à beira d´água na capital gaúcha, acreditaremos que a melhor alternativa é explorar carvão, poluente da água e depois do ar, caso for instalado o Polo Termoquímico proposto pela Copelmi, autora do projeto da Mina Guaíba. Se os antigos chegavam a tomar banho de mar no Guaíba, corremos o risco de não poder mais sequer beber sua água. Temos uma escolha entre vocação e imediatismo a fazer.

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