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Naquele dia em Santa Marta, Francisco estava desesperado. Artigo de Luca Casarini

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01 Novembro 2025

"Tenho certeza de que Francisco pensou que - após o terremoto, era indispensável poder reabrir de dentro as portas de uma Igreja que, se não for missionária e misericordiosa, torna-se apenas uma instituição vazia - seria necessária a reconstrução sobre novos alicerces", escreve Luca Casarini em artigo publicado por l'Unità, 28-10-2025. A tradução é de Luisa Rabolini. 

Luca Casarini é líder histórico dos Centros Sociais, dos No Globals italianos e dos Desobedientes do G8, em Gênova, hoje na vanguarda da ajuda aos migrantes com a ONG Mediterranea Saving Humans.

Eis o artigo.

O discurso proferido pelo Papa Leão XIV durante o encontro com os Movimentos Populares, em 23 de outubro passado, merece uma reflexão mais ampla, certamente muito mais autorizada e competente do que a minha. Limitar-me-ei, em primeiro lugar, ao fato de que o encontro aconteceu, e não era dado como certo, e que o discurso durou meia hora, estava escrito em 12 páginas, fruto de uma cuidadosa seleção palavra por palavra, e abarcou temas e visões que o Papa Leão escolheu divulgar justamente nessa ocasião, conferindo ao momento uma importância histórica. O "Jubileu dos Movimentos Populares" foi o último desejo que o Papa Francisco fez ao padre Mattia e a mim, pouco antes de ser internado no hospital e embarcar na reta final de sua jornada nesta terra. A ideia tinha nascido da carta que uma jovem de dezesseis anos, Sarah, moradora do Spin Time, o edifício da rua Santa Croce in Gerusalemme, em Roma, destinado ao uso social e residencial para 170 famílias pobres por meio da prática da ocupação e da autorregeneração urbana, havia escrito a Francisco.

O padre Mattia e eu entregamos a carta a ele durante um de nossos encontros mensais, com os quais o Papa Francisco nos privilegiou durante anos. Ele a leu diante de nós, na pequena sala térrea do Santa Marta. Sarah lhe escrevera com um pedido de ajuda: ela tinha medo de ter que deixar sua casa e sua comunidade porque o Ministro do Interior, Piantedosi, havia ameaçado o despejo "até o Natal" colocando todas as famílias nas ruas.

Uma multinacional e um consórcio de incorporadoras imobiliárias italianas, alguém até "próximo" do Vaticano, tinham outros planos para o edifício, justamente em vista do Jubileu. Queriam construir um hotel de luxo para turistas e peregrinos ricos, porque o Jubileu, para aqueles que só se preocupam com os negócios, é uma oportunidade de ouro para enriquecerem ainda mais. E, como sempre, às custas dos mais pobres. Francisco levantou-se de repente, mais furioso do que jamais o tínhamos visto. "Não será um Jubileu contra os pobres!", exclamou, falando tão alto que um segurança atrás da porta espiou para verificar se tudo estava em ordem. A partir daquela carta, Francisco exigiu todas as informações: quem estava por trás da operação especulativa, qual era o andamento das negociações para a regularização do prédio.

Discutimos como o espírito do Jubileu cristão estava sendo desfigurado pela especulação e pela ganância por lucro, que o viam apenas como mais um evento de turismo de massa, e certamente não a sacralidade e a religiosidade com que milhões de pessoas, vindas de todos os cantos do planeta a Roma, abraçavam o chamado universal. Falamos sobre os despejos que estavam aumentando muito para dar lugar aos B&B, sobre a expulsão de famílias pobres do centro, deportadas para casas populares a duas horas de Roma, e como isso também afetava suas possibilidades de encontrar trabalho ou de juntar dinheiro suficiente para sobreviver ao dia a dia. O padre Mattia e eu, como sempre que o nosso Francisco nos pedia alguma coisa, entregamos uma semana depois um dossiê com nomes e sobrenomes, juntamente com organogramas detalhados das empresas de especulação financeira e imobiliária, nacionais e internacionais, que pressionavam pelo despejo. "O que posso fazer?", perguntava-nos Francisco, como sempre. O que posso fazer, quando ninguém aqui me escuta, parecia dizer, referindo-se ao mundo inteiro, mas também ao "seu" mundo, o Vaticano, que muitas vezes me pareceu mais a sua prisão do que o seu trono.

"Devemos fazer o Jubileu dos movimentos populares. Devemos fazê-lo no Spin Time, devemos dar um sinal", foi a sua resposta enquanto esperávamos em silêncio que levantasse a cabeça, que segurava nas mãos, pensativo, carregado pelo sofrimento dos outros que carregava como uma cruz. "Vocês devem se mexer, vamos marcar uma data, devem falar com os dicastérios, com os bispos, com todos. Digam a eles que eu pedi." Naquele dia de outubro de 2023, trancados em uma salinha na residência do Papa, começou a jornada do nosso Jubileu de Movimentos. Naquele dia, o Papa, sucessor de Pedro, respondeu a uma jovem preocupada. Com os fatos, como sempre. O Evangelho de Francisco era feito de fatos.

Já o vivemos muitas vezes: quando havia um resgate a ser pago para libertar um irmão ou irmã nas mãos de traficantes ou guardas de fronteira, quando era preciso encontrar recursos para fazer zarpar um navio de resgate no mar, quando alguém pedia ajuda do deserto entre a Tunísia e a Argélia, após ser deportado. Cada vez, seu Evangelho começava com "o que posso fazer?". Na véspera de um extraordinário discurso que proferiu em agosto de 2024, a Catequese "Mar e Deserto", enquanto ainda a escrevia, ele nos disse: "Sinto vergonha. Sinto vergonha de toda essa dor, sinto vergonha porque não sou capaz de fazer mais pelos meus irmãos e irmãs migrantes.”

O Papa Leão não só confirmou tudo o que havia sido decidido com Francisco, ou seja, o espaço no calendário oficial para um jubileu dos movimentos populares, o apoio do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral a essa iniciativa, o fato dela se articular não só na peregrinação à Porta Santa, mas também inclundo o V encontro mundial dos “movimentos dos três T (Terra, Teto, Trabalho)”, e de tudo ter como base o edifício comunitário de Spin Time, como também relançou de forma profunda, articulada e inovadora a escolha radical dessa Igreja dos pobres, que está ao seu lado na luta pela justiça social e por um outro mundo possível.

Enquanto proferia o discurso aos movimentos em uma Sala Paulo VI repleta de camponeses, catadores, ocupantes, trabalhadores precários, refugiados que sobreviveram aos campos de prisão líbios ou ao genocídio na Palestina, estudantes militantes de coletivos de escolas e universidades, tornou-se claro para mim o “projeto”: Francisco tinha aberto uma brecha, dado um formidável empurrão ao que sempre corre o risco de secar, entre o cristalino caminho indicado por Jesus de Nazaré e as tortuosas necessidades da miséria humana, e Leão agora "estruturava" a brecha aberta, tornando-a uma trilha com limites claros e seguros, da qual nem mesmo um mastodonte milenar como a Igreja Católica poderia voltar atrás. Uma reafirmação concreta do fato de que cada papa tem sua missão, e também de que aqueles que são verdadeiramente santos e proféticos como Francisco, enxergam para além de sua própria existência na vida. Robert Prevost foi nomeado por Francisco para o Dicastério dos Bispos, uma posição tão importante que permite ao seu líder conhecer todos aqueles que mais tarde participarão de um Conclave.

Ele o chamou das montanhas do Peru, onde estava há vinte anos. Tenho certeza de que Francisco pensou que - após o terremoto, era indispensável poder reabrir de dentro as portas de uma Igreja que, se não for missionária e misericordiosa, torna-se apenas uma instituição vazia - seria necessária a reconstrução sobre novos alicerces. Leão, alguém que provou ser capaz de se encontrar com o Rei Charles pela manhã e com os movimentos à tarde, alguém que atende os tradicionalistas que querem celebrar em latim com luvas brancas e cobertos de ouro, e recebe aqueles que "vieram de um centro social, o Spin Time, até aqui no Vaticano", quis reiterar Francisco, algo já em si só extraordinariamente positivo, mas não parou por aí. "Uma das razões pelas quais escolhi o nome Leão XIV é a Encíclica Rerum Novarum, escrita por Leão XIII durante a Revolução Industrial. O título Rerum Novarum significa 'coisas novas'.

Certamente há coisas novas no mundo, mas quando dizemos isso, geralmente adotamos uma perspectiva de centro e nos referimos a coisas como a inteligência artificial ou a robótica. No entanto, hoje eu gostaria de olhar para as coisas novas com vocês, partindo da periferia”. Com essa abertura, o discurso de Leão afirma uma primeira verdade: "as coisas novas", o progresso, dir-se-ia na época de Leão XIII, não é o mesmo se você o olhar com os olhos de quem enriquece, de quem está bem e confortável, de quem tem poder, ou se você assumir a perspectiva de quem sofre, de quem é doente, de quem sofre o desastre das guerras e da desigualdade social. Uma primeira grande verdade, que impõe uma escolha clara: de que lado olhar? O mundo, tal como está, não é bom para todos. Não permite que todos estejam bem.

Quem quer seguir o Evangelho deve fazer uma escolha de lado; não pode pensar em transformá-lo num álibi, em vez de numa visão que parte do ponto de vista dos pobres, da periferia. "Estou aqui, estou convosco!", disse o Papa Leão, e quis levantar o tom da voz, o que claramente não lhe é fácil. Estou convosco. Olho para as "coisas novas" a partir do humano, não da tecnologia ou da ciência, não do poder ou do sucesso. Olho a humanidade como Leão XIII a olhava, pensando nos trabalhadores explorados e sem direitos no alvorecer de uma revolução produtiva, e chamando de "progresso" o que levaria à afirmação de novos direitos para os seres humanos que estavam no fundo, na "linha de montagem", e não em geral, por meio de uma visão abstrata que é sempre uma desculpa para tornar o "progresso" apenas um privilégio de poucos.

Os fundamentos "metodológicos" e teológicos da "doutrina social da Igreja", que a Rerum Novarum de Leão XIII lançou há cem anos, são hoje propostos por Leão XIV para começar novamente o caminho, evidentemente necessário porque tudo o que conhecemos desde aquela revolução industrial, dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras às conquistas do Estado de bem-estar social, já não existe mais. No início do século XX, a "Rerum Novarum" de Leão XIII dizia o seguinte: "A submissão da maioria ao poder de poucos determina o fato de que um pequeno número de homens muito ricos foi capaz de impor às grandes massas de trabalhadores pobres um jugo pouco melhor do que a própria escravidão." Um século se passou, mas essas palavras voltaram a ser de atualidade.

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  • "Esperança é solidariedade." Eis o Jubileu dos Movimentos
  • Um edifício icônico ocupado em Roma sediará o Jubileu dos Movimentos Populares
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