3º domingo do advento – Ano C – Um convite: praticar a justiça, restabelecer relações fraternas

Por: MpvM | 10 Dezembro 2021

 

"Natal é a vinda de Deus, é a encarnação de Jesus, Deus filho, revelação do amor de Deus-Pai pela humanidade pela ação do Espírito Santo. Por isso, é fundamental vivermos intensamente esse tempo de advento, prepararmo-nos para a chegada do Messias, o Cristo Jesus. Na liturgia de hoje somos interpelada (os) a buscar novas formas de viver condizentes com a chegada do Reino de Deus, um novo tempo exige de nós novas atitudes."

 

A reflexão é de Luciene Lima Gonçalves, nj, religiosa do Instituto Nova Jerusalém. Ela é mestre em Teologia pela Universidade Católica de Pernambuco - Unicap. Possui graduação em Teologia pelo Instituto de Ciências Religiosas - ICRE (2007) e é especialista em estudos bíblicos pela Faculdade Católica de Fortaleza - FCF (2015). Atuou como professora de Teologia Bíblica na Faculdade Diocesana de Mossoró - FDM.

 

 

Leituras do Dia
1ª Leitura - Sf 3,14-18a
Salmo - Is 12,2-3.4bcd.5-6 (R.6)
2ª Leitura - Fl 4,4-7
Evangelho - Lc 3,10-18

 

Is 12,2-3.4bcd.5-6 (R.6) Exultai de alegria, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel

 

Irmãs e irmãos, estamos vivenciando um tempo forte em nossa liturgia, o Advento, tempo de expectativa, espera, esperança, preparação para uma importante festa cristã, o Natal. O Natal não pode ser celebrado por nós como uma festa comercial, tempo de presentes. Natal é a vinda de Deus, é a encarnação de Jesus, Deus filho, revelação do amor de Deus-Pai pela humanidade pela ação do Espírito Santo. Por isso, é fundamental vivermos intensamente esse tempo, nos prepararmos para a chegada do Messias, o Cristo Jesus. Na liturgia de hoje somos interpelada (os) a buscar novas formas de viver condizentes com a chegada do Reino de Deus; um novo tempo exige de nós novas atitudes.

 

A primeira leitura é tirada do livro do profeta Sofonias (Sf 3,14-18ª), esse livro é do séc. VII, que é pequeno, mas nos traz importantes mensagens: trata do dia de Javé, faz um apelo a conversão, tem oráculos contra os inimigos de Israel e contra Jerusalém. Esse trecho de Sofonias está no último capítulo desse livro. É um salmo de alegria que celebra a presença de Deus no meio do seu povo, convocando todos a celebrar, regozijar-se por essa presença.

 

Na segunda leitura, (Fl 4,4-7), a Carta de São Paulo dirigida aos Filipenses Paulo inicia convocando-os a alegria, pois o Senhor está próximo, ele repete duas vezes essa recomendação fundamental na vida das cristãs e cristãos.

 

No Evangelho segundo Lucas (Lc 3,10-18), temos uma pergunta fundamental para a preparação da chegada do Reino de Deus feita a João Batista: Que devemos fazer? As multidões o questionam e ele responde: quem tiver duas túnicas, doe uma, são chamados a dividir o que se tem, partilhar o alimento. Alguns publicanos também questionam o que fazer após ser batizado, e João Batista responde: não deveis exigir nada além do que foi prescrito. Depois os soldados também perguntam: E nós, que precisamos fazer? João diz: não molesteis a ninguém com extorsões, não denuncieis falsamente e contentai-vos com vossos soldos, salários. Na segunda parte do evangelho, João toma a palavra e afirma não ser o Messias esperado pelo povo. Ele sentiu a expectativa do povo pelo Messias e se apresenta como aquele que batiza com água, enquanto o Messias é Aquele que vem e batizará com o Espírito Santo, do qual ele não é digno de desatar as sandálias.

 

Pistas para a reflexão

 

Como devemos esperar pela chegada do Messias, o nascimento de Nosso Senhor e Salvador?

 

Desde a primeira leitura do profeta Sofonias há um júbilo pela presença de Javé no meio de seu povo: Alegre-se Sião, solta gritos de alegria Israel. O profeta convoca a todos a experimentarem a presença de Deus. Sofonias atuou provavelmente no início do reinado de Josias no séc.VII, após a catastrófica e demorada realeza de Manassés, um rei que cobriu Jerusalém de sangue inocente, trouxe todo tipo de idolatria para o povo. Sofonias celebra a salvação do povo, e por duas vezes repete que Deus está no meio do povo nos versículos 15 e 17.

 

Na segunda leitura somos contagiadas (os) pela insistência de Paulo em lembrar aos filipenses que eles devem alegrar-se. Mas, qual a razão dessa alegria? A nossa espera está chegando ao fim, nossa salvação está às portas, o Senhor está chegando. A nossa alegria tem como fundamento a certeza do amor de Deus por nós, sua preocupação com a nossa libertação. O Papa Francisco nos exorta a viver a alegria do Evangelho, não podemos ser cristãs (os) tristes após experimentar o Amor de Deus por nós.

 

No evangelho somos convidadas (os) a viver a espera do Messias de forma concreta, e o profeta João Batista apresenta como viver esse tempo, como se preparar praticando a justiça, cuidando de restabelecer relações justas e fraternas.

 

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