“A Igreja sempre deve privilegiar os mais pobres, levantar os caídos”, afirma Francisco

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25 Setembro 2018

Cem mil fiéis multiplicaram a população de Aglona, Letônia, em cujo santuário Francisco celebrou uma importante missa sob um céu cinzento. Diante da Virgem, o Papa reivindicou como é possível "construir a unidade na diversidade", e convidou os fiéis a não viverem "de turismo solidário", mas a darem um passo a mais: "não tenhamos medo de nos implicar e complicar na vida pelos outros".

A informação é publicada por Religión Digital, 24-09-2018. A tradução é de Graziela Wolfart

"Que todos em Letônia saibam que estamos dispostos a privilegiar os mais pobres, levantar os caídos e receber os outros assim como vêm e se apresentam diante de nós", enfatizou Francisco, que embasou sua homilia na passagem em que, aos pés da cruz, Maria e João selam uma nova relação familiar. "Aqui tens tua mãe; mãe, aqui tens teu filho", pediu Jesus, e sua mãe o cumpriu, mesmo diante do sofrimento e da dor.

Porque Maria "está firmemente de pé junto a seu Filho", "cravada ao pé da cruz", ao lado "dos que sofrem, daqueles dos quais todo mundo foge, inclusive dos que são injustiçados, condenados por todos, deportados". "Não se trata só de que sejam oprimidos ou explorados, mas de estarem diretamente fora do sistema, à margem da sociedade". Perante eles, [está] a Virgem, como esteve diante de seu filho.

Uma Virgem que está sempre ao lado dos que sofrem, porque "não é ir a passeio, nem fazer uma breve visita, nem tampouco é turismo solidário". Trata-se de outra coisa, defendeu o Papa: "Nós somos chamados a tocar o sofrimento dos outros. Vamos ao encontro de nosso povo para consolá-lo e acompanhá-lo; não tenhamos medo de experimentar a força da ternura e de nos implicar e complicar na vida pelos outros".

Maria está próxima de João, recebendo-o como um filho. "Porque alguém pode estar ao lado de muitíssimas pessoas, pode inclusive compartilhar da mesma casa, ou do bairro, ou do trabalho; pode compartilhar da fé, contemplar e gozar dos mesmos mistérios, mas não acolher, não fazer o exercício de uma aceitação amorosa do outro", destacou o Papa.

"Sabemos que, às vezes, quando nos abrimos com os outros nos machucamos", admitiu, reconhecendo como "em nossas realidades políticas, a história de desencontro dos povos ainda está dolorosamente fresca".

O exemplo de D. Sloskans, cujos restos repousam neste santuário, e que foi deportado pelo regime, tem especial importância hoje. "Não deixeis que a vingança ou o desespero abram caminho em vosso coração. Se permitíssemos isso não seríamos verdadeiros cristãos, mas fanáticos", afirmou Sloskans.

"Em tempos onde parece que voltam à tona modos de pensar que nos convidam a desconfiar dos outros, que com estatísticas querem nos demonstrar que estaríamos melhores, seríamos mais prósperos, haveria mais segurança se estivéssemos sozinhos, Maria e os discípulos destas terras nos convidam a acolher, a voltar a apostar no irmão, pela fraternidade universal", clamou Bergoglio.

Mesmo que custe, "sempre é possível construir a unidade na diversidade, porque as diferenças não nos travam nem dividem; somos capazes de olhar além, de ver aos outros em sua dignidade mais profunda, como filhos de um mesmo Pai".

Depois da missa, Francisco se dirigiu ao heliporto de Aglona, onde se despediu das autoridades da Letônia e iniciou seu retorno a Vilnius, Lituânia, em cuja nunciatura o Papa tem seu lugar de residência nos [países] bálticos. Hoje, terça-feira, na primeira hora, Bergolio se despedirá da Lituânia para começar o caminho para a Estônia, última etapa desta intensa viagem.

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