''Graças a Wojtyla, agora a Igreja é ouvida''. Entrevista com Angelo Becciu

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28 Março 2012

A conversa entre Fidel e o papa "será um encontro reservado privada, face a face". Uma conversa em que Bento XVI vai oferecer ao líder máximo "toda a atenção". E, certamente, também sobre "questões espirituais".

A reportagem é de Marco Ansaldo, publicada no jornal La Repubblica, 27-03-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Angelo Becciu é o novo Sostituto [vice-secretário] da Secretaria de Estado vaticana. Isto é, o número três da Santa Sé depois do papa e do cardeal Tarcisio Bertone. Mas até o ano passado ele era núncio apostólico em Havana. É, portanto, o alto prelado que atualmente conhece melhor o governo dos Castro.

Diplomata em sete países de quatro continentes, foi Becciu principalmente que preparou os detalhes da viagem de Joseph Ratzinger.

Eis a entrevista.

Dom Becciu, qual é o significado da visita de Bento XVI a Cuba?


Eu sei que o papa é esperado pelos cubanos, crentes ou não, com uma particular ansiedade. A visita de Bento XVI será motivo de conforto e de encorajamento. Irá confirmar os fiéis na fé e será motivo de esperança para todos.

E que tipo de sociedade o papa irá encontrar em comparação com a visita de João Paulo II em 1998?

Graças também àquela viagem inesquecível, ele irá encontrar uma Igreja não mais confinada às sacristias, mas com espaços de presença pública inesperado até há alguns anos. Do ponto de vista social, ele vai encontrar uma situação em que estão em andamento tentativas de mudança ou, melhor, de "atualização do sistema", como eles gostam de dizer, que visam a dar um novo impulso para a economia que ameaçava se sufocar. Alguns efeitos positivos já são notáveis, mas ainda há muito a fazer.

Que efeitos?

São espaços de liberdade para a sociedade e para a Igreja que devem ser mais bem consolidados e ampliados. E que, por isso, também devem ser encorajados para superar alguns bolsões de resistência próprias do aparato estatal.

Segundo várias fontes, Fidel Castro se aproximou muito da religião. Se um encontro com Bento XVI ocorrer, o papa está pronto para ouvir o que o líder máximo poderia lhe dizer do ponto de vista espiritual?

Eu não saberia dizer se Fidel se aproximou da religião. Eu sei que ele conserva uma grande recordação de João Paulo II e que não esqueceu dos anos da sua juventude passados no colégio dos jesuítas. Se o encontro com Bento XVI acontecer, será um encontro reservado, face a face.

E o que ele pode lhe responder?

Eu não saberia dizer o que eles conversarão, mas estou certo de que o papa, com aquela sua especial capacidade de ouvir a todos, lhe oferecerá toda a atenção, certamente também sobre questões espirituais.

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