24 Outubro 2018
Os dois grupos de Superiores Gerais que representam quase um milhão de membros de ordens religiosas católicas masculinas e femininas em todo o mundo, planejam apresentar ao Papa Francisco uma proposta para dar às mulheres um papel maior no Sínodo dos Bispos.
A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 16-10-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
Tanto a União dos Superiores Gerais, representando cerca de 185.000 padres e irmãos, como a União Internacional das Superioras Gerais, representando cerca de 600.000 irmãs e freiras, trabalham juntos na iniciativa, disse um membro do Conselho Executivo da União dos Superiores Gerais ao NCR.
Robert Schieler, irmão lassalista, um dos dois irmãos religiosos não-ordenados que servem como membros no atual Sínodo sobre Jovens, que acontece entre 3 e 28 de outubro, disse que a proposta é "considerar como, nos futuros sínodos, poderemos dar mais voz às irmãs".
Schieler, que lidera os Irmãos De La Salle, disse em uma entrevista no dia 15 de outubro, que os grupos estão planejando perguntar ao papa sobre a participação em maior número de mulheres religiosas e sobre a possibilidade de dar poder de voto nas discussões.
"É o mais justo", disse o Superior, um dos dez membros do conselho da União dos Superiores Gerais. "Quero dizer, as irmãs são aquelas que estão todos os dias com os jovens, mais do que qualquer outro grupo, em todos os tipos de competências."
Embora sete religiosas tenham sido autorizadas a participar do sínodo deste mês, elas estão desempenhando as funções de não-membros, o que significa que, embora possam participar plenamente das discussões durante este mês, não receberam autorização para votar no documento que é esperado ao final do encontro.
Segundo a teologia da Igreja Católica, irmãos e irmãs têm papéis análogos. Eles são, ambos, membros professos não ordenados de ordens religiosas.
Schieler disse que membros de seu grupo perguntaram a autoridades do sínodo sobre a discrepância de permitir que homens não ordenados votem, enquanto mulheres não ordenadas não podem.
Ele explicou que duas das pessoas que ajudaram a redigir o documento de trabalho do Sínodo, conhecido como Instrumentum Laboris, compareceram à reunião semestral da União dos Superiores Gerais, no mês de maio deste ano.
"Um deles foi perguntado sobre o que o Vaticano está dizendo ser o motivo que impede as irmãs de votarem", disse Schieler. "E ele respondeu: 'Bem, porque você tem que ser ordenado para votar.'" "Eu não sou ordenado", disse Schieler. "Então, me pergunto, é essa a razão ou não?"
Embora o estatuto do Sínodo tenha estendido o voto a membros que não são sacerdotes, não estendeu a participação votante a membros da União das mulheres religiosas. Mesmo assim, as religiosas foram convidadas para os últimos sínodos como não-membros.
Schieler, um dos 10 membros do sínodo eleitos por sua organização, disse que a União dos Superiores Gerais decidiu conscientemente que queria que um de seus representantes do sínodo fosse um irmão e não um padre ordenado.
"É importante para os bispos ouvirem as vozes dos religiosos, sejam eles sacerdotes, irmãos ou irmãs, que trabalham com jovens", disse Schieler.
O segundo irmão que participa do sínodo é o superior geral marista, Ernesto Sánchez Barba, que Schieler disse ter sido escolhido pela União dos Superiores Gerais para participar do encontro depois que um dos seus 10 representantes, eleitos originalmente, não pôde comparecer.
Schieler disse que como irmão, ele também se considera um leigo, referenciando a visão do fundador de sua ordem, São João Batista de La Salle, do século XVII. "La Salle fundou um grupo de leigos, e ele não os organizou numa comunidade religiosa", disse Schieler. "Este era um ministério de leigos."
"Eu encaro desta forma, que, ecoando o Concílio Vaticano II, são nossos primeiros votos batismais que nos chamam para a missão e nos enviam", disse ele. "Para mim, essa é a mensagem importante aqui, que todos nós, pelo nosso batismo, temos uma vocação, temos uma missão na Igreja."
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Uniões Internacionais de Superiores Gerais pedem maior voz das mulheres no Sínodo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU