23 Mai 2017
Na medida em que se acelere a conversão para fábricas mais automatizadas em países como Estados Unidos, Japão e Alemanha, será terceirizado menos trabalho fabril em países em vias de desenvolvimento, com custos de mão de obra relativamente baixos, segundo um relatório da Moody’s Investors Service. O impacto será mais severo na Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Vietnã, Malásia e Tailândia.
A reportagem é publicada pelo jornal mexicano El Financiero, 18-05-2017. A tradução é do Cepat.
Grande parte da ansiedade da cultura popular frente aos robôs gravita em torno da preocupação infundada por uma rebelião violenta de ciborgues e a possibilidade mais provável de que sejam eliminados empregos manuais. A Moody’s invoca o espectro de que os países em vias de desenvolvimento, que dependem das exportações de manufaturas, enfrentem uma dura realidade.
As fábricas automatizadas exigem um enorme investimento adiantado em tecnologia, mas uma vez realizado, os custos operativos serão com frequência muito menores que os das fábricas sem robôs da Europa Oriental e Sudeste Asiático.
“Como a fabricação se integrou muito em vários países, hoje, a adoção da automatização por um país tem repercussões tanto dentro como fora das fronteiras”, escreveram, na quarta-feira, em uma nota, analistas da Moody’s, entre eles Samar Maziad. Que a adoção da robótica resulte “positiva ou negativa para um país, em particular, dependerá de como evoluem as estratégias de investimento do setor privado, as políticas públicas e a dinâmica do mercado de trabalho”.
Os mercados emergentes mais propensos a sofrer a automação das fábricas são os que apresentam as porcentagens mais elevadas de exportações para os países líderes na adoção de tecnologia e os que fabricam produtos de tecnologia relativamente avançada, que tem a maior probabilidade de acabar sendo fabricados por robôs.
Estados Unidos, China, Alemanha, Japão e Coreia do Sul representam 75% das aquisições globais de tecnologia robótica, segundo a Moody’s.
Entre 2013 e 2015, as exportações de bens manufaturados com tecnologia avançada representaram, em média, mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) de países como Hungria, República Tcheca, Eslovênia e Eslováquia, segundo Moody’s. Até 20% dessas exportações vão para Alemanha, um usuário ativo de robôs.
Entre 2013 e 2015, as exportações de bens manufaturados com tecnologia avançada representaram, em média, 30% do PIB da Tailândia, 35% da Malásia e 31% do Vietnã, segundo Moody’s. Grande parte dessas exportações é destinada a China, que tornou a robótica um eixo de sua política industrial e é um dos principais compradores mundiais dessas máquinas. As autoridades locais planejam triplicar a densidade de robôs e levá-la a 150 para cada 10.000 trabalhadores humanos até 2020, mostram os dados compilados por Bloomberg Intelligence.
A região provavelmente seja a melhor posicionada para suportar a mudança, mas México e Costa Rica são os países mais vulneráveis, segundo Moody’s.
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O emprego ameaçado por robôs - Instituto Humanitas Unisinos - IHU