Vale do Sinos: trabalho?

  • Segunda, 29 de Abril de 2013

Às vésperas da data alusiva ao trabalho, o ObservaSinos reuniu informações sobre alguns aspectos de sua realidade na região assim como desafios e possibilidades para o seu avanço, como dimensão estratégica para o desenvolvimento regional.

A flutuação do trabalho formal aponta resultados positivos na região do Vale do Rio dos Sinos. Lembra-se que o termo flutuação é utilizado para identificar a movimentação dos trabalhadores e seus vínculos de trabalho. Desse modo, deve-se entender “movimentação” como o número de trabalhadores admitidos e desligados do mercado de trabalho.

No mês de janeiro deste ano a flutuação foi positiva na região considerada, contanto com 1.888 vínculos a mais. O saldo permaneceu positivo durante o primeiro bimestre e durante o primeiro trimestre deste ano, 5.685 e 9.147 vínculos a mais respectivamente a cada período.

A partir dos termos e resultados, saldo ou flutuação não é possível acompanhar a grande movimentação de trabalhadores. Foram 111.881 admitidos e desligados durante os três primeiros meses deste ano. A “movimentação” deveria ser alvo de debate entre os trabalhadores e as organizações que os representam, assim como entre os gestores e conselheiros da política de trabalho. Vale lembrar que durante o ano de 2012 a movimentação de trabalhadores na região foi de 413.861 pessoas.

Loricardo de Oliveira, secretário de Políticas Sindicais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos – CNM e da Central Única dos Trabalhadores CUT, aponta haver “um movimento de rotatividade nas empresas; isso por dois motivos: pela oferta de emprego na região, o que faz muitos trabalhadores buscarem um trabalho mais bem remunerado, pelo fato de as empresas estarem buscando ajustar os custos, elas demitem para contratações de salários menores”.

Mulheres

A remuneração entre homens e mulheres no mesmo setor ou ocupação também merece ser objeto de debate na região. Tendo como período para análise o ano de 2011 e os dados da Relação Anual de Informações Anuais – RAIS, é possível visualizar que o setor com o maior número de vínculos em 31 de dezembro, a indústria de transformação, apresenta em todos os municípios da região Remuneração Média Feminina sempre menor do que a masculina.

A desigualdade nas relações entre os sexos pode ser mais bem visualizada nesta mesma base de dados e período, quando se apresenta a Ocupação dos trabalhadores. Por exemplo, a ocupação Faxineiro, que aparece em primeiro lugar com vínculos empregatícios em Nova Santa Rita, empregava 680 pessoas no final do ano de 2011. As mulheres representam 70% do total. A Remuneração Média Feminina nessa função é menor que a dos homens, aproximadamente R$ 64,00. Em São Leopoldo, 4.534 exerciam esta função, sendo que as mulheres representavam 86,5% destes trabalhadores. A remuneração média das mulheres chega a ser R$ 130,00 inferior à dos homens.

Realidades do mundo do trabalho e da vida dos trabalhadores no Vale do Sinos que necessitam ser reconhecidas, analisadas, debatidas e transformadas. O que fazer nestes casos?