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Pretendendo dar vistas às importantes discussões levantadas nestes últimos dias em virtude do Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência contra a Mulher, ocorrido no último domingo (25), o Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, acessou a base disponibilizada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, objetivando o levantamento dos dados acerca das mulheres vítimas de violência no estado e na região do Vale do Sinos, a fim de provocar a reflexão e o debate sobre o assunto.

Até outubro deste ano, o Vale do Sinos registrou uma média diária de 12 casos de mulheres vítimas de ameaça, 6 de lesão corporal e 1 de estupro. Ao todo, já foram registrados 5.774 casos de violência contra a mulher. Com uma população de aproximadamente 707.369 mulheres, a região apresentou até o décimo mês deste ano uma taxa de 81 vítimas para cada 10.000 habitantes do sexo feminino. A cidade de Esteio recebe destaque por já possuir 146 vítimas de crimes de lesão corporal, bem como Sapucaia do Sul, com 200 registros até então. Canoas, por outro lado, registrou até o momento 42 mulheres vítimas de estupro.

Infográfico: Número de mulheres vítimas de violência no Vale do Sinos em 2018

Infográfico: Número de mulheres vítimas de ameaça no Vale do Sinos em 2018

Infográfico: Número de mulheres vítimas de lesão corporal no Vale do Sinos em 2018

Infográfico: Número de mulheres vítimas de estupro no Vale do Sinos em 2018

A região registrou no ano passado cerca de 13 ocorrências de ameaça por dia, além de uma média diária de 7 crimes de lesão corporal e 1 de estupro. Em termos absolutos, a região contabilizou 7.644 casos de violência contra a mulher em 2017.

O município de Canoas recebeu destaque pelo maior número de vítimas de ameaça; foram 1.139 mulheres, seguido de São Leopoldo com 882 e Novo Hamburgo com 873.

Por outro lado, alguns municípios se destacaram pelo número de vítimas de estupro em relação ao número de habitantes do sexo feminino. Nova Santa Rita, por exemplo, registrou 10 casos no ano passado, ou seja, 8 vítimas a cada 10.000 habitantes mulheres da cidade. Assim como Nova Hartz, que contabilizou 7 casos no ano passado, um total de 7 vítimas a cada 10.000 munícipes do sexo feminino.

A região do Vale do Sinos representou no ano passado uma parcela expressiva dos crimes de violência doméstica registrados no estado, sendo 12,6% do total de ocorrências de ameaças contra a mulher, 11,3% do total de crimes de lesão corporal, 14,5% dos estupros, 1,2% dos feminicídios consumados e 11,7% dos feminicídios tentados.

O Rio Grande do Sul já registrou até outubro de 2018 uma média de 101 ocorrências diárias de ameaça contra a mulher, 57 registros de lesão corporal e 5 crimes de estupro por dia. Ao total, são 49.973 casos de violência contra a mulher até o décimo mês deste ano.

Tendo em vista esse dado, considerando uma população estadual de aproximadamente 5.792.437 mulheres, pode-se dizer que o estado apresenta uma taxa de 86 vítimas a cada 10.000 habitantes do sexo feminino.

Infográfico: Número de mulheres vítimas de violência no Vale do Sinos entre 2012 e 2018

No ano passado, foram contabilizados 37.946 registros de ameaças, 22.960 crimes de lesão corporal, 1.661 estupros, 83 feminicídios consumados e 324 vítimas de feminicídios tentados. Se comparados estes números com o primeiro ano da série, 2012, percebe-se uma diminuição de -15,6% no número de ameaças, -15,3% nos registros de lesão corporal e -17,8% nos feminicídios consumados. Por outro lado, houve um aumento de 14% nas ocorrências de estupro.

Infográfico: Número de mulheres vítimas de violência no Rio Grande do Sul entre 2012 e 2018

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10 anos de ObservaSinos

Há dez anos, em 2008, em um cenário de crise financeira mundial a partir da queda da bolsa de valores dos Estados Unidos, Dow Jones, que foi amplamente tematizada pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU, juntamente com outras questões a ela relacionadas, foram realizados os primeiros movimentos de criação do Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos. O interesse de analisar temas de fronteira, com destaque para o Trabalho, ensejou a realização deste debate pelo IHU em um evento dirigido ao público do Vale do Sinos intitulado “Conversas sobre o mundo do trabalho e da vida dos trabalhadores”.

Trabalhadores, políticos e pesquisadores dos 14 municípios do Vale do Rio dos Sinos se reuniram para apresentar dados com as temáticas: trabalho formal e informal, mulheres no mercado de trabalho, educação, pessoas com deficiência (PCDs), desenvolvimento regional, entre outros. A preocupação era como a crise econômica repercutiria no emprego da região.

Nessa época o Observatório ainda não havia sido criado e, conforme a coordenadora do ObservaSinos, Marilene Maia, foram os participantes que indicaram a necessidade de um espaço para aprender a utilizar as bases de dados. “Eles indicaram a importância do acesso e análise às bases de dados, em vista de melhor subsidiar a análise e intervenção nas realidades”, conta.

Após a demanda dos trabalhadores no ano anterior, o IHU promoveu o Fórum de formação dos indicadores do Vale do Sinos. O evento também reuniu trabalhadores, gestores governamentais, lideranças e pesquisadores que debateram sobre as diferentes bases de dados públicas das esferas mundial, nacional e estadual. Ao final do ano e do fórum percebeu-se a importância de contar com um espaço para reunir e publicizar os dados dos municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre e do Vale do Rio dos Sinos

Com a ideia inicial de ser um programa do IHU voltado para o mundo do trabalho, o ObservaSinos completou seu décimo ano de atuação reunindo e promovendo a análise sobre as diferentes realidades dos 14 municípios do Vale do Rio dos Sinos, contextualizados pelos 34 municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre. Uma das ações para comemorar o seu trabalho de sistematização, análise e publicização de dados sobre as realidades do Vale do Sinos foi o “Especial do trabalho Vale do Sinos”. A série histórica do ObservaSinos abordou grandes temas sobre o trabalho entre os anos de 2003 e 2016, período de grande movimentação e transição econômica, política e social no Brasil.

Confira os principais pontos da série histórica do ObservaSinos.

Especial do trabalho no Vale do Sinos

Geração e gênero

Uma das primeiras constatações do Especial do trabalho no Vale do Sinos foi o aumento da participação das mulheres, que cresceu em mais de 40%, passando de 113.366 em 2003 para 159.544 em 2016. Apesar da maior inclusão das mulheres no mercado de trabalho, a desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda persiste. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, a desigualdade foi de 28,62%, representando uma diferença de R$ 1.224,70.

Infográfico: Homens e mulheres com vínculo ativo no mercado formal do Vale do Sinos (2003-2016)

Além da desigualdade salarial, até outubro de 2018, o Vale do Sinos registrou uma média diária de 12 casos de mulheres vítimas de ameaça, 6 de lesão corporal e 1 de estupro. Ao todo, já foram registrados 5.774 casos de violência contra a mulher.

Em relação à geração, constatou-se que os jovens representavam 39,7% dos empregados em 2003; já em 2016 esse percentual passou para 30,4%. A participação daqueles que estão na faixa etária acima de 50 anos dobrou. Em 2003 era de 8,7%, passando a ser de 17,21% no ano de 2016.

Infográfico: Numero de trabalhadores do Vale do Sinos por faixa etária (2003-2016)

Deve-se destacar que não é apenas o mercado de trabalho que apresenta um maior envelhecimento. Além do estado gaúcho, o Brasil e o Vale do Sinos também apresentam envelhecimento da sociedade como um todo. A região do Vale do Sinos recebe destaque por duas tendências demográficas: a observável diminuição da população de crianças e adolescentes e o movimento ascendente da população idosa nos primeiros anos deste milênio.

Frente ao cenário de maior desemprego de jovens, 50,3% dos homicídios no Vale do Sinos envolveram essa faixa etária em 2016. Para os dados até 04 de setembro deste ano, o Rio Grande do Sul contabilizou 1.307 jovens acolhidos em unidades socioeducativas, sendo 25,7% com idade entre 12-16 anos, 32,7% com 17 anos e 41,7% entre 18-20 anos.

Preocupados com o futuro das juventudes, o ObservaSinos, professores da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha e pesquisadores da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos e da Universidade La Salle - UnilaSalle reuniram-se para organizar uma integração de trabalho entre as três instituições. A parceria vem da necessidade de investigar e prospectar os processos de educação profissional em cenários de transformação do mundo do trabalho na contemporaneidade.

Escolaridade e renda

Os dados da Rais ainda mostraram que mais de 65% dos trabalhadores não haviam completado o ensino médio em 2003. Em 2016, a realidade mudou, já que mais de 61% tinham ensino médio completo, superior incompleto e superior completo. Apesar da maior escolaridade do eleitorado da região nos últimos anos, o Vale do Sinos possui 48,53% do eleitorado com ensino fundamental incompleto. Esse corte de grau de instrução possui o maior número de eleitores e se torna uma característica comum entre os municípios do Vale do Sinos.

Infográfico: Grau de instrução dos trabalhadores no Vale do Sinos (2003-2016)

Pelo lado da renda, a participação de trabalhadores ganhando na base da pirâmide também melhorou. Entretanto, esse aumento foi apenas entre aqueles que ganhavam entre 0,5 e 1,5 salários mínimos. Em 2003 representavam 12% dos trabalhadores, passando a representar 30% no ano de 2016.

Infográfico: Número de trabalhadores por faixas de salário mínimo no Vale do Sinos (2003-2016)

Os dados concernentes à escolaridade por cor, raça e etnia no Vale do Sinos mostram que o ensino médio completo apresenta uma das maiores percentagens entre branco, preto, pardo, amarelo e indígena. Apesar de estarem próximos no nível de escolaridade, os pretos continuam sendo os que apresentam a menor média salarial na região (R$ 1.750,29), seguido dos pardos R$ 1.905,54, amarelos R$ 2.029,75 e brancos R$ 2.267,94.

Em 2003, esses trabalhadores estavam em ocupações relacionadas à produção de calçados. Já no ano de 2016, a profissão que teve mais trabalhadores foi a de vendedor do comércio varejista. A maioria das profissões que cresceram na região estão ligadas ao comércio e serviços, como armazenista, assistente administrativo e técnico de enfermagem. As profissões que perderam espaço estão ligadas à indústria de calçados, como preparador de calçados, acabador de calçados e trabalhador polivalente da confecção de calçados.

Saúde e segurança

Os setores que tiveram maiores acidentes de trabalho foram justamente ligados ao comércio e serviços. As atividades de atendimento hospitalar foram as que tiveram maior ocorrência, (12,9%) e comércio varejista de mercadorias em geral teve 6,2% dos acidentes. Os acidentes de trabalho foram, em sua maioria, decorrentes de três tipos de lesões: corte, laceração, ferida contusa e punctura (25%); fratura (21%), contusão e esmagamento (20%).

Em 2003 no Vale do Sinos, foram registrados 5.237 acidentes de trabalho, 18 em cada mil trabalhadores sofreram um acidente de trabalho no ano. Em 2016, a taxa de acidentes foi de 15 a cada mil trabalhadores, totalizando 5.346 acidentes de trabalho na região. Ou seja, foram em média 14 acidentes de trabalho por dia no ano de 2016.

Infográfico: Quantidade de acidentes de trabalho no Vale do Sinos (2003-2016)

Na região, 91,8% dos estabelecimentos de trabalho possuem 19 empregados ou menos, tendo em vista que são ligados a comércio e serviços. Os dois setores representaram 73% dos estabelecimentos em 2016, sendo que o primeiro aumentou em 37% entre 2003 e 2016 e o segundo, em 50,1% no mesmo período. Quando isso ocorre, a empresa não é obrigada a ter Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, representação dos trabalhadores que tem o compromisso na prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

Outra questão que poderá afetar a saúde e segurança do trabalhador foi o fim da parceria de Cuba com o Mais Médicos no Brasil. Só em 28 municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre eram 180 médicos de Cuba. Novo Hamburgo, que ajudou a eleger Jair Bolsonaro, dando 75,5% dos votos válidos, será o mais afetado pelo fim da parceria, pois contava com 21 médicos cubanos, número maior que o de Porto Alegre, que possuía 15 profissionais do país.

O Ministério da Saúde ainda divulgou em dezembro de 2018 um novo levantamento dos municípios brasileiros que estão em situação de alerta ou risco para o surto para doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O ObservaSinos constatou que, na Região do Sinos, seis municípios estão em situação de alerta de surto de dengue, zika e chikungunya, enquanto outros seis estão em situação muito baixa ou inexistente.

2018 - O ano dos 10 anos do ObservaSinos

(Arte: Lucas Schardong)

Em 2019

Para 2019, o ObservaSinos está planejando seminário, oficinas e ciclo de estudos e debates com destaque para saúde, educação, segurança, meio ambiente, trabalho, proteção social e renda. As temáticas escolhidas têm relação com a Campanha da Fraternidade de 2019, cujo tema propõe o debate sobre as Políticas Públicas e tem como inspiração “serás libertado pelo direito e pela justiça”.

Destacam-se também o IX Seminário Observatórios, promovido pela Rede de Observatórios Sociais, que terá por objetivo analisar esses grandes sete temas a partir do novo governo empossado em 2019; as oficinas, que devem tematizar diferentes articulações como o acesso à base de dados, permitindo o controle das políticas públicas; e a Ecofeira Unisinos, a qual continuará no campus Unisinos São Leopoldo, e suas atividades culturais, mantendo-se como um espaço que busca proporcionar uma alimentação saudável junto à comercialização justa e ao consumo consciente.

Assim como foi feito em 2018, o ObservaSinos pretende ampliar a participação nos cursos de Economia, Jornalismo e Serviço Social, só que também nos cursos do campus da Unisinos Porto Alegre. A partir da parceria com os três cursos, foi possível ampliar o Especial do trabalho para Porto Alegre. A parceria com os cursos ainda possibilitou a publicação de dois artigos no site do ObservaSinos: “Faixas salariais e mercado de trabalho no Rio Grande do Sul” e “Disparidades salariais entre homens e mulheres no mercado de trabalho gaúcho”.

A programação de 2019 do ObservaSinos estará disponível em breve aqui.

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As informações captadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD Contínua, para o terceiro trimestre de 2018, mostram estagnação na taxa de desemprego, em relação ao segundo trimestre do ano na Região Metropolitana de Porto Alegre. A taxa da PNAD Contínua considera desocupada a pessoa com mais de 14 anos que procurou emprego e não encontrou na semana da realização da pesquisa.

A investigação ainda mostra que a taxa de desocupação das mulheres segue sendo uma das mais altas da série histórica iniciada no ano de 2012. Além disso, revela uma diferença salarial de R$ 1.460,00 em relação aos homens.

No que se refere à taxa de desocupação dos jovens, entre aqueles de 14 a 17 anos aumentou para 47,8% no terceiro trimestre do ano, enquanto entre os de 18 a 24 anos diminuiu para 20,5%.  

Os dados foram divulgados na quarta-feira, 14-11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. O Observatório das realidades e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, sistematizou os dados para a Região Metropolitana de Porto Alegre:

Infográfico: Taxa de desocupação na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2018

Infográfico: Taxa de desocupação por idade na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2018 

Infográfico: Taxa de desocupação por sexo na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2018 

Infográfico: Rendimento médio do trabalho principal por sexo na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2018

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Após o anúncio do fim da parceria de Cuba com o Mais Médicos, a previsão é que os médicos cubanos que atuam no Brasil comecem a deixar o país já no mês de novembro.

O fim da participação dos médicos cubanos foi anunciado nesta quarta-feira (14/11). A decisão atribuída pelo Ministério da Saúde de Cuba foi por conta dos questionamentos feitos pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, em relação à qualificação dos médicos cubanos e ao seu projeto de modificar o acordo, exigindo revalidação de diplomas no Brasil e contratação individual.

Atualmente, o Brasil conta com 8.469 médicos cubanos, em 2.857 municípios do País, segundo o Sistema Integrado de Informações Mais Médicos - SIMM, do Ministério da Saúde do Brasil. O Rio Grande do Sul possui 624 médicos cubanos espalhados em 288 municípios do estado. Só em 28 municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA são 180 médicos de Cuba

Novo Hamburgo, que ajudou a eleger Bolsonaro, dando 75,5% dos votos válidos, será o mais afetado pelo fim da parceria, pois conta com 21 médicos cubanos, número maior que Porto Alegre, que possui 15 profissionais do país.

Abaixo o número de médicos cubanos nos municípios da RMPA, sistematizado pelo Observatório das realidades e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU:

Infográfico: Número de médicos cubanos na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2018

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Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE divulgou a Síntese de Indicadores Sociais do Brasil - SIS, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD. A SIS abrange temas relacionados aos rendimentos, trabalho e educação da população brasileira. O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, apresenta os principais pontos da pesquisa sobre os rendimentos para a Região Metropolitana de Porto Alegre.

O rendimento médio real do trabalho principal recebido pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas foi de R$ 2.039,12 no ano de 2017 no Brasil. No Rio Grande do Sul, o valor do rendimento médio foi de R$ 2.237,00 em 2017 e na Região Metropolitana de Porto Alegre chegou a R$ 3.656,00. A Região Metropolitana de Vitória (Espírito Santo) apresentou a maior média de rendimentos do Brasil (R$ 3.963,50) e a menor foi na Região Metropolitana de São Luís (Maranhão) com R$ 1.556,96.

Gênero

Enquanto os homens tiveram um rendimento médio de R$ 2.261,87 no Brasil, o valor recebido pelas mulheres foi de R$ 1.743,03, ou seja, uma diferença de 22,91%. No Rio Grande do Sul, a diferença foi de 23,98%, sendo que os homens receberam R$ 2.502,69 e as mulheres R$ 1.902,31. Nos municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, a diferença salarial foi maior ainda: 28,62%, representando uma diferença de R$ 1.224,70. 

Infográfico: Rendimento médio real de homens e mulheres no Brasil, no Rio Grande do Sul e na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2017

Cor e raça

Os dados da PNAD ainda possibilitam saber a desigualdade por cor e raça no ano de 2017. A diferença do rendimento médio recebido entre brancos e pretos e pardos foi de 42,03% no Brasil. No Rio Grande do Sul, esse percentual foi menor, sendo de 37,54%; entretanto, na Região Metropolitana de Porto Alegre, esse percentual foi acima da média nacional: 55,11%, em valores, uma diferença de R$ 2.292,26 dos rendimentos dos pretos e pardos.

Infográfico: Rendimento médio real de brancos, negros e pardos no Brasil, no Rio Grande do Sul e na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2017

Concentração de rendimentos

Outra forma de analisar a desigualdade é através de classes sociais. A diferença dos rendimentos dos 40% mais pobres entre os 10% mais ricos chegou a 12,4 vezes no Brasil. A diferença no Rio Grande do Sul foi de 10,3, portanto, abaixo da média nacional; na Região Metropolitana de Porto Alegre, a diferença foi maior: 16 vezes. Entre as regiões brasileiras, Salvador (Bahia) foi a mais alta, com uma diferença de 22,8 vezes, e a menor foi de 7,70 em São Luís. 

Infográfico: Rendimento médio entre os 40% mais pobres e os 10% ricos no Brasil, no Rio Grande do Sul e na Região Metropolitana de Porto Alegre

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O Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira (12/12) o novo levantamento dos municípios brasileiros que estão em situação de alerta ou risco para o surto de dengue, zika e chikungunya. Os números integram o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti - LIRAa.

Ao todo, 5.358 municípios de todo o país (96,2%) realizaram algum tipo de monitoramento do mosquito do Aedes aegypti. Segundo os dados do LIRAa, 47,5% dos municípios brasileiros estão em alerta ou risco de surto.

No estado do Rio Grande do Sul, 93 municípios estão em situação de alerta ou risco de surto. Desse total, 84 estão em alerta e nove em risco de surto das doenças. Outros 212 municípios estão em situação satisfatória e 143 municípios em situação muito baixa ou inexistente. A capital, Porto Alegre, encontra-se nessa última situação.

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, constatou que na Região do Sinos, seis municípios estão em situação de alerta de surto de dengue, zika e chikungunya, enquanto outros seis estão em situação muito baixa ou inexistente.

Infográfico: Índices de infestação pelo Aedes aegypti no Vale do Sinos em 2018

Acesse aqui o LIRAa completo.  

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No Brasil, mais de seis milhões de famílias ou 20 milhões de pessoas precisam de moradia. Este número revela uma realidade imposta no país, que demonstra a falta de cuidado com políticas públicas essenciais, como as elaboradas na Constituição Federal, que assegura o direito à propriedade e a definição de que esta deve atender a sua função social, ou seja, ser utilizada para fins de moradia ou comerciais e não ficar ociosa. Além disso, conforme o Estatuto da Cidade, sancionado em 2001, todo cidadão brasileiro tem direito assegurado de acesso à terra urbana, à moradia e outros princípios básicos de habitação.

Mesmo assim o déficit habitacional é um dos grandes problemas da sociedade brasileira. No Rio Grande do Sul, conforme dados do Censo demográfico do Brasil de 2010, 170.531 moradias precisavam ser criadas. No Vale do Sinos, composto por 14 municípios do estado gaúcho, o déficit habitacional chegou a 23.338 moradias, representando 31,7% da Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA e 13,7% do estado.

Recentemente, movimentos e entidades urbanas populares manifestaram indignação contra a proposta orçamentária que está em discussão no Congresso Nacional, já que estes cortes atingem diretamente a população mais pobre e que mais necessita do apoio do Estado. De acordo com a nota de manifesto, na habitação, os recursos previstos para o Fundo de Desenvolvimento Social, onde está o Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, foram reduzidos em relação aos anos anteriores. Assim, nem as contratações de projetos selecionados previstas ainda para 2018, nem novas moradias em 2019 serão contratadas, significando um enorme retrocesso e fazendo com que famílias sem teto fiquem sem seus direitos.



Reunião na Tenda do Encontro reuniu muitos moradores para aderirem a Cooperativa Habitacional Alto Paraíso (Foto: Theresa Dreischalüeck/IHU)

Uma das alternativas, possibilidade e resistência encontradas pelas pessoas é o ato de ocupar terras ociosas e buscar seus direitos de moradia a partir deste espaço. Em São Leopoldo, município do Vale do Sinos, há mais de 20 anos cerca de 2.500 famílias lutam pela garantia dos seus direitos na Ocupação Justo. Conforme Eliana Fehlberg, moradora da ocupação, o grupo, que hoje tem mais de cinco mil pessoas, buscou abrigo em áreas que estavam atrasadas com o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU há pelo menos 15 anos. Conforme o Estatuto da Cidade, “decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública”.

Além da busca por assegurar seu direito de habitar e viver, os moradores da Ocupação lutam por outros direitos básicos, como saneamento, educação e saúde. Neste sentido, um dos orgulhos destas famílias é a Tenda do Encontro, um espaço de convivência, fortalecimento de vínculos e organização dos moradores. Na Tenda são realizadas oficinas, reuniões e eventos com atenção especial às crianças, jovens e mulheres. Isto demonstra a união entre estas pessoas, que lutam contra o preconceito estabelecido pelo fato de morarem em uma ocupação. Também na Tenda o Movimento Justo, formado pelos moradores, se reúne semanalmente como instância de articulação e organização da comunidade na luta pelos seus direitos de cidadania.

Atualmente, as pessoas que moram na Ocupação do Justo correm o risco de perder as suas casas. O terreno está em disputa judicial por desapropriação e coloca em risco a única possibilidade encontrada por aquela população para garantir o direito de morar. Para lutar pelos direitos, o Movimento Justo segue articulando ações como a Cooperativa Habitacional Alto Paraíso, a qual busca organizar e apoiar todas as famílias nesse imbróglio, que revela a desigualdade social no país.

Clique aqui para conhecer um pouco mais da luta do Movimento Justo.

Déficit habitacional no Vale do Sinos

O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, acessou dados da Fundação João Pinheiro - FJP para analisar as realidades habitacionais contidas nos dados do Censo Demográfico 2010 do IBGE na Região do Vale do Sinos.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE mostram que municípios como Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo, com população acima de 200 mil habitantes, aparecem nas primeiras posições do déficit absoluto urbano. Já os municípios de Araricá e Portão tiveram o menor déficit habitacional do Vale do Sinos. Ao analisar o déficit habitacional em relação à população, percebemos que São Leopoldo fica na frente, seguido de Sapucaia do Sul e Canoas. O município de Dois Irmãos apresentou o menor percentual em relação à sua população.

A habitação é um direito firmado à população e que se expande para além, visto que agrega outras potencialidades que uma moradia deve propiciar. Os dados da realidade da habitação revelam direitos e políticas garantidos e, ao mesmo tempo, necessidades humanas e desigualdades sociais, econômicas e políticas, que têm relação direta com as realidades e políticas ambientais, de infraestrutura, de saúde, do trabalho, da assistência social, entre outras.

InfográficoDéficit habitacional urbano absoluto em relação à população do Vale do Sinos (2010).

A Ecofeira Unisinos, que ocorre todas as quartas-feiras em frente ao Instituto Humanitas Unisinos - IHU, em São Leopoldo, nesta semana contou com a oficina de plantas medicinais - parte IV, ministrada pela bióloga MS Denise Schnorr - Unisinos. O objetivo do curso é resgatar os saberes populares e trazer as informações sobre uso, formas de preparo e indicações.

Podem ser chamadas de plantas medicinais aquelas que possuem características que ajudem no tratamento de doenças ou que melhorem as condições de saúde das pessoas. Elas foram identificadas e usadas ao longo da história da humanidade, pois têm a capacidade de sintetizar uma grande variedade de compostos químicos que são utilizados para desempenhar funções biológicas importantes e para a defesa contra o ataque de predadores, tais como insetos, fungos, herbívoros e mamíferos.

A descoberta foi feita a partir dos índios, que identificaram a capacidade medicinal dessas plantas. Os pajés das tribos indígenas são os grandes conhecedores das ervas e plantas medicinais. A medicina chinesa também utiliza muitas dessas plantas no tratamento de doenças.  

A fitoterapia é a ciência que estuda a utilização das plantas medicinais, e a homeopatia também utiliza muitos remédios feitos de plantas e ervas medicinais. Os compostos químicos em plantas medeiam seus efeitos sobre o corpo através de processos idênticos aos compostos químicos de drogas convencionais. Isso permite que os medicamentos à base de plantas possam ser tão eficazes como os convencionais. É importante ter presente, no entanto, que também as plantas medicinais podem causar efeitos secundários nocivos.

Nessa oficina, Denise fez uma recapitulação do que ocorreu nas oficinas anteriores, I, II, III. Iniciou reapresentando as plantas medicinais: espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. Ex Reissek Celastraceae), guaco (Mikania glomerata Spreng. Asteraceae), hortelã (Mentha x piperita L. Lamiaceae), tansagem (Plantago major L. Plantaginaceae), capim-cidró (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf Poaceae), sálvia-da-gripe (Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex P. Wilson Verbenaceae), camomila (Matricaria chamomilla L. Asteraceae), cavalinha (E quisetum hyemale L. Equisetaceae) e goiabeira (Psidium guajava L. Myrtaceae).

A orientação é a de que as plantas sejam identificadas pelo nome popular e científico. Isso contribui para a utilização correta em chás que podem ser preparados por infusão. Para tanto, a água é aquecida até o ponto de fervura, depois é vertida sobre a planta e a mistura fica em repouso por alguns minutos. O chá também pode ser feito por decocção, quando as partes da planta são fervidas junto com a água por alguns minutos. Essa técnica é aplicada geralmente para o preparo de chás das cascas, raízes ou pedaços de caule. Por fim, o chá pode ser por maceração, em que a planta é emergida em água fria para o líquido adquirir as propriedades da planta. Além dos chás, podem ser feitos outros preparos com as plantas, como tinturas e vinhos medicinais.



Denise realizando a Oficina de plantas medicinais (Foto: Rafael Bassani/IHU)

A tintura é uma preparação que utiliza o álcool de cereais em vez de água. Em geral deixam-se as partes vegetais frescas ou secas, grosseiramente trituradas. Elas ficam mergulhadas em álcool durante oito ou dez dias. Depois a preparação é coada, filtrada e guardada em recipiente protegido contra a ação da luz e do ar. 

Na preparação de vinhos medicinais, deixa-se a planta escolhida e o vinho em maceração por oito dias. Para um vinho estimulante, pode-se utilizar o alecrim com vinho tinto seco, e, para um vinho relaxante, a melissa e o vinho branco.

Denise deixou as receitas anotadas para que todos pudessem acompanhar na oficina. Veja todas as receitas a seguir:

Vinho Tinto Seco de Alecrim

Ingredientes:

- 1 litro de vinho tinto seco
- Um ramo de alecrim 

Modo de preparo:

Coloque um ramo de alecrim na garrafa com vinho, tampe e agite para homogeneizar. Deixe em maceração por 10 dias, em ambiente seco, ao abrigo da luz e do calor. Uma vez por dia agite a garrafa para facilitar a extração. Coe em filtro de papel. Armazene em frascos bem fechados, de preferência de vidro.

Indicações:

Para memória, circulação, desordens hepáticas.

Posologia:

5 ml, três vezes ao dia.

Cuidados:

Contraindicado para gestantes, lactantes, crianças em geral, pessoas com debilidade no estômago ou fígado, com restrições ao álcool, com diarreia, com hipersensibilidade ao alecrim, ou pessoa com hipertensão.

Vinho Branco de Melissa

Ingredientes:

- 1 litro de vinho branco
- 60 g de folhas de melissa 

Modo de preparo:

Coloque as folhas de melissa na garrafa de vinho, tampe e agite para homogeneizar. Deixe em maceração por 1 semana, em ambiente seco, ao abrigo da luz e do calor. Uma vez por dia agite a garrafa para facilitar a extração. Coe em filtro de papel. Armazene em frascos bem fechados, de preferência de vidro.

Indicações:

Para prevenir doenças pulmonares, proteger o cérebro, manter as artérias limpas.

Posologia:

5 ml, três vezes ao dia.

Cuidados:

Contraindicado para gestantes, lactantes, crianças em geral, pessoas com debilidade no estômago ou fígado, com restrições ao álcool, com diarreia, com hipersensibilidade à melissa, ou pessoa com hipertensão.

Segurança alimentar no dia a dia

Quinta, 13 de Dezembro de 2018

Ecofeira Unisinos realizou, no dia 07 de novembro de 2018, a oficina Segurança alimentar, nutricional e frutas regionais, ministrada pela acadêmica de gastronomia Marcia Tomiazzo. O objetivo da atividade foi refletir sobre a segurança alcançada pela manipulação, higienização e preparo dos alimentos que podem ser utilizados no dia a dia.

A segurança alimentar e nutricional é a garantia do direito ao acesso de todos a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente, com base em práticas alimentares saudáveis, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, nem o sistema alimentar futuro, devendo se realizar em bases sustentáveis. Todo país deve ser soberano para assegurar sua segurança alimentar, respeitando as características culturais de cada povo, manifestadas no ato de se alimentar. É responsabilidade dos Estados Nacionais assegurar esse direito e devem fazê-lo em obrigatória articulação com a sociedade civil, cada parte cumprindo suas atribuições específicas.

O termo “Segurança Alimentar” começou a ser utilizado após o fim da Primeira Guerra Mundial. Com a traumática experiência da guerra, vivenciada sobretudo na Europa, tornou-se claro que um país poderia dominar o outro, controlando seu fornecimento de alimentos. Mas o termo só foi adotado mesmo em meados da década de 1970, numa época de crise alimentar mundial, associada a uma política de manutenção de estoque de alimentos. Com a Conferência Mundial de Alimentação, a segurança alimentar passou a ser uma questão de produção de alimentos (produtivista), com ênfase na comida, e com um conjunto das normas de produção, transporte e armazenamento de alimentos. Na década de 1980, a crise de alimentos teve sua superação; assim, conclui-se que os problemas da fome e da desnutrição eram decorrentes de problemas de demanda, ou seja, de acesso, e não só de produção.

Em 1996 a Conferência Mundial da Alimentação, organizada pela FAO (Food and Agriculture Organization of The United Nations), definiu que a segurança alimentar existe quando todas as pessoas, em todos os momentos, têm acesso físico, social e econômico a alimentos suficientes, seguros e nutritivos que satisfaçam suas necessidades alimentares para uma vida ativa e saudável. Dessa forma, comer é um ato social, cada garfada traz consequências no dia a dia, por isso o importante é produzir uma alimentação boa e saudável para as pessoas. 

Pensando nisso, Marcia compartilhou e realizou algumas receitas para todos os presentes na oficina, sintetizando de forma material a discussão inicial. Misturando vários elementos, produziu o pão vegano de PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais). A oficineira utilizou ora-pro-nóbis e aipim, sem nada de origem animal, sem lactose, atendendo, dessa forma, muitas pessoas. Além disso, foi consumida uma geleia de jabuticaba, pizza com cereja confitado – essa palavra do dicionário gastronômico vem do verbo confire, que quer dizer conservar um alimento na gordura ou no açúcar, então um alimento confit nada mais é do que algo preparado, conservado em imersão dentro de uma gordura ou de um xarope de açúcar para que dure mais tempo – e, por último, uma maionese. Foram revelações de encontros entre diferentes alimentos e produções, que apresentam outros jeitos saudáveis de promover a alimentação, com qualidade e sustentabilidade.  

Marcia deixou as receitas anotadas para que todos pudessem acompanhar na oficina. Veja todas as receitas a seguir:

Pão vegano de ora-pro-nóbis e aipim 

Ingredientes:

-  3 colheres de açúcar mascavo
-  4 colheres de linhaça hidratada e processada
-  160 g de ora-pro-nóbis
-  2 xícaras de chá de aipim cozido
-  ½ xícara de chá de óleo
-  1 ½ colher de chá de sal
-  1 colher de sopa de fermento
-  30 ml de água 
-  Farinha de trigo

Modo de preparo:

O modo de preparo é bem fácil. Primeiro, branquear e processar a ora-pro-nóbis juntamente com o aipim. Segundo, misturar os elementos secos e ir agregando a linhaça, o aipim e o óleo, sovar, deixar a massa repousar por 30 minutos. Quando dobrar de volume, moldar os pães, deixar fermentar por aproximadamente mais 30 minutos e assar a 160°C.

Massa de pizza sem glúten

Ingredientes da massa: 

- 260 g de farinha de arroz 
- 150 g de polvilho doce
-  20 g de polvilho doce
-  20 g de farinha de casca de abóbora
-  20 g de açúcar
-  10 g de fermento biológico seco
-  3 g de sal
-  2 ovos
-  50 g de azeite de oliva
-  120 g de água morna e farinha de milho para abrir a massa

Ingredientes do recheio:

- Molho de tomate
- Queijo
- Ervas frescas
- Confit de cereja
- Folhas de bertalha

Modo de preparo: 

Misturar todos os ingredientes secos e em seguida adicionar os líquidos, misturar bem a massa até ficar lisa. Dividir a massa em duas partes. Polvilhando a bancada com farinha de milho, abrir a massa em formato de disco. 

Dispor a massa em forma untada e deixar descansar por 15 minutos, pré-assar por 15 minutos a 160°C e por último rechear a pizza e levar ao forno para gratinar por mais 5 minutos.

Patê de cereja silvestre

Ingredientes: 

-  150 g de polpa de cereja fresca
-  60 g óleo vegetal
-  ½ unidade de alho-poró
-  Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo:

Manter em uma frigideira, refogar o alho-poró, quando estiver dourado acrescentar a polpa da cereja e reservar. Processar a biomassa de banana e as cerejas refogadas. Finalizar ajustando sal e pimenta.



Marcia Tomiazzo preparando para a turma uma receita com elementos das oficinas anteriores (Foto: Rafael Bassani/ IHU)

Confit de cerejas silvestres

Ingredientes: 

- Cerejas silvestres
- Azeite de oliva ou óleo vegetal
- Ervas frescas (salsinha, cebolinha, tomilho e alecrim)
- Alho 

Modo de preparo:

Dispor as cerejas em um refratário, cobrindo-as como óleo, acrescentar entre elas as ervas frescas e o alho, levar ao forno para uma cocção lenta em baixa temperatura – 1h / 60°C. 

Armazenamento: esterilizar o vidro e a tampa em água fervente, colocar o confit ainda quente coberto com o próprio óleo, fechar bem a tampa e guardar.

Essas regras são, até certo ponto, internacionalizadas, de modo que as relações entre os povos possam atender as necessidades comerciais e sanitárias. Alegando essa razão, alguns países adotam “barreiras sanitárias” a matérias-primas agropecuárias e a produtos alimentícios importados. 

A Ecofeira Unisinos, que ocorre todas as quartas-feiras em frente ao Instituto Humanitas Unisinos - IHU, em São Leopoldo, no corredor principal da Universidade, realizou nesta semana o Círculo Cultural, articulado pelo prof. Dr. Telmo Adams, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Escola de Humanidades Unisinos

O objetivo do evento foi exercitar e contemplar as várias dimensões artísticas, estéticas e poéticas no contexto acadêmico, buscando o envolvimento das/dos estudantes, das/dos professoras/es e das/dos demais trabalhadoras/es da Universidade.

O evento mostrou as diferentes formas culturais, como poesia, música, contação de histórias, excerto de literatura, dança, teatro e muito mais. Um evento aberto para que todas/os possam expor a sua arte para o público, onde quem está passando pelo local acaba vendo de longe, ouvindo a melodia e aos poucos vai se chegando.



Participantes do evento (Foto: Rafael Bassani/IHU)

Círculo Cultural começou com uma ciranda, que é uma dança de roda originada mais precisamente na ilha de Itamaracá, através das mulheres de pescadores que cantavam e dançavam esperando eles chegarem do mar. Caracteriza-se pela formação de uma grande roda, geralmente nas praias ou praças, onde os integrantes dançam ao som de ritmo lento e repetido. 

A nossa Ciranda foi formada para celebrar os bons momentos e acolher o que temos pela frente... juntos, acolhidos, envolvidos com nossas ideias e corpos. Esse momento belo e singelo comoveu e emocionou a maioria. Logo após a dança, foram realizadas algumas falas sobre esse momento, agradecimentos, acolhimento, energia de gente com gente.

A cantoria e a poesia deram seguimento ao Círculo Cultural. E tocando a música do Ivan Lins chamada “Ô de casa” além de todo esse movimento musical, teve também muita poesia como “Retrato” da Cecília Meireles e “Pensamento Chão” da Viviane Mose, onde é um apuro da linguagem, onde o lúdico e a depuração aparecem uma forma de estabelecer um contato mais sensível com as palavras, um longo poema tecido de  muitos outros poemas.

O círculo foi crescendo e envolvendo, reunindo gente com seus talentos, que participou e empolgou quem estava na roda e fora dela. E com isso, os participantes se despediram anunciando que em 2019 o Círculo voltará com a energia da Ecofeira, dos feirantes e de toda a gente da universidade e de fora dela que acredita na vida que dá frutos e flores.