24 Junho 2016
Paulo Suess
Efeito Bergoglio
O arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, celebra nesta quinta-feira, 23 de junho, seu aniversário natalício. Grato a Deus por mais um ano de vida, ao retornar de uma celebração às 23h desta quarta-feira, dia 22, Dom Orani foi ao Centro da cidade do Rio encontrar-se com irmãos em situação de rua para junto deles comemorar seu aniversário.
Dando um belo testemunho a seu rebanho, que neste mês de junho, dentro do Ano Santo da Misericórdia, é convidado pela Igreja no Rio a meditar sobre a quarta obra corporal: “vestir os nus”, o Cardeal entregou agasalhos, cobertores, café e leite, e ouviu histórias, conhecendo de perto a realidade de quem vive e dorme nas ruas.
Giuseppe Cocco
BREXIT: NO DESERTO, REINVENTAR A ESQUERDA E A GLOBALIZAÇÃO
Ou a esquerda volta a ter uma política "proletária" e é capaz de entender que esse tal de proletariado não são os setores corporativos controlados por aparelhos pelegos que vestem camisetas vermelhas e gritam contra o o golpe (que seu próprio partido deu), mas uma nova composição do trabalho, ou vai pro brejo pra valer, no Brasil como na Inglaterra ... e proximamente na França.
A nova composição de classe está nas cidades e nas florestas, fora das fábricas, e precisa de um novo sistema de proteção social, a começar pela Renda Universal e uma democracia realmente participativa, sobretudo em nível municipal.A nova composição do trabalho junta pobres e trabalho dos serviços em geral: é luta por serviços de cidadania. A prisão do ex-ministro do Planejamento é politicamente muito importante: como podia um cara desse e o partido que se alimentava dessa prática, mudar alguma coisa nos serviços se ele os usava para encher os bolsos? Não se trata - apenas - de uma questão moral, mas de uma questão totalmente política: nessas prisões o que aparece não tão somente a venalidade dos dirigentes do PT, mas a cumplicidade deles com um sistema de exploração que hoje é o principal obstáculo à construção de uma nova cidadania no Brasil.
Na França, Hollande (PS) está fazendo uma políticas de reformas ultraliberais que a direita do Sarkozy não tinha feito. Exatamente como o PT aqui, com a Dilma e seu ajuste desajustado.
Exatamente como aqui no Brasil, o establishement da esquerda francesa mostra que governa a partir de suas redes tecnocráticas segundo as lógicas de interesses de quem lhe paga as contas eleitorais. Diante do movimento de massa (#nuitdebout, manifestações multitudinárias, lutas sindicais) Hollande e o PS, com a mídia, organizam um mix de repressão (usando até o Estado de Exceção para proibir manifestações) e desqualificação para continuar ... rumo ao muro: nas próximas eleições vai ser a direita fascista e xenófoba da Marine Le Pen que vai interpretar o voto proletário.
A Glasnost (transparência) da Lava Jato (e outras operações) mostra(m) qual é o mecanismo disso: a corrupção ética e corrupção política vão juntas, são a mesma coisa. Entre Lula e Paes, entre Dilma e Temer não há nenhuma diferença, que não seja a luta pelo mesmo poder.
De maneira cada vez mais urgente, precisamos sair dessa armadilha, ir por deserto junto à multidão de junho mas também das grandes manifestações pelo impeachment ... de 2015 e 2016 e NESSA indignação reinventar a esquerda para além da esquerda.
Não é fácil, é mais simples ficar com seus colegas de departamento gritar contra um tal de golpe inexistente e se sentir confortado por esse efeito de clã, com sua bandeirinha vermelha ... na beira do abismo.
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