Pizzolato reclama de humilhação e tortura em depoimento à Justiça Federal

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Por: Cesar Sanson | 03 Fevereiro 2016

O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, preso devido à sua condenação no mensalão, afirmou nesta terça-feira (2) em depoimento na Justiça Federal que confeccionou passaporte falso e fugiu do país “para salvar minha vida”.

A reportagem é publicada por Gazeta do Povo, 02-02-2016.

No mensalão, o paranaense foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por peculato, corrupção e lavagem de dinheiro. Na audiência, Pizzolato foi ouvido por causa de uma ação movida pelo Ministério Público Federal em Santa Catarina na qual ele é acusado de falsidade ideológica, por ter assumido a identidade do irmão morto, Celso Pizzolato, para fugir do Brasil e não ser preso.

Como, porém, Pizzolato foi extraditado da Itália, o acordo de extradição não previa que ele fosse submetido a outro julgamento fora a pena do mensalão. Por isso, a Justiça quis ouvi-lo para saber se ele concordava em responder a um outro processo não previsto, o que seria uma extradição supletiva. Pizzolato respondeu que não concordava.

Apesar de o processo tramitar na Justiça Federal em Lages (SC), ele foi ouvido em Brasília porque atualmente está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal. Além dessa, Pizzolato também responde a uma ação de crime eleitoral no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio, por ter votado duas vezes com título eleitoral falso, do seu irmão.

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Depois de manifestar discordância em responder ao processo de falsidade ideológica, Pizzolato citou que a legislação brasileira considera como “a coisa mais digna” atuar para salvar a própria vida e justificou: “Eu salvei minha vida. (...) Para salvar minha vida eu usei de todos meios que foram possíveis e isso o Brasil reconheceu na corte italiana”.

Como exemplo, o ex-diretor do Banco do Brasil lembrou de declarações do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que preferia morrer a ficar em um presídio brasileiro, e da presidente Dilma Rousseff, de que “o Brasil tinha perdido a luta na questão carcerária”, afirmou.

“Eu usei de todos os meus meios possíveis para sobreviver”, disse.

“Tratamento desumano”

Pizzolato chegou à audiência algemado e acompanhado de policiais armados. Apesar de seu depoimento ter durado cerca de cinco minutos, ele reclamou de “tratamento desumano”.

“O sistema de locomoção do cárcere até aqui, olha como estão minhas mãos [mostra marcas das algemas]. Eu tive que me despir. O Brasil já foi condenado pela ONU por esse sistema de revista vexatória”, afirmou.

E completou: “Esse sistema de transporte que é feito dos prisioneiros é um sistema que, além de desumano, só pretende humilhar as pessoas e torturar as pessoas. Não há condição de uma pessoa de 64 anos se manter dentro de uma viatura com as mãos algemadas atrás, sem nenhum banco de apoio, dando cabeçada nas paredes e passando mal”.

Seu depoimento será encaminhado à Justiça Federal de Lages. Em novembro, a juíza federal Giovana Cortez suspendeu a tramitação da ação contra Pizzolato até que se obtenha a extradição suplementar para incluir o novo caso.

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