“A violência e o terrorismo se alimentam com o desespero da pobreza”, diz Papa Francisco no Quênia

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Por: André | 27 Novembro 2015

“A experiência demonstra que a violência, os conflitos e o terrorismo que se alimenta do medo, da desconfiança e do desespero nascem da pobreza e da frustração”. As palavras foram ditas pelo Papa Francisco em seu primeiro discurso no Quênia, na presença do presidente Uhuru Kenyatta e das autoridades do país, reunidas no jardim da State House de Nairóbi, debaixo de uma grande tenda montada para a ocasião.

A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada por Vatican Insider, 25-11-2015. A tradução é de André Langer.

“A luta contra estes inimigos da paz e da prosperidade – acrescentou o Papa Bergoglio – deve ser travada por homens e mulheres que, sem medo, acreditam e dão testemunho dos grandes valores espirituais e políticos que inspiraram o nascimento da nação”. Francisco, que pronunciou seu discurso em inglês, recordou que o Quênia foi “abençoado” não apenas com uma “imensa beleza, em suas montanhas, em seus rios e lagos, em suas florestas, savanas e semi-desertos, mas também com a abundância de recursos naturais”.

“A grave crise ambiental – indicou o Pontífice argentino – que o nosso mundo enfrenta exige cada vez maior sensibilidade com a relação entre os seres humanos e a natureza. Temos a responsabilidade de transmitir às gerações futuras a beleza da natureza em sua integridade e a obrigação de administrar adequadamente os dons que recebemos”. Palavras que antecipam os temas delicados que serão tratados na Conferência de Paris, que começará dentro de mais alguns dias, dedicada ao aquecimento global.

Francisco continuou: “em um mundo que, em vez de proteger, segue explorando a nossa casa comum, estes valores devem inspirar os esforços dos líderes nacionais para promover modelos responsáveis de desenvolvimento econômico”.

De fato, há uma clara relação entre a proteção da natureza e a edificação de uma ordem social justa e equitativa, motivo pelo qual “não pode haver uma renovação da nossa relação com a natureza sem uma renovação da própria humanidade”.

O Papa, em seguida, falou sobre uma das “pragas” da África: “Na medida em que as nossas sociedades experimentam divisões, quer sejam étnicas, religiosas ou econômicas, todos os homens e mulheres de boa vontade são chamados a trabalhar pela reconciliação e a paz, pelo perdão e a cura dos corações. A tarefa de construir uma ordem democrática sólida, de fortalecer a coesão e a integração, a tolerância e o respeito pelos outros, está orientada primordialmente à busca do bem comum”.

Francisco concluiu seu primeiro discurso em solo africano convidando a classe dirigente do Quênia a “proteger os jovens”, investindo neles, a “trabalhar com integridade e transparência pelo bem comum, e a fomentar um espírito de solidariedade em todos os setores da sociedade. Eu os exorto, em particular, a se preocuparem verdadeiramente com as necessidades dos pobres, com as aspirações dos jovens e com uma justa distribuição dos recursos naturais e humanos com que o Criador abençoou o seu país”.

Em seu discurso de boas-vindas, o presidente Kenyatta indicou: “Eu fui a uma escola católica”, e recordou que a Igreja foi e é um “forte sócio do Estado para o desenvolvimento social e econômico do país”. Kenyatta também disse: “Queremos combater o vício da corrupção e dos lucros ilegais que provêm da exploração do meio ambiente”. E concluiu pedindo ao Papa para que reze por ele e pelo país.

Antes de se encontrar com as autoridades do país, o Papa visitou Kenyatta, abriu o livro de ouro e reuniu-se a sós com o presidente. Ao mesmo tempo, ocorreu um encontro bilateral entre as delegações vaticana e queniana, do qual participou o cardeal secretário de Estado Pietro Parolin.

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