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27 Julho 2015

"Infeliz a sociedade que tem como liderança pública a uma mulher, ex-guerrilheira que caiu diante das masmorras de Fleury e não cantou e hoje vê esta mesma pessoa que fora heroica em sua juventude atuar como gerente de fim de ciclo, como chefe de almoxarifado da distopia do capitalismo tardio brasileiro. Precisamos urgentemente redescobrir ou reinventar a nós mesmos. Uma palavra de ordem poderia ser: "Mais Santo Dias e menos Luiz Inácio". O tema é recorrente e me proponho a aprofundar o debate", escreve Bruno Lima Rocha, jornalista e cientista político, professor de Relações Internacionais.

Eis o artigo.

Assistindo o programa Globonews Painel (deste sábado 25 de julho de 2015) me dei conta que há um tema de fundo nesta crise política. No primeiro mandato de Dilma, o ministro Guido Mantega de fato tentou uma inflexão desenvolvimentista, mas sem uma base social mobilizada e tampouco a predisposição do partido de governo para confrontar a sangria desatada de mais de 40% do orçamento da União para a especulação da agiotagem rentista. No segundo turno de 2014, houve uma eleição plebiscitária cuja chapa vitoriosa aceitou o brete do rentismo e chamara um ministro da Fazenda que apoiara Armínio Fraga para tomar conta do caixa da 8a economia do mundo.

Agora, diante de uma crise política de primeira grandeza e sem a conhecida base social mobilizada, podemos ficar assistindo um processo de paralisia decisória rumo à uma catástrofe institucional sem o Poder Moderador das FFAA a ser convocado pela reação das vivandeiras. A solução vai ser civil e no andar de cima, isto se deixarmos. Logo, precisamos compreender que há a necessidade de um poder de veto de fato, vindo das bases da sociedade para não perder os ganhos materiais - pequenos mas reais - advindos do pacto de classes lulistas.

A direita mais ideológica quer enterrar qualquer pretensão nacional e latino-americana, rumando o Brasil para o eixo do Pacífico (com direito a TLC com a China e tudo). A centro-esquerda se contenta em entregar quase tudo para não deixar de perder o mínimo. Estão pregando abertamente que Dilma se mantenha no Poder Executivo abrindo mão de qualquer capacidade de governar por conta de sua campanha, entregando o pote de ouro (as receitas da União e a espinha dorsal da Constituição Brasileira) e assumindo totalmente o estelionato eleitoral.

Infelizmente, estamos diante da correta criminalização dos agentes econômicos clientes do Estado nacional, embora os mesmos órgãos de Estado não estejam com tanta ferocidade para com a também correta e necessária criminalização do agente financeiro (como por exemplo na Operação Zelotes e o Swissleaks). Por mais de duas décadas a centro-esquerda aplaudiu o Ministério Público e a Polícia Federal como se a investigação em alto nível pudesse superar o conflito de classes e de projeto de poder. Vale observar que o jacobinismo republicano é uma tentação mais fácil e exequível no curto prazo do que pensar em um lugar a ser construído de tipo utopia com socialismo e democracia. Quem se recorda do período em que o recém nascido PSOL andava por todo o país carregando o delegado Protógenes Queiroz como herói nacional irá compreender a natureza desta crítica.

Se a lição da Grécia for de alguma valia, é necessário compreender que a parcela restante do partido de governo tentará se manter no governo a quase qualquer custo e não governar com o mínimo de fidelidade programática a si mesmo, ou o que dele restara. Escrevi há alguns anos o perfil de dirigentes criminalizados e os classifiquei como "grotescas caricaturas de si mesmos". Hoje esta caricatura é o próprio instrumento partidário, a julgar pelo comportamento de franco atirador e com instinto de sobrevivente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Infeliz a sociedade que tem como liderança pública a uma mulher, ex-guerrilheira que caiu diante das masmorras de Fleury e não cantou e hoje vê esta mesma pessoa que fora heroica em sua juventude atuar como gerente de fim de ciclo, como chefe de almoxarifado da distopia do capitalismo tardio brasileiro. Precisamos urgentemente redescobrir ou reinventar a nós mesmos. Uma palavra de ordem poderia ser: "Mais Santo Dias e menos Luiz Inácio". O tema é recorrente e me proponho a aprofundar o debate.

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