02 Julho 2015
Moysés Pinto Neto
O Eduardo Campos tinha uma frase que alguns amigos odeiam, mas hoje encontra sua perfeita significação: "não vamos desistir do Brasil". Passei o semestre estudando com meus alunos - agradeço a elas e eles por isso - as diversas leituras do Brasil dos clássicos aos contemporâneos, e a única constante entre todos esses intelectuais é que o Brasil é um país que precisa se livrar da mentalidade escravista, da ideia de que são exatamente aqueles que estão no subsolo social os responsáveis por todo o problema nacional. O brasileiro é um potencial capitão do mato: olha para o gesto de chicotear e se identifica com quem chicoteia (mesmo quando está embaixo e só poderia ocupar o outro lugar).
Hoje, sabemos que 87% dos brasileiros apoia a medida do Congresso Nacional. É o atestado da nossa incultura, ignorância, considerando que 100% - não conheço um único moicano - dos pesquisadores (isto é: cientistas) da violência são contrários à redução, assim como os profissionais do direito que atuam na área. É uma vitória do obscurantismo, do pensamento tosco, raso, do populismo, de um país que prefere acreditar em Datena mais que nos professores (aliás, vamos parar com esse anti-intelectualismo repulsivo por aqui?), que valoriza o histrionismo (o sujeito que grita, gesticula, faz careta) acima do conhecimento, é um país de gente muito burra, estúpida, que merece apodrecer no inferno de violência que cultiva todos os dias ao humilhar o pobre, segregar e encastelar-se entre muros, fomentar o faroeste do cada um por si e aplaudir quando as instituições públicas se comportam como milícia privada. Descontadas, é claro, as pessoas que apoiam por pura ignorância, por serem incapazes de resistir à sugestão da mídia (que alimenta o medo e considerando que a maré punitivista é um maremoto), indo essas na conta do nosso fracasso educacional (um fracasso completo que atinge também os iniciados, simbolizado na declaração de que "a redução vai de encontro aos interesses da população" como comemoração). Vamos ter que continuar vivendo nesse país indecente enquanto nossa elite vai visitar outros mais justos e responsabilizar nossos fracassos pelos vagabundos que catam nosso lixo ou vivem entorpecidos na "boa vida" do crack embaixo das pontes.
Desculpe, Eduardo Campos, por hoje estou desistindo do Brasil.
Eliseu Wisniewski
Para rir...“coando mosquitos e engolindo camelos”.
Antes de ser carro Fiat , o "Pálio" é uma espêcie de colar de lã pura com 5 cruzes patriarcais, parte da veste sacerdotal dos Arcebispos católicos, abençoado pelo Papa no dia de S. Pedro.
Um editor de Jornal achou era um carro Fiat. E assim escreveu:
Márcia Junges compartilhou a foto de JornalCiencia.
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Humano, demasiado humano...
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