13 Abril 2015
A prefeitura de Porto Alegre gasta, em média, R$ 61,1 milhões por ano para tratar água que é desperdiçada. Segundo o último relatório do Sistema Nacional de Informação sobre o Saneamento (SNIS), a Capital deixa de usar mais de 26% de toda a água que produz. O valor equivale, por exemplo, ao que o Executivo investe anualmente para renovação de redes.
A reportagem é de Maria Eduarda Fortuna, publicada pelo jornal Zero Hora, 10-04-2015.
O cálculo é feito pelo próprio Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Por dia, Porto Alegre produz 520 mil metros cúbicos de água ao custo de R$ 1,24 cada, totalizando uma perda diária de mais de R$ 160 mil. O diretor-geral do departamento, Antônio Elisandro de Oliveira, admite que as perdas são elevadas, mas afirma que Porto Alegre tem índice menor do que outros municípios brasileiros.
– Tem que ser comparado com as médias de outros locais, onde o desperdício chega aos 50%. Nesse sentido, temos uma situação privilegiada, pois ainda é 10% abaixo da média nacional, que é de 37% – diz.
Tubulação antiga aumenta o problema
A falta de investimentos para troca de tubulações é um dos principais motivos para tanto desperdício. Porto Alegre tem quatro mil quilômetros de redes e muitas delas já ultrapassaram a vida útil de 50 anos. Segundo o Dmae, há pontos no município com canos de mais de 70 anos, razão pela qual seriam registrados tantos vazamentos.
Por ano, as prefeituras deveriam trocar 80 quilômetros de encanamento. No ano passado, porém, apenas 30 quilômetros foram substituídos na Capital. O diretor destaca que foi um ano “atípico” em razão da Copa do Mundo, já que muitas obras deixaram de ser feitas para não causar transtornos e bloqueios na cidade durante o mundial. Em 2013, foram trocados cerca de 60 quilômetros. O Dmae recebe por dia cerca de 200 reclamações de vazamentos, perdas e falta de água. Em 2014, foram mais de 50 mil.
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Porto Alegre desperdiça 26% da água que produz - Instituto Humanitas Unisinos - IHU