Barack Obama. Contra a “austeridade sem sentido”

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Por: André | 04 Fevereiro 2015

O presidente planeja aumentar os impostos dos mais ricos dos Estados Unidos e das grandes corporações para financiar novas oportunidades para a classe média.

A reportagem é de David Usborne e publicada no jornal argentino Página/12, 03-02-2015. A tradução é de André Langer.

O presidente Barack Obama anunciou no início da semana o seu projeto de orçamento, com aumento de impostos para os mais ricos dos Estados Unidos e das grandes corporações para financiar novas oportunidades para a classe média. Junto com um amplo esforço de investimentos em infra-estruturas, as medidas uma vez mais irão colocá-lo em pé de guerra com os republicanos do Congresso.

O orçamento recorde de quatro trilhões de dólares para o ano fiscal de 2016, que começa em 1º de outubro, prioriza o conteúdo do combativo discurso do presidente do Estado da União no mês passado, que insistiu em ajudar os estadunidenses da classe média com as mudanças no sistema tributário e com a criação de outros programas e benefícios fiscais para levantar suas perspectivas.

É um plano para o futuro que “reflete os nossos valores”, disse Obama. A Casa Branca reconhece que as possibilidades de que o Congresso dominado pela oposição o aprove são escassas ou nulas; mesmo assim, abre um debate sobre como diminuir a brecha de ingressos nos Estados Unidos que pode dominar a corrida presidencial do próximo ano. Obama também propõe acabar com os estritos limites de gastos federais, sobretudo na defesa, que foram impostos como parte de um compromisso para acabar com um orçamento inflamado enfrentado de 2011.

Pedindo ao Congresso que “substitua a austeridade sem sentido por um investimento sensato”, Obama assinalou que o déficit federal foi reduzido em dois terços desde que assumiu o cargo.

O aumento proposto no gasto para o Pentágono será bem recebido pelos republicanos, alguns dos quais também têm certa simpatia com a solicitude de Obama para um fundo de infra-estrutura especial para reparar muitas pontes, estradas e aeroportos em maus estados e ampliar o acesso à banda larga. Sua mensagem mais ampla de tomar dinheiro dos ricos para dá-lo à classe média segue sendo, no entanto, um anátema para o partido.

Muitos já estavam fazendo fila para acusar Obama de provocar a guerra de classes. Está tratando de “explorar a inveja econômica”, disse o deputado republicano Ryan. “Não é bom para o crescimento econômico”, acrescentou.

O rascunho do orçamento inclui um imposto de 14% sobre os lucros das grandes empresas estadunidenses que ficam no exterior. Esta taxa “excepcional” aponta contra uma prática legal, embora muito controversa: a possibilidade de que as empresas estadunidenses acumulem uma parte de seus lucros no exterior, fora do alcance do fisco dos Estados Unidos.

Vários grandes grupos da indústria estadunidense, como a Apple, Google, Microsoft, General Electric e a Pfizer, aproveitaram esta brecha para esquivar o imposto das empresas nos Estados Unidos, um dos mais elevados entre os países industrializados, com uma taxa de 35%.

Além de um orçamento básico de 534 bilhões de dólares para o Pentágono, Obama também está solicitando 51 bilhões de dólares em fundos para a guerra, o que reflete as preocupações sobre a ameaça do Estado Islâmico e os problemas atuais na Ucrânia.

Mais além dos números, o projeto é uma declaração das prioridades de Obama para seus últimos dois anos e poderia servir de base para o candidato indicado pelo partido em 2016, que se espera seja a Hillary Clinton.

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