27 Novembro 2014
O Metrô de São Paulo vetou a publicidade de um livro sobre a tática Black Bloc. A publicidade, paga pela Geração Editorial, responsável pela publicação, ficaria em cartazes afixados nos vagões dos trens. Um dos autores de "Mascarados - A Verdadeira História dos Adeptos da Tática Black Bloc" (leia o primeiro capítulo), o jornalista e blogueiro Bruno Paes Manso, afirmou que a leitura a respeito do livro feita pelo Metrô, que é controlado pelo governo do Estado, é "equivocada".
A reportagem foi publicada pelo Brasil Post, com informações do jornal O Estado de S. Paulo, 26-11-2014.
No auge dos protestos de junho de 2013, estações do Metrô foram alvo de quebra-quebra na região da Avenida Paulista. Em sua página no Facebook, a Geração Editorial qualificou a decisão do Metrô como um ato de censura.
Já Luiz Fernando Emediato, diretor da Geração, foi mais político: "Para nossa surpresa, disseram que não veiculariam o anúncio porque ele incitaria a violência. Não vou chamar de censura. Foi um erro de avaliação", disse. Para ele, o livro é apenas uma reportagem sobre o tema em que todos os lados - incluindo a Polícia Militar - são ouvidos. O "excesso de zelo" e a "avaliação equivocada" teriam motivado a decisão do Metrô, disse o editor.
Em seu blog na Veja.com, o jornalista Reinaldo Azevedo aprovou o veto do Metrô:"Fez muito bem!", escreveu. Para Azevedo o Metrô "foi o aparelho público mais atacado por esses bandidos, que, não há por que dourar a pílula, recebem um tratamento adocicado, compassivo e compreensivo dos autores."
A Geração Editorial contrataria 20 sancas, como são chamadas as peças de publicidade, nos vagões das Linhas Vermelha e Verde - o dobro do mínimo exigido pelo Metrô. Cada uma delas mede 112 centímetros por 30 cm e custa R$ 266. A editora gastaria R$ 5.320 por um mês de exposição.
No dia 19, porém, a Geração recebeu um e-mail do Metrô dizendo que o layout não havia sido aprovado. A editora respondeu a mensagem e mais tarde recebeu a ligação de um funcionário do Metrô dizendo que não adiantaria mandar outra arte, já que o problema era com o tema do livro.
O Metrô informou, por meio de nota, que "reprovou única e exclusivamente o layout da peça publicitária da Geração Editorial por estar em desacordo com o artigo 20 de seu regulamento de mídia (Remídia)". O texto veta mensagens que "infrinjam a legislação vigente, atentem contra a moral e os bons costumes, tenham temas de cunho religioso ou político-partidário". O regulamento ainda proíbe anúncios "que possam suscitar comportamentos inadequados".
A empresa alegou que "é errado" acusá-la de "censura ou veto ao livro". Segundo a companhia, a avaliação feita pela área de negócios se restringe apenas à peça publicitária. O texto também informou que "os anunciantes dos espaços publicitários do Metrô têm pleno conhecimento do regulamento".
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Metrô de SP veta anúncio de livro sobre black blocs e é acusado de 'censura' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU