Por: André | 24 Novembro 2014
“O Povo de Deus possui um olfato infalível para reconhecer os bons pastores e distingui-los dos mercenários”. No dia da Festa de Cristo Rei (dia 23 de novembro), o Papa Francisco proclamou na Praça São Pedro seis novos santos, que em comum viveram o amor pelos pobres. “O Evangelho nos diz o que nos pede o Reino de Deus: recorda-nos que a proximidade e a ternura são a regra de vida também para nós, e que com base nisto seremos julgados”.
Fonte: http://bit.ly/1xQrydV |
A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio Vatican Insider, 23-11-2014. A tradução é de André Langer.
Neste domingo foram canonizados os beatos Giovanni Antonio Farina (1803-1888), Kuriakose Elias Chavara, da Sagrada Família (1805-1871), Ludovico da Casoria (1814-1885), Nicola da Longobardi (1650-1709), Eufrasia Eluvathingal, do Sagrado Coração (1877-1952) e Amato Ronconi (cerca de 1226-cerca de 1292).
Na homilia, o Papa Francisco explicou que “Jesus colocou em prática o Reino: o fez com a proximidade e com o amor de pastor para com seu rebanho: procurar, reunir da dispersão, conduzir ao pasto, fazer repousar, procurar a ovelha perdida, voltar à ovelha extraviada, cuidar a ovelha ferida, curar a ovelha doente, cuidar e pastorear. Todas estas atitudes se tornaram realidade em Jesus Cristo”.
“Quem, na Igreja, foi chamado para ser pastor não pode se afastar deste modelo – disse o Papa – se não quiser se converter em mercenário. A esse respeito, o Povo de Deus tem um olfato infalível para reconhecer os bons pastores e distingui-los dos mercenários”.
Francisco explicou que “Jesus não é um rei à maneira deste mundo: para Ele reinar não é comandar, mas obedecer ao Pai, consagrar-se a Ele, para que realize o seu plano de amor e de salvação”. E acrescentou: “O Evangelho nos diz o que nos pede o Reino de Jesus: recorda-nos que a proximidade e a ternura são a regra de vida também para nós, e com base nisso seremos julgados. Este será o protocolo do nosso julgamento. É a grande parábola do Juízo Final de Mateus 25. O Rei disse: ‘Venham vocês, que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar’ (25, 34-36). Os justos lhe perguntaram: quando fizemos tudo isto? E Ele responderá: “Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram’ (25, 40)”.
A salvação, explicou o Papa, “não inicia mediante a confissão da soberania de Cristo, mas na imitação das obras de misericórdia através das quais Ele realizou o Reino. Quem as cumpre demonstra ter acolhido a realeza de Jesus, porque abriu espaço em seu coração à caridade de Deus. Ao final da vida seremos julgados em base ao amor, em base à proximidade e à ternura para com os irmãos. Disto dependerá a nossa entrada ou não no Reino de Deus, a nossa localização em um ou outro lado. Jesus, com sua vitória, nos abriu seu Reino, mas cabe a cada um de nós entrar neste Reino ou não, já a partir desta vida (o Reino começa agora), fazendo-nos próximos do irmão que pede pão, roupa, acolhida, solidariedade, catequese. E se verdadeiramente amamos a este irmão ou aquela irmã, seremos levados a compartilhar com ele ou com ela o que de mais precioso temos, isto é, o próprio Jesus e seu Evangelho!”
Os novos santos, concluiu o Pontífice, responderam “com extraordinária criatividade ao mandamento do amor a Deus e ao próximo. Dedicaram-se inteiramente a serviço dos últimos, assistindo os indigentes, os enfermos, os anciãos, os peregrinos. A sua predileção pelos pequenos e pelos pobres era o reflexo da sua medida de amor incondicional a Deus. De fato, buscaram e descobriram a caridade na relação forte e pessoal com Deus, da qual surge o verdadeiro amor pelo próximo”.
Antes de recitar o Angelus na Praça São Pedro, para concluir a cerimônia de canonização, o Papa disse: “Pela intercessão dos dois santos indianos, provenientes do Kerala, grande terra de fé e de vocações sacerdotais e missionárias, que o Senhor conceda um novo impulso missionário à Igreja que está na Índia, que é tão boa, para que, inspirando-se em seu exemplo de concórdia e reconciliação, os cristãos da Índia prossigam no caminho da solidariedade e da convivência fraterna”.
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“O povo tem olfato para distinguir os bons pastores”, diz o Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU