Católicos progressistas denunciam que o Papa deixou a Espanha de fora de sua reforma

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Por: Caroline | 01 Setembro 2014

O plano de reforma de Igreja católica que o papa Francisco  (foto) realiza desde 2013, que trata de aproximar as propriedades eclesiásticas dos pobres e converte a instituição em um ente mais humilde e sensível às necessidades do povo, não parece incluir a Espanha entre suas linhas principais. Esta é a opinião de alguns teólogos, que denunciam que Francisco não cumpriu com sua promessa de tornar mais democráticas as nomeações de dirigentes no seio da Igreja nacional.

A reportagem é de Carlos del Castillo, publicada pelo jornal espanhol Público, 29-08-2014. A tradução é do Cepat.

Fonte: http://goo.gl/n9vG4C

Tanto Carlos Osoro como Antonio Cañizares foram escolhidos nesta quinta-feira arcebispos de Madri e Valencia pelo sumo pontífice, sem consultar a opinião das comunidades católicas que lideram atualmente. “É preocupante porque reflete a falta de democracia e de canais de participação dentro da Igreja católica”, manifesta Juan José Tamayo, diretor da cátedra de Teologia da Universidade Carlos III.

A nomeação de Osoro tem sido elogiada por muitos, devido sua natureza íntima e comunicativa, mesmo que Tamayo opine que “o importante não é a personalidade de Osoro, mas o modelo de Igreja que se quer impor. Seria bom recordar o princípio da Igreja primitiva: quem deve dirigir a todos deve ser eleito por todos”, opina.

Pior impossível

Ele reconhece que é muito difícil que “as coisas piorem, porque o período de Rouco Varela  como arcebispo se caracterizou por desenvolver um modelo de Igreja católica de costas ao Concilio Vaticano II, distante da opção dos pobres, insensível as situações mais dramáticas advindas da crise e com um forte componente dogmático e autoritário”.  

Rouco, que não titubeou em chamar a polícia para retirar da Catedral da Almudena um grupo de pessoas que protestava pelo “drama social” provocado pelos despejos, não conseguiu que Francisco nomeasse a seu peixinho Fidel Herráez, como sucessor.

Cañizares, “flagelo dos socialistas”

Um perfil muito diferente de Osoro é o do novo arcebispo de Valência, Antonio Cañizares. Arcebispo de Toledo de 2002 a 2008, chegou a considerar mais grave o aborto que o abuso de menores, ao declarar que “não é comprável o que pode ter acontecido em uns tantos colégios, com as milhões de vidas destruídas pelo aborto”. Cañizares, longe de representar o etilo de Francisco, ganhou a amizade de Bento XVI, que o nomeou prefeito da congregação vaticana para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, um dos ministérios da Santa Sé.

Cañizares, que ascende a uma das arquidioceses mais importantes, “não será recebido precisamente com palmas, como Jesus no Domingo de Ramos“, adianta Tamayo que o assinala como um dos membros mais “fundamentalistas de todo o episcopado espanhol”. “Estas nomeações manifestam que a reforma que Francisco parece querer para a Igreja, não alcançou a Igreja espanhola”, conclui o teólogo de Palência, próximo da Teoria da Libertação.

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