Mão estendida do papa à China: uma revisão histórica dos métodos missionários

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19 Agosto 2014

Humildade, empatia, compromisso a "fazer-se entender", não ao proselitismo e ao espírito de conquista: são as cinco indicações que o Papa Francisco deu aos católicos da Ásia para realizar uma presença mais eficaz nesse continente, que constitui – disse – a "grande fronteira" do cristianismo. Ele mencionou aos "países" com os quais a Santa Sé "não tem ainda uma relação plena" e não citou a China, mas o seu primeiro pensamento não pode não ter sido para esse país.

A reportagem é de Luigi Accattoli, publicada no jornal Corriere della Sera, 18-08-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

As indicações dadas pelo papa jesuíta descrevem perfeitamente o método de abordagem à Ásia e à China que foi experimentado no início do século XVII justamente pelo missionário jesuíta Matteo Ricci (1552-1610), que Francisco não mencionou nesse domingo: um método que, no seu tempo, foi perseguido até o fim e que logo foi repudiado por Roma.

Depois de algumas décadas de incerteza, os papas também preferiram adotar a estratégia da conquista cultural em relação ao Império Celeste, que, no século XVIII, levou ao fim da presença dos jesuítas em toda a China.

Essa estratégia entre os séculos XIX e XX colocou-se ao lado da política comercial e colonial das potências europeias, provocando uma nova rejeição global que ainda não foi superada. Com uma memória de elefante que dita os seus comportamentos, o regime chinês teme a ingerência das Igrejas cristãs que percebe como "estrangeiras" e a de Roma em particular, da qual teme a organização supranacional.

Para "fazer-se entender", Matteo Ricci aprendeu o chinês, tornou-se primeiro bonzo e, depois, mandarim, escreveu em chinês um Tratado sobre a amizade: Francisco, o papa das periferias e das fronteiras, convida os católicos a retomar esse caminho.

O que ele disse nesse domingo aos jovens e aos bispos da Ásia também constitui um esboço de revisão histórica dos métodos missionários seguidos nesse continente pela Igreja de Roma até a metade do século passado. Mas, para ser entendida pelo interlocutor chinês, essa revisão deve se tornar explícita.

Francisco mostrou em várias ocasiões que está consciente dessa necessidade e talvez esteja prestes a responder a ela.

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