04 Agosto 2014
Empobrecimento
“Os celulares são práticos e se tornaram indispensáveis, eu sei, mas empobreceram a vida social. Existe coisa mais melancólica do que uma mesa com quatro pessoas, num restaurante, em que três estão dedilhando seus smartphones e uma está falando sozinha? Ou um casal em outra mesa, os dois mergulhados nos respectivos celulares sem nem se olharem, ou que dirá se falarem – a não ser que estejam trocando mensagens silenciosas entre si, o que é ainda mais triste?” – Luís Fernando Verissimo, escritor – Zero Hora, 04-08-2014.
‘Eu escolhi esperar’
“Acabo de saber que surgiu no Brasil um movimento chamado "Eu Escolhi Esperar", composto de rapazes e moças que escolheram esperar pelo casamento para fazer sexo. São os sem sexo, só que por vontade própria e por acreditar que, com isso, ficam imunes aos relacionamentos descartáveis, guardando-se para os definitivos. Contando seu público na internet, eles já seriam dois milhões de não praticantes - de 18 a 30 anos, a maioria, mulheres, e, entre os homens, o jogador David Luiz” – Ruy Castro, escritor – Folha de S. Paulo, 04-08-2014.
Latim
“Outra notícia surpreendente, esta referente aos católicos, é a volta da missa em latim, com o padre de costas para os fiéis, as mulheres de véu, os homens de terno escuro e uma liturgia perdida desde 1962, quando o Papa João 23 instituiu a missa com o padre de frente e falando na língua local” – Ruy Castro, escritor – Folha de S. Paulo, 04-08-2014.
Onde vamos parar?
“Ouço falar também da volta das festas de formatura, dos bailes de debutantes, dos concursos de misses, e me pergunto: a continuar assim, onde vamos parar? Se a virgindade e a missa em latim estão de novo na praça, logo teremos a volta do vestido saco, das saias com anáguas e dos sutiãs com barbatanas” – Ruy Castro, escritor – Folha de S. Paulo, 04-08-2014.
Em vão
“Pelo visto, nós, os garotos de 1968, que pensávamos ter derrubado essas instituições, derramamos o nosso sangue, suor e sêmen em vão” – Ruy Castro, escritor – Folha de S. Paulo, 04-08-2014.
Ofensiva final
"Os indígenas brasileiros estão vivendo uma ofensiva final" – Eduardo Viveiros de Castro, antropólogo – Folha de S. Paulo, 03-08-2014.
Maioria
“Isso está acontecendo sob o olhar complacente do Judiciário. Há uma campanha a todo vapor do Legislativo para acabar com esses direitos. Precisamos lembrar que o Congresso brasileiro é formado por uma maioria de proprietários rurais” – Eduardo Viveiros de Castro, antropólogo – Folha de S. Paulo, 03-08-2014.
Irrespirável
"Agora, os indígenas estão vendo o céu caindo sobre a cabeça deles. O fato, porém, é que o céu não está caindo apenas sobre a cabeça deles, mas sobre a cabeça de todos nós. Vivemos uma crise planetária geral. Nós estamos acabando com as formas de vida nesse mundo em um ritmo acelerado. Estamos transformando esse mundo num lugar irrespirável" – Eduardo Viveiros de Castro, antropólogo – Folha de S. Paulo, 03-08-2014.
Sobra
"Vamos ver essa civilização que se acha muito boa ter de se humilhar. E é possível que só sobrem os índios. Ao final, serão um exemplo de como viver num planeta sem destruí-lo" – Eduardo Viveiros de Castro, antropólogo – Folha de S. Paulo, 03-08-2014.
Necessidade
“O encontro com o mundo índio não é um luxo, mas uma necessidade para se compreender o mundo moderno e tentar sobreviver” – Le Clézio, Nobel de Literatura, citado por Eduardo Viveiros de Castro, antropólogo – O Estado de S. Paulo, 03-08-2014.
Posição suicida
“O Brasil quer ter 66 barragens na Amazônia, ou seja, estamos mexendo em todos os rios da região sem saber o que pode acontecer, o que é uma posição suicida” - Eduardo Viveiros de Castro, antropólogo – O Estado de S. Paulo, 03-08-2014.
Cavalo de Tróia
“Belo Monte é um cavalo de Troia ambiental” - Beto Ricardo, antropólogo – O Estado de S. Paulo, 03-08-2014.
É débito?
“Autoridades que visitaram o Templo de Salomão, da Igreja Universal, se disseram impressionadas ao ver uma mesa cheia de máquinas de cartão de crédito. As engenhocas são usadas para arrecadar o dízimo eletrônico dos fiéis” – Bernardo Mello Franco, jornalista – Folha de S. Paulo, 03-08-2014.
Cada um no seu quadrado
“As centrais sindicais fecharam uma pauta de reivindicações dos trabalhadores para os presidenciáveis. Mas não farão sabatina, e cada central entregará para o candidato a presidente cujo partido ou aliado é filiado. A Força Sindical, ligada ao Solidariedade, para Aécio Neves. A CUT, vinculada ao PT, para a presidente Dilma. E a CTB, que tem a presença do PSB, para Eduardo Campos” - Ilimar Franco, jornalista – O Globo, 02-08-2014.
Trabalhador quer mais
“A agenda das centrais é de difícil execução seja qual for o próximo presidente. Ela defende a ampliação dos direitos trabalhistas, o que aumenta custos para empresas e produtores. E também um incremento dos gastos públicos. É emblemático que, depois do Senado ter aprovado a revisão do Fundo Previdenciário, o tema tenha sido engavetado na Câmara pelo governo petista. As centrais pregam a redução da jornada de trabalho de 48 para 40 horas semanais. E ainda o aumento da correção do FGTS para um índice equivalente ao da poupança. Independentemente da preferência eleitoral, as centrais não aceitam a flexibilização dos direitos dos trabalhadores” - Ilimar Franco, jornalista – O Globo, 02-08-2014.
Quilombolas
“A certificação de comunidades remanescentes de quilombos, pela Fundação Palmares, está na mira do agronegócio. A CNA diz que foram certificadas e requeridas áreas para 2.007 comunidades desde 2013. No Rio são 32 áreas. As maiores demandas: Bahia (421) e Maranhão (298). O pico, 404 pleitos, ocorreu em 2006, no primeiro governo Lula” - Ilimar Franco, jornalista – O Globo, 02-08-2014.
Pouco
Na última pesquisa Datafolha, os candidatos do PSDB, PSB e PSC tinham 31% das intenções de voto. É pouco. Nesta etapa da campanha, três opositores reuniam 48% das intenções de voto em 2010, 39% em 2006, 39% em 1998, 46% em 1994. Em todas essas eleições, a oposição estava melhor nesta altura da disputa. Em todas o Planalto venceu“ – Maurício Puls, jornalista – portal Uol, 02-08-2014.
Ruim
“A oposição nunca teve um desempenho tão ruim como agora, apesar das condições adversas a Dilma: três quartos dos eleitores desejam mudanças, mas a maioria não se anima com os nomes disponíveis” – Maurício Puls, jornalista – portal Uol, 02-08-2014.
Nenhum
“Sem esperança, o eleitor que abandonou Dilma após os protestos de junho segue indeciso. Em março de 2013 a petista reunia 58% das intenções – hoje tem 36%. Em março de 2013, Aécio, Campos e Marina somavam 32%; agora os três, com o reforço do Pastor Everaldo, têm 31%. Dilma perdeu 31 milhões de votos; a oposição não ganhou nenhum” – Maurício Puls, jornalista – portal Uol, 02-08-2014.
Comum e corriqueiro
"A tortura persiste como uma política sistemática na segurança do país. Ela ainda é vista como algo comum e corriqueiro" – Pedro Dallari, coordenador da Comissão Nacional da Verdade – Folha de S. Paulo, 02-08-2014.
Agronegócio x Índios
“Os presidenciáveis vão ficar numa saia-justa, na quarta-feira, na sabatina da CNA. Eles terão duas alternativas: tergiversar e se posicionar. Os empresários do agronegócio pedem segurança jurídica e reclamam da crescente demarcação de terras indígenas e de áreas quilombolas. Nos últimos 25 anos, as terras indígenas pularam de 16 milhões de hectares (1988) para 110 milhões (2013)” - Ilimar Franco, jornalista – O Globo, 02-08-2014.
Agronegócio x Índios 2
“Nos grandes centros urbanos, onde reside a maioria dos eleitores, essas demarcações são vistas com simpatia. E isso influi na posição dos candidatos. Os empresários do setor reclamam que, para ter direito à terra, basta uma autodeclaração para ser tratado como descendente de índios. Acusam a Funai de tomar decisões ideológicas e querem colocar um fim em seu monopólio na tomada de decisões. Reivindicam que sejam adotados critérios técnicos e definido um prazo para as demarcações. Eles lembram que a Constituinte fixou prazo de cinco anos para regularizar essas terras. E que as atuais e futuras demarcações já atingem terras produtivas” - Ilimar Franco, jornalista – O Globo, 02-08-2014.
Pragmatismo
"A falta de sintonia entre as alianças nacionais e estaduais leva à dupla militância. Candidato ao governo, Flávio Dino (PCdoB) exibe no seu material criança com uma bandeira, onde há adesivos de três presidenciáveis. O seu site diz: “Eles declaram voto em Dilma e em Aécio, mas todos concordam em relação ao governo do Maranhão" - Ilimar Franco, jornalista – O Globo, 02-08-2014.
Caixa-forte
"E a inauguração do templo fake do Edírzimo Macedo? Parece de papelão! Cenário de novela da Record! Aliás, parece mesmo a caixa-forte do Tio Patinhas!" - José Simão, humorista - Folha de S. Paulo, 02-08-2014.
Procura-se
"O chargista Genildo diz que a Dilma foi na inauguração do Templo procurar um especialista em economia. E o Alckmin foi pedir pra chover!" - José Simão, humorista - Folha de S. Paulo, 02-08-2014.
Avião!
"Um leitor me disse que o Aécio tá certo em construir aeroporto pros parentes porque ele só namorou avião!" - José Simão, humorista - Folha de S. Paulo, 02-08-2014.
Cláudio X Leblon
"E o Aécio tá certo em dizer que o aeroporto não é para uso dele. Se fosse para uso dele, ele mandava construir o aeroporto no Leblon. E não em Cláudio, no interior de Minas!" - José Simão, humorista - Folha de S. Paulo, 02-08-2014.
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