Por: Jonas | 21 Julho 2014
A ruína da segurança em Israel não proveio unicamente do terror do Hamas, refletido no assassinato de Naftali, Eyal e GilAd. Essa é uma das conclusões a que chegou o analista israelense Alberto Mazor, que afirma que a última onda de violência na região se desprende da inação do governo israelense.
O jornalista argentino, radicado em Kibutz do norte desse país, há 47 anos, acredita que a partir do governo israelense se criou a ilusão de que não há interlocutor palestino e que tudo pode ser resolvido com um pouco mais de força. Para Mazor, também diretor da publicação Israel em Linha, a política de construir mais assentamentos é para criar uma realidade que não se possa mudar, ao invés de tratar os graves problemas da sociedade israelense.
A reportagem é publicada por Página/12, 18-07-2014. A tradução é do Cepat.
Segundo este militante, que fomenta as boas relações entre árabes e judeus dentro de Israel, “esta ilusão funcionou maravilhosamente”, sempre e quando “o sistema de segurança foi capaz de proporcionar uma significativa calma nos últimos anos”, como resultado da “alta capacidade e dedicação de Israel e da Autoridade Palestina”, cuja contribuição à relativa tranquilidade na Cisjordânia não se deve tomar rapidamente”.
Mazor considerou que essa ilusão levou a crer que os palestinos “irão aceitar qualquer coisa que façamos na Cisjordânia” e que não responderão apesar da raiva, da frustração e da deterioração social e econômica; que a comunidade internacional não irá impor sanções contra nós, ou que os cidadãos árabes de Israel nunca sairão às ruas diante da falta de atenção aos seus problemas.
O analista afirmou: “Com a morte das crianças israelenses e palestinas, cruzaram minha linha vermelha. Essas crianças têm a idade de meus netos e não importa se são israelenses ou palestinos, alcançam minha solidariedade”.
Além disso, ratificou a forte consternação na sociedade israelense pelo assassinato dos três adolescentes israelenses e advertiu que essa situação leva a escutar, na retórica, que diante destes fatos não há esquerda, nem direita, “estamos todos juntos e unidos”.
Por outra parte, fez uma breve abordagem de algumas ações políticas. “Os deputados Yariv Levíne e Miri Regev (Likud), entre muitos outros, convida a enfrentar os muçulmanos israelenses e fazer-lhes entender que o que foi não voltará a ser. O ministro de Transportes, Israel Katz (Likud), pediu para fazer tremer as casas em Gaza”, afirmou Mazor, e afirmou que Netanyahu trai seu compromisso com o povo de Israel.
“Uma suposta superioridade oculta a realidade e cria um sentimento falso e perigoso de que nos consideramos eternas vítimas do passado, do presente e do futuro”, afirmou o analista em relação ao cruel passado do Holocausto, no qual pereceram seis milhões de judeus, entre eles um milhão de crianças.
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“Os palestinos não aceitarão qualquer coisa” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU