Caxias do Sul. Para vereador, senegaleses e haitianos trazem “pobreza”

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20 Março 2014


O vereador Flávio Dias (PTB) tornou-se alvo de críticas nas redes sociais e teve de dar explicações ontem após uma declaração polêmica na Câmara de Caxias do Sul, na Serra. Na terça-feira, no plenário, o parlamentar disse que a vinda de senegaleses e haitianos não traz benefícios ao Brasil nem ao município, e sim mais pobreza.

A reportagem é de Fabiano Finco, publicada pelo jornal Zero Hora, 20-03-2014.

A declaração foi feita na mesma sessão em que o projeto de lei para criar o Dia de Combate ao Racismo, de autoria do vereador Renato Nunes (PRB), foi discutido pela primeira vez. Após o episódio, Dias explicou que se expressou de maneira errada e, por isso, foi mal interpretado.

"O que quis dizer é que a situação dos brasileiros já está bastante difícil, e que nem o país, nem o Estado, nem a nossa cidade têm condições apropriadas de receber bem esses imigrantes. Temos gente esperando há mais de um ano na fila do SUS por uma cirurgia. Imagine como essa espera pode se tornar maior com cada vez mais gente chegando à cidade" argumenta Dias.

O vereador fez questão de lembrar que também “migrou” para Caxias do Sul, no início da década de 1970, vindo de Júlio de Castilhos:

"Cheguei aqui com dificuldades, com filho doente, e tive de me virar. Por isso, sei o quanto é difícil se habituar a uma nova cidade sem ter as mínimas condições. Hoje, os senegaleses se somam aos nordestinos, que também sofrem com a estrutura oferecida".

O pronunciamento que suscitou a polêmica surgiu após o vereador Mauro Pereira (PMDB), na sessão de terça-feira, ter sugerido a publicação de uma cartilha pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que pudesse orientar os imigrantes com dicas de comportamento para o dia a dia. Dentre elas, estariam como agir em uma fila do SUS, no trânsito e até mesmo em ônibus, bancos, lojas e locais públicos.

"Muitos senegaleses e haitianos não respeitam filas nas unidades de saúde, ou ocupam acentos reservados a idosos e gestantes. Mas, na maioria das vezes, não fazem isso por mal, e sim porque são mal orientados. A cultura e as maneiras deles são muito diferentes das nossas", disse Pereira.

Veja também:

Mais polêmica

- Em fevereiro, veio à tona um vídeo em que o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) diz que quilombolas, índios e homossexuais são “tudo o que não presta”, durante audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara, em novembro, em Vicente Dutra.

- Dias depois, outro vídeo, gravado em dezembro, mostrou o deputado afirmando que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, “aninha” índios, negros, sem-terra, gays e lésbicas” e que “a família não existe” no gabinete de Carvalho.

- Questionado, o deputado disse que o discurso foi uma crítica ao governo federal, que se “excedeu” e que não quis ofender ninguém.

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