Por: André | 30 Janeiro 2014
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o padre Federico Lombardi, negou nesta segunda-feira que “o extraordinário interesse” pelo Papa Francisco seja o resultado de uma nova estratégia de comunicação iniciada no Vaticano, como, afirmou, se perguntaram “algumas pessoas que realizam atividades ou organizações de relações públicas”.
Fonte: http://bit.ly/1fcWVnz |
A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 28-01-2014. A tradução é de André Langer.
Assim se pronunciou o porta-voz do Vaticano durante a conferência que proferiu no Instituto Teológico de Santo Ildefonso, de Toledo, sob o título “Reflexões e experiências sobre a comunicação de três Papas”, da qual participaram o secretário-geral e porta-voz da Conferência dos Bispos da Espanha, mons. José María Gil Tamayo, e o arcebispo de Toledo, Braulio Rodríguez.
“Posso assegurar-lhes que em comparação com o Pontificado anterior não se iniciou no Vaticano nenhuma nova estratégia de comunicação no sentido de um estudo prévio das atividades, discursos ou gestos do Papa com a finalidade de chamar a atenção dos presentes e ter êxito. Não há nova estratégia planejada em escritório”, manifestou com firmeza Lombardi.
Não obstante, indicou que, “evidentemente”, os colaboradores do Papa tratam de fazer “bem” seu trabalho no campo da comunicação, utilizando as ferramentas adequadas para divulgar as imagens e as palavras, com a finalidade de facilitar a adequada compreensão e interpretação das mesmas.
Na sua opinião, o interesse e a atração que o Papa Francisco despertou se devem, entre muitas outras razões, ao fato de que “age com um enfoque pastoral e uma linguagem muito concreta, que é facilmente entendível e acolhida pelas pessoas”.
Assim mesmo, Lombardi apontou que a forma como Francisco estabeleceu sua relação com os jornalistas na primeira viagem internacional ao Brasil, “com a brilhante ideia da longa e amistosa saudação pessoal a todos durante a viagem de ida e com a interminável entrevista de uma hora e vinte minutos na sua viagem de volta”, teve um impacto similar ao que teve, na sua época, o novo estilo do Papa João Paulo II.
Durante a sua alocução, o porta-voz do Vaticano confessou que nos primeiros dias do novo Pontificado, quando se deu conta de que o novo Papa sabia e falava poucos idiomas e que se sentia mais confortável com o espanhol e o italiano, teve “uma grande preocupação”. “Seus predecessores eram grandes poliglotas”, disse.
Não obstante, disse Lombardi, “logo se deu conta de que o Papa Francisco não tinha a intenção de multiplicar as saudações em diferentes idiomas, nem nas reuniões internacionais, como a primeira audiência com os jornalistas depois da eleição”.
“Como teriam reagido os fiéis em particular em um mundo onde muitas pessoas pensam que o inglês é o idioma dominante, uma necessidade no mundo internacional? O que teriam dito e pensado os americanos, os ingleses ou os asiáticos?”, se perguntou.
O que realmente aconteceu “já sabemos”: “O Papa fala apenas o italiano, o espanhol e falou em português em alguns momentos da viagem ao Brasil, e as multidões vêm a Roma mais que antes, e o interesse pelo Papa é muito grande em todas as partes do mundo”, momento que aproveitou para recordar que a revista Time escolheu o Papa, que não fala inglês, como a Personalidade do Ano.
O que se conclui de tudo isto, prosseguiu, é que a eficácia da comunicação global pode ser ajudada, mas não depende da quantidade de idiomas que uma pessoa fala, inclusive, manifestou, “se o Papa não fala inglês pode fazer chegar mensagens importantíssimas ao mundo inteiro”.
Assim, após destacar que o Papa Francisco tem “um extraordinário carisma de comunicação que compensa amplamente o conhecimento limitado de idiomas”, destacou que há um “extraordinário interesse” pelas homilias do atual Papa na missa matutina diária na Capela da Casa Santa Marta que, na Rádio Vaticano, são traduzidas para 40 idiomas.
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Lombardi nega que por trás do “extraordinário interesse” por Francisco se esconda uma estratégia de comunicação - Instituto Humanitas Unisinos - IHU