27 Setembro 2013
Para quem acha que as cidades já estão saturadas de veículos, um estudo divulgado ontem pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaeco/RS) traz uma informação nada animadora: em menos de três décadas, a Grande Porto Alegre terá quase o dobro de carros, com praticamente um veículo por habitante.
A reportagem é de Heloisa Aruth Sturm, publicada no jornal Zero Hora, 25-09-2013.
O trabalho realizado pelo Departamento de Estatística da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que, em 2040, a região terá cerca de 3 milhões de automóveis – um aumento de 97,4% em relação a 2013. Os dados foram apresentados ontem pelo Sinaeco, em seminário sobre o futuro da cidade nos próximos 25 anos.
O desafio agora é construir alternativas para que o aumento da frota não impeça a mobilidade urbana. Na opinião do presidente do Sinaeco/RS, Edgar Cândia, o crescimento do números de veículos não foi acompanhado pelas melhorias na infraestrutura. Com isso, os problemas foram se acumulando nas últimas décadas em virtude da falta de planejamento e da ausência de uma visão mais integrada às cidades do entorno. Hoje, a capital gaúcha já possui um dos mais altos índices de motorização do país, com um veículo por 2,29 habitantes.
Para o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, não há saída a não ser priorizar o transporte coletivo. Ele citou a implantação do sistema BRT e o incentivo a alternativas não motorizadas:
– Não vamos destruir a cidade. O conjunto de obras executadas no momento vai melhorar muito a capacidade de circulação. Mas vamos ter um limite de alargamento de via, porque não queremos uma cidade motorizada, mas sim com características de mobilidade e de convivência.
Segundo ele, a expectativa é reverter o quadro que se desenha para as próximas três décadas. Até porque, mobilidade é um dos temas que mais preocupam os gaúchos atualmente.
Para 70% dos moradores da Grande Porto Alegre, o trânsito e o transporte público são os maiores problemas de infraestrutura na Capital. Na pesquisa, realizada pela Sinaeco, foram entrevistadas 890 pessoas, que apontaram ainda problemas de moradia (12%) e de saneamento e enchentes (6%). Para Cappellari, a pesquisa apresenta uma leitura do momento atual da cidade:
–Temos obras que impactam na circulação e na fluidez diária. Se voltar a ser feita posteriormente à conclusão dessa matriz de obras, a população terá uma outra percepção.
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Grande Porto Alegre terá o dobro de carros até 2040 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU