13 Mai 2013
Famílias removidas há dois anos de suas casas para dar lugar ao lago da usina de Santo Antônio, em Porto Velho (RO), já começam a abandonar as áreas nas quais foram assentadas pela hidrelétrica.
A informação consta da reportagem de Reynaldo Turollo Jr., que pode ser lida na íntegra no jornal Folha de S. Paulo, 12-05-2013.
Pescadores dizem que os peixes sumiram, agricultores se queixam da terra "infértil" e comerciantes reclamam da falta de movimento.
Apesar das queixas, a empresa responsável pela obra afirma que até agora nem 10% das famílias venderam os seus imóveis. Moradores, no entanto, afirmam que o êxodo deve continuar.
"Espero só este verão. Se a coisa não melhorar, vou embora", afirma Carlos Damasceno, 44, dono de restaurante na Vila Nova de Teotônio e que planeja voltar para terras da família no Amazonas.
"Os assentamentos se mostraram inviáveis", afirma Damasceno, que manteve comércio por 14 anos na antiga Vila de Teotônio, ao lado da cachoeira, hoje alagada, e que foi planejada para ser um ponto turístico da região.
A usina repassa R$ 1.250 mensais aos moradores da vila como auxílio. Prevista para ser suspensa em dez meses, até os moradores ajustarem a sua produção, a bolsa teve de ser renovada.
Empresa afirma destinar R$ 620 mi às famílias
A Santo Antônio Energia, responsável pela usina Santo Antônio, informou que investe R$ 1,6 bilhão em sustentabilidade, dos quais R$ 620 milhões (39%) vão para ações de indenização e remanejamento de famílias afetadas pelo empreendimento.
As famílias afetadas puderam optar entre indenização - que variou segundo as benfeitorias da moradia original - ou mudar para um dos assentamentos criados pela usina.
Segundo a empresa, o solo de Porto Velho tem baixa fertilidade, mas houve investimentos em fertilizantes e máquinas agrícolas.
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Famílias do rio Madeira deixam assentamentos com terra 'infértil' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU