Por: Jonas | 18 Março 2013
Entrevisto o irmão Antonio García (foto), jesuíta granadino, de 83 anos, vice-superior da Residência Imaculada Conceição, em Tóquio. Recebe-me em seu escritório administrativo. Como pano de fundo, a fotografia com o padre Pedro Arrupe, que traz saudades dos dias que foi seu secretário. Este irmão coadjutor, com 63 anos de vida missionária no Japão, emociona-se com a eleição de Francisco.
A entrevista é de Juan Masiá, publicada no sítio Religión Digital, 16-03-2013. A tradução é do Cepat.
Antonio, você se alegrou? Esperava isso?
Claro que me alegrei. Uma surpresa, não a esperava, mas a desejava. Alegrei-me e me emocionei, não por mim, mas pela Igreja e pelo mundo, este Papa será muito bom.
Hoje, você é parabenizado por todos. As pessoas sabem sobre o seu álbum com as cartas e postais.
Sim, de todos os Natais. Veja, na deste ano me dá o pêsame por minhas irmãs. Escreve muito e com boas letras. Você precisa ver, um homem tão ocupado... Sempre pede que rezem por ele e promete assim proceder.
Você é o que entre os jesuítas se chama “companheiros de oração”. Desde quando?
Há vinte e quatro anos. Ele foi Superior dos jesuítas argentinos e enviou missionários ao Japão. Quando visitou Tóquio, ficou aqui em casa. Proporcionei-lhe um ambiente pequeno, sem comodidades, mas é um homem muito simples, que se contenta com pouco. Vinha em meu escritório para trocar dinheiro para usar o transporte público e, aproveitando a ocasião, ficava conversando um pouco. Tornamo-nos muito amigos. Ao voltar para Buenos Aires, escreveu-me agradecendo e, desta maneira, seguiu todos estes anos. Eu me animava em contar-lhe as minhas coisas e ele também contava sobre as suas, sempre para terminar dizendo: “reza por mim, que eu rezarei por você”. Teve um ano que eu o presenteei com uma fotocópia de um artigo sobre São José e ele se alegrou muito. Nós dois temos muita simpatia por São José, embora não nos chamemos Pepe. Vai muito ao simples, como São Francisco. Agora, como Papa, terá que utilizar roupas dessas mais complicadas, mas garanto que isso não acontece...
Como você descreveria ao padre Jorge, arcebispo e cardeal Bergoglio e papa Francisco?
Da mesma forma em que o apresentavam no blog, outro dia, antes do Conclave. Eu li e gostei muito, mas pensei: “Pena que não esteja entre os primeiros na lista de papáveis, seria tão bom!”.
Por que tão bom para a função?
Porque possui o principal: muita fé. Quando as coisas se apresentam ruins, como foram postas a ele em alguns anos como superior e como bispo, não desanima. Diz que problemas sempre existem em todas as partes, que é preciso superá-los, querendo a todos, sem fazer diferenças entre as pessoas, pois ninguém é perfeito, se você erra, pede perdão e corrija. Ele o anima a seguir adiante, dizendo: “Tenha fé, siga rezando, Deus o iluminará, aconteça o que acontecer”, e a seguir caminhando disposto a tudo.
Imagino que lhe encantou a forma como ele se apresentou na sacada de São Pedro.
Sim, muitíssimo. Ele é deste jeito, quando pediu que o abençoássemos. E nos fazendo rezar, traz muita paz. Da forma como a Igreja e o mundo estão agora, é disto que precisamos...
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Antonio García. A opinião de um amigo do Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU