26 Junho 2011
O que é o riso? Quais são seus significados? Como ele foi encarado ao longo da história? Quais suas relações com o esfacelamento do temor e da fé? Qual é o seu flerte com a transgressão? Esses são alguns dos questionamentos debatidos na IHU On-Line desta semana.
Na opinião do filósofo e psicanalista Mario Fleig, docente na Unisinos, o riso é dotado de força afirmativa, mas também subversiva, e demonstra a "eterna defasagem entre o que somos e o que deveríamos ser". A partir da obra de Freud, ele analisa o significado do chiste e sua relação com uma verdade insuportável ao sujeito.
O historiador Elias Thomé Saliba, da Universidade de São Paulo – USP, analisa as raízes do riso e a ética emocional brasileira. Experiência humana diversificada, o riso popular permitiu o surgimento do humor como arma política contra a repressão, criando produções ambíguas, não inocentes e espécie de "espelho da sociedade, embora distorcido", frisa.
Na opinião da professora do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Montes Claros, Maria Generosa Ferreira Souto, o riso é produto de uma cultura e resulta da complexidade do social.
Vera Machline, pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, examina a fisiologia do riso e a "moderação" da alegria. Segundo ela, o tema foi objeto de interesse por pensadores ao longo da história, merecedor de inúmeros rótulos, como verdadeiro e falso.
O riso como arma e libertação é a temática de Henrique Rodrigues, da Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio. Rir de si mesmo tem um efeito libertador, além do fato de que o riso faz com que o homem mostre seus dentes, movimento físico que expressaria agressividade, observa.
A historiadora Verena Alberti, da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, examina o risível através dos tempos e aponta Arthur Schopenhauer como precursor de uma concepção do riso para alcançar o "impensado".
Jesus riu? José Rivair de Macedo, professor da UFRGS, lembra que "a idéia de Cristo jamais riu, defendida por certos pensadores cristãos do início da Idade Média, tinha a finalidade mostrar que a renúncia aos prazeres mundanos era uma necessidade, pois segundo tais escritores o verdadeiro riso só deveria provir do gaudium, da felicidade eterna no Paraíso".
Duas entrevistas com psicanalistas complementam essa edição. Uma delas com Marília Medeiros, do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais, e a outra com Abrão Slavutsky, psicanalista e médico psquiatra.
Mais duas entrevistas e um artigo completam a edição.
A atual política social brasileira é analisada por Jorge Abrahão de Castro, professor da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, e o jornalista Moisés Sbardelotto, coordenador do Escritório da Fundação Ética Mundial no Brasil, um dos programas do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, descreve a relação de amor e ódio da Igreja com a internet.
Os últimos ataques político-midiáticos dos EUA contra Cuba são o tema do artigo do historiador, jornalista e professor da Universidade de Camagüey, Noel Manzanares Blanco.
A trajetória de Frank Jorge, um dos coordenadores do curso de graduação Produtores e Músicos de Rock da Unisinos, também pode ser lida nesta edição.
A edição eletrônica da revista IHU On-Line estará disponível, nesta ´ página, segunda-feira, a partir das 16h, em html, pdf e "versão para folhear".
A versão impressa circulará no câmpus da Unisinos, nesta terça-feira, a partir das 8h.
A todas e todos uma ótima leitura e excelente semana!
FECHAR
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Riso. Uma experiência rica e variada - Instituto Humanitas Unisinos - IHU