"Famílias estão desestimuladas", diz integrante de acampamento

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27 Março 2011

Depois de passar sete anos sob a lona, o sem-terra Emerson Pascoal Gomes, de 22 anos, se diz cansado e com vontade de parar. Acampado com a mulher Andréia, de 19, na frente da Fazenda Santa Maria da Várzea, a 1,5 km da área urbana de Itapetininga, no sudoeste do Estado de São Paulo, ele só resiste porque sonha com o pedaço da fazenda que lhe tocará quando a terra sair. "Vai dar de 7 a 10 hectares para cada família", diz.

Das 40 famílias ali acampadas, Emerson é um dos poucos que restaram do grupo original, de 480 acampados. "A maioria desistiu. Eu mesmo estou perdendo a esperança."

O desânimo é generalizado. No Estado, o número de famílias acampadas caiu de 6,8 mil em 2004 para cerca de 2 mil no final do ano passado, conforme números do movimento. A falta de contingente dificulta a obtenção de quorum para as invasões e marchas. Algumas ações já chegaram a ser suspensas ou adiadas.

As lideranças regionais atribuem a queda no total de acampados à inoperância do governo em avançar com a reforma agrária. "Temos áreas que estão liberadas há anos, mas o governo não faz o assentamento. As famílias que estão no portão, esperando para entrar na terra, acabam ficando desestimuladas", disse Ricardo Barbosa, liderança no Pontal do Paranapanema. Ele se referia à Fazenda Nazaré, de 4,8 mil hectares, em Marabá Paulista, em fase final de desapropriação. A área é disputada há dez anos.

O MST mantém dois acampamentos na região de Itapetininga - metade do que possuía há cinco anos. No Santa Maria da Várzea, parte dos barracos não tem moradores fixos. São pessoas que trabalham na cidade e aparecem nos finais de semana, para marcar presença. Entre eles há pedreiros, serventes e vigias noturnos.

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