1,6 bilhão de trabalhadores estão com rendas insuficientes para subsistência na crise

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Por: Wagner Fernandes de Azevedo | 30 Abril 2020

Os alertas sobre o trabalho informal sempre apontavam o desastre e a desigualdade. As transformações no mundo do trabalho conduziram sobretudo os países do Terceiro Mundo para esse caminho, com flexibilização das leis trabalhistas somadas à reprimarização e a falta de investimento na indústria e pesquisa de novas tecnologias. Depois de o Fundo Monetário Internacional – FMI projetar para 2020 a maior recessão econômica mundial desde 1929, a Organização Internacional do Trabalho – OIT divulgou um estudo com números que descrevem o desastre entre os trabalhadores: 1,6 bilhão de pessoas estão com as rendas de subsistência comprometidas devido à crise do coronavírus – e esse dado não engloba seus dependentes –, que repesentam 50% da força de trabalho global.

O relatório divulgado nesta quarta-feira, 29-04-2020, é a terceira edição do Monitor da OIT: Covid-19 e o mundo do trabalho, apresenta um agravamento, sobretudo nas América Latina e África, na perda da renda neste mês de abril. Por outro lado, constata-se uma retomada das atividades de trabalho alavancada pelas mudanças nas medidas de isolamento na China.

O avanço da covid-19 pelo mundo impulsionou as medidas de confinamento em quase todos os países. Segundo a OIT 68% dos trabalhadores estão em medidas de confinamento total ou parcial no mundo, esse número chega a 98% na América Latina. Com essas medidas, estima-se uma redução de 10,5% da carga horária de trabalho em todo mundo, o que equivale a 305 milhões de empregos em jornada integral, segundo a entidade.

A perda na atividade econômica coloca em risco de interrupção as atividades de 436 milhões de empresas dos setores mais afetados com a crise: que são a indústria manufatureira, hotelaria, restaurantes, comércio varejista e atacadista e atividades imobiliárias. Nos países de baixa renda 70% dos empregados no comércio estão em microempresas vulneráveis, que estão sem acesso a crédito e nem recebem estímulos fiscais.

Ainda, os dados mais preocupantes referem-se aos trabalhadores informais - isso é, 2/3 dos trabalhadores do mundo. A OIT calcula 2 bilhões de trabalhadores informais no mundo, sendo que, destes, 1,6 bilhão já sofre com uma perda severa da renda. Essa estatística agrava-se na América Latina e África, que somam 81% dos trabalhadores informais com renda abaixo da subsistência desde o início da crise.

O organismo projeta que, em abril, trabalhadores informais desses continentes tenham perdido, em média, 84% da sua renda em comparação ao período anterior, de 2016 a 2019. A consequência imediata pode ser visualizada na taxa de pobreza relativa, isso é, um aumento de 56% no número de trabalhadores com renda inferior à metade da renda média da população.

A OIT cobra respostas imediatas dos governos. Para a entidade deve ser prioritário o investimento na saúde universal, mas é necessária uma atenção especial aos trabalhadores informais e pequenas empresas, assegurando políticas de proteção social e crédito financeiro. Para isso, faz-se necessário uma política fiscal ativa e uma política monetária flexível para manter o dinheiro em circulação.

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